Rio Grande do Norte, quinta-feira, 18 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 30 de janeiro de 2012

Repensando o mito do empresário bonzinho.

postado por David Rêgo

Quanto mais emprego gerado… mais exploração.

É comum observarmos empresários vangloriando-se ao “gerar empregos”. Afirmam que estão fazendo um bem para a população; que estão gerando empregos e auxiliando o desenvolvimento do Estado e ajudando a erradicar a pobreza. Tão somente um argumento que mostra apenas um dos lados da moeda.

Aquele que mais emprega é também aquele que mais explora. Gerar um emprego não é um ato de bondade. É um ato de lucro, de vantagem, na qual o empresário apenas irá ganhar com isso. Empresários (no geral) não geram empregos por serem bonzinhos. Geram empregos para lucrar. 1.500 empregos gerados parece ser motivo de festa. É muito emprego. Mas é também muita exploração. 1.500 empregados significa 1.500 explorados. Significa 1.500 pessoas trabalhando para enriquecer uma única pessoa.

1.500 funcionários não significa somente “1.500 empregos” como querem nos convencer.  1.500 empregados significa concentração de renda. É preciso enxergar o chamado “empreendedorismo” com outros olhos. Não precisamos agradecer por ele. Não somos seus servos. Não se tratam de heróis aos quais devemos nossas vidas. A posição é inversa, o empresário que precisa do trabalhador. Sem o trabalhador ele será tão somente um homem como mil outros mais, que não tem nada a mais do que qualquer homem, a não ser a vantagem que nós mesmos damos para que nos dominem. Servimos de bom grado. Desejamos servir (desejamos um emprego).

Empregados deveriam ser todos “sócios” do negócio. Deveriam ganhar de acordo com sua produção. Deveriam saber quanto geram de riqueza e ficar com um percentual justo da riqueza gerada. É preciso acabar com a concentração de renda e um dos passos para isso é diminuir as margens de lucros do empresariado ao mesmo tempo em que se aumenta o salário dos trabalhadores.

O povo começa a perceber mais claramente os mecanismos de exploração. E ele está muito, mas muito irritado com isso..

David Rêgo

Sociólogo, antropólogo e cientista político (UFRN). Professor do ensino médio e superior. Áreas de interesse: Artes marciais, política, movimentos sociais, quadrinhos e tecnologia.

16 Responses

  1. Nekrolog disse:

    Belo texto. 

    Reflete bem a palavra da moda, o ”empreendedorismo”.

  2. Brunno Campos disse:

    Olá David! Considero o seu texto importantíssimo, não por ser revelador de novas idéias ou por ter um estilo racional, bem bolado, com tiradas inteligentes, não é por isso, rsss. A importância é a seguinte: através deste texto temos certeza da originalidade da cartapotiguar, vcs conseguiram desenvolver um importante e já reconhecido veículo de comunicação sem se render às idéias e aos valores dominates no nosso Estado. Temos um veículo de comunicação importante defendendo idéias importantes que não são aquelas idéias ditadas pelos homens razoáveis que ditam as regras. Parabéns mesmo.
       

    • Anônimo disse:

      Obrigado, Bruno.
      E lembrando sempre que leitores tal como você, Lenilson, Daniel Gurgel etc. estão sempre presente nos comentários (e muitas vezes enviando textos). Isso nos anima muito, afinal, a ideia do site sempre foi ampliar o debate sobre vários assuntos através do diálogo. Nosso site mudou, mas continuamos os mesmos. hahaahah ;D

