Rio Grande do Norte, quinta-feira, 28 de março de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 19 de março de 2012

A ideologia do “bandido bom é bandido morto”

postado por Alyson Freire

A cada episódio de violência em que criminosos levam a pior, velhas e virulentas representações sobre o crime e a justiça veem à tona numa forma de quase histeria ou celebração coletiva. O recente caso da morte do assaltante Julianderson Marcelo, que foi alvejado na última quinta-feira, dia 15/03, quando tentava assaltar o veículo do médico aposentado, Onofre Lopes Junior, acionou na consciência coletiva o discurso de “bandido bom é bandido morto”. De forma retumbante, e como um gozo necrofílico compartilhado, as exclamações e celebrações do “feito” do médico Onofre ganharam as redes sociais e as caixas de comentários dos fóruns de notícias e blogues.

A ideologia do “bandido bom é bandido morto” não costuma vir desacompanhada. Apelos raivosos e cheios de razão são disparados contra os Direitos Humanos ‒ entendidos como “direitos de bandidos” ‒ e contra sociólogos e outros especialistas em segurança pública que, por sua vez, têm suas análises e “teorias” contrapostas a infames sofismas: “se fosse com você ou com alguém da sua família, você não pensaria assim” ou “ com pena, então leva pra tua casa!”.  Discutir nesse nível não é lá uma tarefa fácil, e, muito menos, atrativa. Prossigamos por outro caminho.

No Brasil, a ressonância desse tipo de discurso incauto contra os DH é considerável. Segundo pesquisa de 2008 sobre as percepções dos Direitos Humanos no Brasil[1], um terço dos brasileiros (34%) concorda, parcial ou totalmente, com a ideia preconcebida segundo a qual os DH deveria se limitar às “pessoas direitas”. Essa mesma pesquisa constatou, também, que 43% dos brasileiros admitem, em certa medida, como correta e desejável a expressão “bandido bom é bandido morto”. São dados alarmantes. No entanto, eles mostram, ao contrário do que muitos pensam, que a maior parte dos brasileiros tendem a não dá guarida a esses discursos insensatos e de coloração fascista.

Por um lado, não podemos deixar de enxergar que a formulação do “bandido bom é bandido morto” exprime desabafos e insatisfações coletivas oriundas da sensação premente e cotidiana de insegurança, impunidade e medo. Ou, mais ainda: de que ela é sintomática do baixo grau de confiança da sociedade em relação à capacidade e legitimidade do Estado, como único detentor do uso da violência, em resolver os conflitos sociais ou em promover os devidos meios de controle e apaziguamento da criminalidade. Pois, como observara décadas atrás a filósofa política Hannah Arendt, o recurso à violência pura advém das situações e espaços nos quais o poder deixou de ocupar com legitimidade e eficácia.

Por outro, a despeito do pano de fundo legítimo de insatisfação social a partir do qual, em parte, frise-se, alça-se esse tipo de discurso, ou melhor, o saúda como alternativa legítima e eficaz de enfrentamento da criminalidade, essa mentalidade é extremamente nociva e perigosa às sociedades que se pretendem democráticas e regidas pelo estado de direito.

Em primeiro lugar, porque instila paixões, pessoalidade e particularismo onde deve imperar racionalidade, impessoalidade e universalidade. Na relação do Estado com os cidadãos, e, destes entre si, numa sociedade de direito e cidadania, somente há garantia de igualdade de todos perante a lei se os princípios que presidem e orientam essa relação forem baseados em critérios não passionais e não particulares, mas, sim, racionais, impessoais e universais.

Destituir determinados grupos de seus direitos fundamentais e universais, como direito à vida e à defesa, significa abrir mão de princípios cuja razão de ser é justamente assegurar a igualdade de tratamento, não importando as características ou ações que particularizam cada um. Sem essa universalidade pressuposta e almejada, abrem-se imprevisíveis precedentes que podem resultar em graves e sistemáticas violações e perseguições. Em resumo, instalar e ampliar o espectro de exceções no seio da vida social.

A revolta da qual nasce o discurso do “bandido bom é bandido morto” é uma revolta seletiva. Não é toda violência que choca e a mobiliza. Ela precisa ocorrer em espaços sociais e geográficos e contra vítimas particulares. A execução de um jovem de 21 anos, ocorrida no sábado pela manhã em frente ao Nordestão do bairro Santa Catarina, na zona norte de Natal, e o fato aberrante de esse jovem ser o quarto filho de uma senhora assassinado em condições semelhantes parecem não ser suficientes para gerar as mesmas reações indignadas e a comoção organizada contra a insegurança e violência em nossa cidade[2].