  3. Danielgurgel disse:

    empreendedor tem q fazer caridade agora é? num ta satisfeito monte sua empresa e faça como você quiser já que ser empresário é só curtição, mas essa sua ideia de colocar empregado receber por trabalho realizado esta começando a pegar e muitas empresas estão fazendo isso atualmente, eu te pergunto você trocaria um emprego com salario certo e fixo mensal por comissão? se sim varias corretoras estão a procura de corretores, que recebem de acordo com a produção. isso são só alguns exemplos de profissões que funcionam no sistema q comissão. outro problema com isso é q se você ficar doente em casa, sua produção sera zero e seu salario zero.
       Para os empresários esse sistema eh ótimo que torna suas despesas compatível com seu lucro.    Outra coisa q eu discordo é querer colocar empresários como vilões, não esta escrito em canto nenhum que empresario tem que ser santo, pra passar 24 horas por dia 7 dias por semana ligado nos problemas das suas empresas e ainda fica com lucro minimo e querendo ou não eles geram fonte de renda para muita gente e a importância deles eh tao grande que o governo brasileiro da incentivo fiscal a grandes industrias para que mantenha uma grande folha de pagamento, pois sem isso eles substituiriam a mão de obra humana por maquinas. 

    • David Rêgo disse:

      Olá Daniel,
      A Petrobrás tem um sistema chamado “PLR”, participação nos lucros. Semestralmente todo trabalhador recebe uma gratificação referente aos lucros da empresa e ao seu empenho. Todos continuam a receber mensalmente, mas quando “o balanço fecha”, se existiu lucro, ele é dividido. O exemplo que me baseio é o dado por uma empresa estatal. Aliás, o sonho de todo trabalhador é ir para uma estatal, entre outras coisas, pq elas sempre oferecem melhores salários (nem o Estado explora tanto o trabalhador quanto os empresários).

    • David Rêgo disse:

      E no que se diz ao fato de colocar empresários como vilões, não. Eu não faço isso.  Eu apenas digo o que eles fazem (exploram para lucrar). Como vilões eu teria colocado casso estivesse afirmando que eles colocam horas de trabalho mais do que se precisa, que são chefes ruins etc. Como o título propõe eu apenas tento desmistificar a ideia do “empresário santo”, que a imprensa tanto nos tenta colocar. E quanto aos incentivos que o governo dá par aos empresários. Bem, são os empresários que financiam muitos políticos, o investimento no empresariado não é de ordem “racional” é de ordem política, basta ver os dados: O PRONAF-B, linha de micro-crédito para trabalhadores pobres, demonstrou NA PRÁTICA que é muito melhor emprestar dinheiro para pobre do que para rico, pois, no fim das contas, o que se observar é que “o grande empresário” é tb um péssimo pagador e um ótimo sonegador, já “o povo”, paga bem mais em dia. Na prática um banco não tem certeza de “lucro” ao emprestar dinheiro para um “empreendedor”, mas para o “trabalhador” ele terá. Mas ainda assim as linhas de crédito para a população são altamente limitadas. Um outro ponto também diz respeito a sua afirmação “lucro mínimo”. Eu conheço a rotina de donos de padarias aqui em Natal. Pessoas que possuem renda mensal acima dos 70mil reais (veja só, quase 4 vezes mais que um juíz federal) e pagam salários horríveis para seus funcionários. Mais justo não seria um lucro de 30mil e funcionários com bons salários? É apenas isso contra o que luto, concentração de renda. Não existe argumento que justifique os mega-salários dos empresários. 😉

  4. Lenilson Lima disse:

    Olá, David. Acho o assunto interessante, mas a abordagem antiga e academicamente ultrapassada. Essa coisa de luta de classes, exploradores x explorados foi útil no início da revolução industrial, quando a humanidade se deperava com meios de produção ainda incompreendidos e ideologicamente não equalizados. Para mim, a realidade sobrepôs o conceito hegeliano e as teorias socialistas pré e pós revolução russa. Do que conhecemos como socilaismo só persiste na morimbunda ilha de Fidel, na faminta Coreia do Norte ou no que os chineses cinicamente chamam de Socialismo de Mercado. Empreendedor nem sempre significa explorador, mas criador de oportunidades como o é a revolução cibernética. Sem o empreendorismo não haveria internet, pela qual um grupo de pessoas livres e independentes de partidos ou vínculos com o estado não criariam um espaço como esse para debates de ideias livres.

    • David Rêgo disse:

      Concordo com você em partes, Lenilson. Realmente a perspectiva do texto tem uma “pegada” bem marxista, apesar de não ser essa a intenção, a ideia seria mais algo para “o discurso da servidão voluntária”, do filósofo e jurista La Boétie. Revolução cibernética? heheehehe, eu a vejo com outros olhos, a chamada “revolução cibernética” só é boa se vc vive no primeiro mundo, trabalha pra Google dos EUA ou coisa parecida. Pq se vc for um trabalhador Chinês ou de Cingapura que trabalha pra Aple ou Google vc terá condições de trabalho piores que as do Brasil. A informática jogou para o “terceiro mundo” a parte “feia” do seu negócio e mostra apenas o “bom lado” que surgiu nos países desenvolvidos. Eu estava aqui procurando os links, mas não acho. Não faz muito tempo li uma reportagem que falava sobre os “tablets” e a guerra, onde um jornalista demonstrou que várias empresas como a Aple, Nokia etc. aproveitam-se de países em guerra para conseguir matéria prima barata (roubada, na maioria das vezes) no mercado. ;D

      • Lenilson Lima disse:

        Quando digo revolução cibernética não necessariamente tem a ver com a apropriação de empresas de tecnologia nesse novo mundo que se vislumbra diante de nós. A internet revoluciona pelo poder de comunicação, disseminação de ideias, democratização do conhecimento e oportunidades ao alcance de todos e não apenas dos chamados “países desenvolvidos”. Se empresas como Apple ou RIM aproveitam a mão-de-obra asiática para produzir seus brinquedinhos, não é de responsabilidade dessas empresas a criação da legislação trabalhista dos países em que estão instaladas – elas apenas se aproveitam dela. Assa maneira de enxergar “explorados e exploradores” pelos mesmos prismas da ótica socialista é ultrapassada e não vislumbra a virada que os “explorados” estão prestes a dar ainda no início desse século. A própria China está se movendo de uma nomeclatura a outra e explorando países africanos, sem a devida atenção de intelectuais entrincheirados em seus redutos acadêmicos que ainda sobrevivem agarrados a velhos dógmas, engolidos pela cruel realidade do mundo atual, onde conceitos como “terceiro mundo” perdeu sentido com a queda de um muro e a ascensão dos asiáticos.
        Se há uma guerra onde as empresas de tecnologia estão devidamente ocupadas são no plano comercial, pois a maior fabricante de produtos tecnológicos é uma chinesa (Foxconn) e irá torrar alguns bilhões de dólares para produzir no Brasil produtos como tablets, Iphones e consoles para games – e não vejo o Brasil como um país mergulhado numa guerra.
        – A telebrás não montou estrutura alguma quando ainda era estatal. Essa estrutura ao qual se refere foi montada pela iniciativa privada e se dependéssemos da “iniciativa” do governo ela seria bem pior do que a que temos no Brasil. O que podemos dizer é que a infra-estrutura é absoleta, cara e concentrada – e é disso que devemos cobrar do governo, pois o estado controla essas empresas através das agências reguladoras, que deveriam “regular” o mercado a favor dos interesses dos contribuíntes.