O discurso do “bandido bom é bandido morto” extravasa mais do que os legítimos sentimentos de indignação e medo das classes que se autoconcebem como as mais ameaçadas e atingidas pela violência e criminalidade urbana contra os seus bens, direitos e propriedades. Nele vigem e difundem-se sentimentos de ódio e sede de vingança.

A insegurança e a indignação são sentidas por essas classes de pessoas ordeiras como violências imerecidas. Elas são transformadas, então, em ódio e vingança. E, como tais, necessitam de um objeto ou de um “outro” contra os quais direcionar seus impulsos e paixões. É nesse ponto que os consensos sociais sobre as “classes perigosas” e os socialmente estigmatizados como “ameaças à ordem social” entram em cena como bodes expiatórios para a vazão dessa descarga social e psíquica de ódio e vingança contra uma situação percebida como injusta e inaceitável. Afinal, são cidadãos de bem, contribuintes da boa sociedade que estão sendo atingidos pela “escória” marginal.

Assim, a morte do bandido, do infrator, daquele que atenta contra a paz e os bens e direitos legítimos das classes abastadas e que ousa adentrar, como um invasor estrangeiro, no universo social onde ele, de modo algum, deveria estar, é sentida e desfrutada como expiação, como um ato de vingança legítimo, justo e merecido. Uma vingança da sociedade, da boa sociedade. Nesse sentido, a morte não choca, nem causa piedade ou remorso, pois ela foi feita em nome da tranquilidade e continuidade da boa sociedade. “Menos um”, festeja-se.

A raiz desse discurso não é outra senão a lógica da eliminação do perigo e do “outro” identificado com este último. É a gramática do inimigo, da aniquilação da ameaça, que preside a tese do “bandido bom é bandido morto”. São “elementos” e “meliantes” sem nomes ou direitos, privilégios que somente os “humanos normais e corretos” podem usufruir. Nada de respeito, integridade ou dignidade àqueles.  Destituídos de sua humanidade, desumanizados como sujeitos de direitos, tornam-se apenas vidas nuas contra as quais a sociedade ou os cidadãos de bem podem exercer o seu “direito” de fazer morrer, de atentar contra a vida e lhes infligir morte.

Será que é com essa gramática da guerra e do inimigo que se resolve a questão da criminalidade? Combater a violência com mais violência, o medo com mais medo, o ódio com mais ódio não nos levará à paz e à segurança pretendidas. Pelo contrário, nos conduzirá a um regresso ou limiar civilizatório bastante perigoso, o da “guerra de todos contra todos”. Saudar e celebrar ações e execuções à revelia do direito e das leis em nome da legitimidade e justiça das paixões e indignações coletivas e individuais é promover uma igualdade de todos no medo. Nessas condições, todos estão ameaçados o tempo todo, pois a categoria “bandido” estará ela própria submetida a critérios igualmente passionais e pessoais.

 


[1] Pesquisa “Direitos Humanos: percepções da opinião pública”. Disponível aqui.

[2] Notícia publicada na Tribuna do Norte no dia 17 de março de 2012.

Alyson Freire

Sociólogo e Professor de Sociologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN).

32 Responses

  1. Texto excelente, Alyson. Creio que além da ideologia do “bandido bom é bandido morto” é necessário também se criticar a ideia de “lugar de bandido é na cadeia”, uma vez que ela goza de ainda mais penetração no senso comum e é pouco problematizada, mesmo pelos chamados progressistas. 

    • Ok…e se lugar de bandido ñ é nem cemitério e nem cadeia, é onde então? Nas ruas?

      Concordo que o Brasil é um país injusto, que a diferença entre as classes é estratosférica, que os pobres ñ tem muitas opções, que tudo isso deveria mudar…mas, creio que vcs concordam que p/isso tudo mudar (se é que vai), vai levar um bom tempo. O que fazer com a questão imediata da criminalidade?

      • Compreendo sua inquietação. Quando eu expressei a necessidade de se criticar a ideia em questão é por ter em mente que o simples encarceramento não é uma política desejável e viável.
        Sugiro a leitura deste pequeno texto de Drauzio Varella que apresenta alguns dados a respeito disso. http://migre.me/8lvU2
        No mais, concordaremos que a criminalidade é um problema que demanda atenção imediata. Não temos porque desprezar o direito à segurança ou acreditar que uma vez que o governo atue para minimizar as desigualdades sociais, isto o exima de ações concretas para enfrentar a dura realidade da violência, que tantas vidas ceifa e dilacera em nosso país. A criminalidade é um fenômeno complexo e temos que ser capazes de pôr em causa nossas prenoções para criarmos estratégias eficazes para combatê-la, sem perdemos de vista a construção de uma sociedade democrática e pacífica.

  2. Pedro Andrade disse:

    Ao ler o texto me lembrei do assalto ao ônibus 174
    que ocorreu no RJ em 2000. Naquele triste dia toda população brasileira também desejava a morte de
    Sandro, sequestrador do ônibus 174, a fim de obter uma suposta
    “paz” e “segurança”. 

     

    “Bandido bom, é bandido morto” = essa paz eu não
    quero

  3. Alyson Freire disse:

    Olá, obrigado pelos comentários!

    Pois é Thiago,

    O punitivismo, que é ainda fortemente enraizado na mentalidade dos brasileiros, é um verdadeiro antolho na visão de outras alternativas de pena, que passem necessariamente pela detenção, cadeia, privação da liberdade. Não somente o sistema prisional nacional é altamente questionado pelos motivos largamente conhecidos, como a própria eficácia da prática do encarceramento como principal alternativa de punição e correção do crime. Muitas pesquisas tem apontado isso, seja na criminologia crítica ou na sociologia. O grande desafio é não apenas levar as conclusões dessa pesquisa ao grande público, mas dotá-las de força política nos espaços de decisão da segurança pública. Há muitas barreiras, não só políticas, mas culturais, inclusive. Abraços,

  4. Alison Lene disse:

    Rsrsrsrsrs. Lendo seu texto até voltei aos tempos da Universidade, onde todos sonham com um mundo assim e assado…Rsrsrsrs. Não vou tomar muito de meu tempo e do seu, mas apenas dizer o seguinte:

    A pergunta correta não é O QUE DEVERIA SER FEITO e sim O QUE PODE SER FEITO, LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO O BRASIL COMO ELE É, CORRUPTO E INERTE.

    Simples assim.

    Qualquer coisa diferente disso é utopia e jamais será exequível.

  5. Bruno disse:

    Excelente texto. Parabéns pelos argumentos e pela coragem em defender uma idéia que tende a ser ridicularizada pela maioria da sociedade.

  6. Bruno Macêdo disse:

    Me parece que os referidos “bandidos” apenas servem de bode expiatório para os grandes responsáveis pela realidade brasileira: políticos corruptos e oligarquias pra lá de consolidadas.

    A sociedade também paga o pato, pois tornam suas casas cada vez mais parecidas com um presídio e ficam presas nela. E é fácil perceber isso: ande por Lagoa Nova, Tirol ou Candelária; você verá muitos carros, mas quase nenhum pedestre! E isso a qualqeur hora do dia. Não é apenas uma cultura de automóveis, mas parece que andar na rua é perigoso. Estamos passando numa espécie de “Era do Terror” em nosso próprio solo e com nossos próprios compatriotas.

    Não sei qual é a solução, seja imediata ou a longo prazo, mas nunca vi discurso sensassionalista levar a um horizonte seguro, tal como a ideologia do “bandido bom, é bandido morto”; assim como me parece que todos nós somos vítimas de alguma forma, seja “bandido” seja “cidadão de bem”.

  7. Alyson Freire disse:

    Olá, Bruno Macedo

    Excelente observações. A cultura do medo alterou a própria arquitetura cotidiana dos domicílios e das ruas, cada vez mais militarizados. A rua, que deveria ser um lugar de trocas e contatos, torna-se um espaço desabitado, improvável, arriscado.

    Acho que você sintetizou numa fórmula precisa o objetivo do texto: discursos sensacionalistas não podem ser soluções para problema algum, sobretudo, quanto a questão da segurança e da criminalidade. No meu texto, tentei fazer uma análise crítica dos equívocos e dos possíveis desdobramentos perversos da tese “bandido bom, é bandido morto” se esta for generalizada, como pede o clamor popular, à condição prática e legítima de resposta das instituições de segurança e das pessoas em relação à criminalidade.