        • David Rêgo disse:

          Olá Lenilson,
          Bem, se eu sou uma empresa e EU SEI que em um local emprega-se trabalho infantil e ainda assim eu contrato a empresa, é responsabilidade sua sim, pois é vc quem está pagando para empresa e vc deve ser responsabilizado. Essa sua perspectiva até os economistas liberais criticam. Milton Friedman chama o que vc fala de “externalização”, ou seja, uma maneira q as empresas usam para dizer que “não são responsáveis, que não é problema meu”, ou seja, “tercerizam o problema”, jogam ele simplesmente para sociedade. Não é bem assim que as coisas funcionam, mesmo as teorias liberais não concordam com essa visão de que “ah, é assim mesmo então vou me aproveitar, se não for eu outro vai fazer mesmo”. Toda empresa sabe que mão de obra barata significa uma só coisa: trabalhador explorado. Pq essas empresas não procuram mão de obra nos seus próprios países? pq lá a mão de obra ficou cara, e ficou cara pq? pq os trabalhadores agora possuem muitos direitos. TODA EMPRESA SABE que mão de obra barata é mão de obra sem direitos, eles não fazem isso sem saber, e se fazem isso sabendo, se vão procurar mão de obra em países que ELES SABEM QUE VIOLAM OS DIREITOS HUMANOS, essas empresas são sim culpadas e tem responsabilidade sim sobre tudo que ocorre!
          Mesmo críticas sofisticadas como as de Jessé Souza ou Pierre Bourdieu a ideia de explorados e exploradores permanece, o que muda é a interpretação sobre o tema. E a utilização de termos como “primeiro mundo” ou “terceiro mundo” não é reflexo de acadêmicos fechados em seus redutos, é tão somente um vício de linguagem. Eu mesmo prefiro falar em primeiro e terceiro mundo (mesmo não existindo um segundo mundo) do que falar em países desenvolvidos e em desenvolvimento. E reafirmo, toda “grande empresa” nacional montou sua “prosperidade” apropriando-se nas condições que o Estado já tinha criado. Como disse antes, acho indevido que o Estado crie algo com o dinheiro de todos e um empresário se aproprie disso sem repassar devidamente os lucros para o povo. não me recordo o nome dos empresários que foram “pioneiros” no Brasil.Aliás, até lembro: O Barão de Mauá. Mas ele foi o primeiro e último. O restante, em sua maioria, não passam de usurpadores do bem público. Prova disso é que apenas há poucos anos Eike começou a investir em “procurar petróleo”. Pq NENHUM EMPRESÁRIO se arrisca? Pq ali o ganho não é certo, vc pode furar um poço e só sair água e são milhões em prejuízo. O empresário brasileiro não está disposto ao risco, não o grande empresário. Ele quer na boquinha e se existe sistema de internet no Brasil não foi pq existiu um empresário pioneiro que investiu nisso, foi pq o Estado trouxe as condições, pq nossos milionários não estão dispostos a arriscar seu rico dinheirinho em algo que eles não tem “certeza absoluta” que trará retorno. Sem contar que… existe também um lado das corporações que é muito mal explicado. Muitas grandes empresas, quando estatais, trabalham no prejuízo propositalmente. Era o caso da antiga vale. Todos diziam que ela dava prejuízo etc etc etc. e que, ao passar para a iniciativa privada passou a dar lucros. O que é uma farsa. A vale passou a dar lucros ao mesmo tempo que ganhou o título de uma das 10 piores empresas do mundo para se trabalhar. A crise real para a população é a atual, onde pessoas possuem uma péssima condição de trabalho sem contar o desemprego e a poluição. pq o Estado ao poluir o ar de uma cidade, ele mesmo, por pagar pq o sistema de saúde iria ter que sanar esse problema (ou seja, ter prejuízo) em uma outra área (saúde), e agora? A Vale vai pagar plano de saúde para todo habitante da cidade q ela polui o ar? Não né? Cabe a quem o prejuízo? Pro Estado, claro. Isso é que considero crise. Os sócios dela tão lucrando, em teoria ela é próspera, mas só em teoria. Próspera, no meu conceito, era a vale antiga que empregava e trabalhava no prejuízo propositalmente (uma empresa estatal pode fazer isso, uma privada NUNCA poderia fazer isso), tendo em vista que ela faz parte de todo um conjunto estratégico. Quem diz isso, inclusive, não sou eu, é Chomsky (creio que a teoria dele não é ultrapassada e ele trabalha pro MIT). Uma empresa estatal, como a vale, por exemplo, podia, em tempo de crises trabalhar no vermelho mantendo o emprego de vários trabalhadores, o que daria a eles poder de compra e ajudaria a própria economia a se reestabelecer da crise, sem contar que, ao se trabalhar em setores estratégicos eu posso muito bem promover o prejuízo proposital da minha empresa, vendendo metais barato, que por sua vez incentiva a índustria automobilística, informática etc.
          De resto concordo com vc, principalmente na parte em que fala sobre a necessidade de novas articulações e expliações mais sofisticadas num novo tipo de mercado onde os meios de produção são muito mais “flúidos” do que na época de Marx etc.
          Enfim, é isso. Acho que escrevi d+ desta vez. hahahahhahaa, espero q tenha paciência ;D