  8. Cascianovidal disse:

    Bom relato, redação impecável, argumentação sofista, quase católica, mas foge do cerne da questão quando confunde Estado e poder. Pior, mistura o poder com classe abastada. Classe abastada que paga a maior carga tributária que uma nação pode pagar e não recebe e nem vê um mínimo de serviços do Estado? É a ausência do Estado, hoje perdulário e corrupto, que gera essas situações de enfrentamento entre os comuns. Vive-se uma Lei da Selva, onde o mais forte, o mais esperto, leva a melhor. Infelizmente. Louve-se a reação do Dr. Onofre, que passa por um drama terrível – a morte de um semelhante – mas a culpa é a ausência do Estado. Se não há Estado, impera a Lei do Mais Forte, como em milhares de outros casos, onde os cidadãos se enfrentam, porque o Estado não mais os governa.  

    • Digo disse:

      Quem mistura poder com classe abastada é a política meu caro, não o autor do texto. Classe que não vê o mínimo de serviços?
       Não sei de onde você é, mas visite bairros ricos de São Paulo e me diga um serviço que não funcione. Se informe melhor antes de vociferar o mantra da carga tributária, temos um taxação regressiva, herdada dos tempos FHC, o que significa que é o miserável esfarrapado quem tem mais motivos para choramingar de imposto.

  9. Mauriciogiovani disse:

    Infelizmente é a terrível lógica do Capitalismo Burguês perverso. Enquanto uns, no caso do Ex Presidente Lula goza de abastarda aposentadorias com fortuna estimada em 2 Bilhões de dólares segundo a Revista Forbes, outros excluídos lançam-se na marginalidade, ameaçando as vidas dos outros de forma violente e colocando em risco a sua própria vida. É a  triste realidade de nosso país, o maior berço mundial da corrupção que jamais se esgotará.

  10. Casciano Vidal disse:

    Olá Senhor Digo, bom dia!
    Resposta curta: Segurança pública. Não há segurança pública nos bairros ricos de São Paulo. Exatamente o mesmo problema que resultou no caso triste e dramático daqui de Natal. Taxação regressiva??? Sonha, inocente, sonha…

  11. Juliocpb disse:

    Poucas vezes na minha vida li tanta besteira junta! Essa conversa de direitos universais que iguala bandido a gente que tanto se sacrifica pra ganhar um salário fulera é coisa de ignorante! Bandido nenhum conhece a linguagem falada. Eles só conhecem a linguagem da bala! Ele só entende que cometeu um erro quando morre, pois assim, crime não comete mais (pros defensores de direitos humanos=bandidos, é uma metáfora, caso não tenham entendido). Eu digo isso por um motivo muito simples: o estado não tem que tá buscando saber o porquê de um bandido ter sido morto quando esse já assaltou e matou não sei quantas pessoas. Se ele assaltou e morreu de bala, ok, o cara que matou ele (seja policial ou não) tem todo direito de se manter livre até que ele faça isso contra alguém de BEM. Não tem porque tanta loucura por capturá-lo. Entendam de uma vez por todas: se o fulano prefere matar outros por dinheiro ou seja lá porque for (exceto se defender de um safado que quer matá-lo ou matar entes queridos ou alguém inocente), ele merece receber exatamente do que ele acredita ser a solução – a própria morte! O pilantra tem que ter medo de PENSAR em assaltar alguém, não as pessoas normais que devem ter medo de ser a qualquer momento abordado por essas doenças da humanidade. Tenho um amigo que sua filha levou um tiro na cabeça porque os pilantras queriam levar o carro dele. Detalhe: ele simplesmente aceitou todas as condições, iria entregar tudo que tinha, inclusive o carro que ele tanto sofreu pra conquistar. Ainda assim eles atiraram contra eles. Meu amigo não teve ferimentos graves, mas a filha sofreu um tiro que atravessou a cabeça. Pergunta: um policial que visse isso, e com ódio no coração descarregasse uma pistola num desgraçado desses, ele deveria ser criticado pelos direitos humanos, ou punido pelo estado?! É ÓBVIO QUE NÃO. ELE DEVERIA SER CONDECORADO POR MANDAR UM PARASITA PRO INFERNO (lembrando: inferno=cova).