  5. Daniel Menezes disse:

    Boa argumentação, david.

  6. Brunno Campos disse:

    Lenilson lima, essa coisa de luta de classes é tão antiga quanto atual. Isso que estamos vendo mundo a fora, a tal da crise, e, principalmente, as soluções apresentadas para a famigerada, nisso tudo, vc não vê a velha luta de classe? Não vê discurso ideológico liberal x discurso ideológico socialista? Aquilo que existe em Cuba e nos demais exemplos citados por vc é resultado de processos históricos próprios, com condicionantes históricos que lhes peculiares, não significa o fim da história e a eterna permanência do capitalismo, não significa que o socialismo só pode resultar naquilo. E olhe que cuba tem um idh melhor que o do brasil. 

    • Lenilson Lima disse:

      Brunno, a luta de classes como academicamente é difundida não existe mais. É uma bobagem pensar assim num mundo totalmente diferente daquele que existia nos tempos de Marx. Os meios de produção mudaram radicalmente, assim como as sociedades e o conceito de “socialismo” e “liberalismo”. O mundo é cada vez menos unipolar, onde países como os EUA, com sua força cultural, econômica e política tem de dividir os espaços hoje também ocupadas pela ascensão de nações como a China, a Índia e até mesmo o Brasil. Se existe uma crise, nela não há novidade alguma. As crises do capitalismo são cíclicas e fazem parte do manual acadêmico desde o florescimento da revolução industrial no século XIX, pois elas são inerentes ao conceito capitalista de produção de riquezas. Também não se está defendendo o conceito de “fim da história”, como assim definiu Francis Fukuyama, mas a proposição de uma análise menos apaixonante e a favor de uma teoria mais racional e se possível, menos ideológica. Seria maravilhoso viver num mundo socialmente mais justo, mas isso não serve de consolo para vivermos flertando com a utopia socialista sem se dar conta que o homem, assim como qualquer ser vivo nesse planeta, age de acordo com seus instintos naturais de sobrevivência e não o contrário, como os teóricos socialistas gostariam que fosse. O problema do IDH brasileiro não é porque não somos uma nação socialista, e sim porque somos uma sociedade desigual. Mas, mesmo com esse grave problema, ainda temos o privilégio de decidir que país queremos deixar para nossos filhos, diferentemente do povo cubano.

  7. Dinix disse:

    A quem se interesse pelo debate, aconselho ver o documentário 
    “The Take”  do Avi Lewies e da Naomi Klein sobre as cooperativas que reergueram fábricas falidas na argentina e que hoje são alvo de disputa judicial ferrenha. O filme discursa sobre formas de autogestão que dão certo tendo como pano de fundo a força dos movimentos sociais engajados.

  8. Ochato disse:

    Seu analfabetismo econômico lhe rendeu mais um artigo digno de risadas. Parabéns!

Queremos justiça ou vingança?
Sociedade e Cultura

É hora de punir! Justiça ou vingança?

Liberdade e livre-arbítrio
Sociedade e Cultura

Liberdade e livre-arbítrio - parte 1