    • matheus disse:

      É a famosa inversão de valores, transformar a vítima em culpado e o culpado em vítima. Eu queria muito ver um Isaac da vida ir dizer pra a recepcionista mãe da menina de 15 anos executada friamente em SP anteontem, que ela também é responsável pela violência urbana e que o criminoso merece bom tratamento para se ressocializar. Eu pagava fácil pra assistir essa cena, me admiro como alguém pode defender um animal que faz isso e ainda ri na delegacia.

      É a velha falácia de que todas as pessoas são naturalmente boas e cometem delitos devido as circunstâncias, se essa lógica torpe fosse real, pessoas ricas e que já nasceram ricas não cometeriam crimes, me explica, que dificuldade um Sarney teve na vida que justifica o assassinato indireto através do desvio de milhões em dinheiro público. Ele faz isso porque ele é ruim por natureza, e as brechas na lei permitem isso, um marginal que comete latrocínio se aproveita do mesmo tipo de situação, são 2 faces da mesma moeda.

      Uma coisa que os DH não entendem, é que por mais que a retórica deles seja positiva, as pessoas no mundo real que trabalham e são vítimas todos os dias estão de saco cheio de falatório, elas querem solução, e devido ao caos legal no Brasil, onde polícia prende e a justiça solta, e a total falta de interesse do governo em mudar isso(em parte culpa dessa retórica dos DH) é preferível sim que o bandido morra de uma vez, antes ele do que eu, simples. Ou será que algum desses defensores dos DH dariam a vida de um filho ou familiar em troca do bem estar de um bandido? Pois é, acho que nenhum, então porque outro cidadão tem que dar?

  12. Gus Van Sant disse:

    até nos EUA onde a população tem acesso a uma instrução melhor a pena de morte é aplicada em vários estados. trabalho na área justamente de assistência social e realmente, aqui no que tive conhecimento os direitos humanos nunca procuraram vítima, só bandido!

    e pelo que eu percebo, com todo respeito, é que a maioria são homossexuais, acho que eles aproveitam isso como desculpa pra se aproximarem dos bandidos que não vêem mulheres ha muito tempo! 

  13. Junior Sentry disse:

    Um texto tão bem escrito, e tão longo, e por mais que eu leia, não encontro o que de fato deveria estar contido…. ” maldade ” Meu caro, não misturemos alhos com bugalhos. As pessoas se choram, com crimes hediondos! Com estupradores de crianças, assassinos em série, e psicopatas dos piores tipos que você nunca viu em sua frente! pessoas que já nasceram desta forma! ninguém aqui quer a morte de ladrão de galinha não! ou, muito menos de trombadinha! Estamos falando de pessoas que não são pessoas! por alguma razão genética nasceram malignas, psicóticas! sem CURA! não existe meio! e pior, gente honesta, que trabalha, terá que custear com imposto, tais pessoas ficarem ou presas, recebendo comida, em sua prisão, ou, em sanatórios! que passam toda sua maldita vida sem uma cura! drenando o dinheiro de pessoas honestas, que poderia ser utilizado para a educação e assim evitar os trombadinhas! deixe de procurar pelo em ovo! não adianta usar sinônimos para deixar o texto mais encantador! o Mal já nasce em algumas pessoas, e não pode ser MUDADO! não existe MEIO para tal pessoa ser CONVERTIDA! você acha justo um criminoso que estuprou, e matou, ficar preso por 30/35 anos ( no Brasil seria solto igual o bandido da luz vermelha ) ( imagine quanto ele não custou para a sociedade estes 30/35 anos preso? ) e depois ter o perdão pelo que fez? isso sem contar o risco de conviver com uma pessoa assim ao seu lado em uma empresa! Não adianta vir com discurso pseudo-moralista de que não existe programa eficaz para reabilitação aqui no Brasil que os EUA é prova viva de que NÃO FUNCIONA! São por causa de pessoas como você, que neste exato momento algum criminoso HEDIONDO esta cometendo algum crime terrível, e pode ser solto pelo MALDITOS direitos humanos! pq, se tivesse EXECUÇÃO rápida e prática! o próprio policial já usava o cadáver deste lixo para adubar um belo jardim…e assim eliminando o MAL pela raiz! espero de coração que NUNCA ocorra com você, ou com alguém de sua família….assim como nunca ocorreu comigo…mas, se um dia ocorrer, aposto meus testículos, que mudará de ideia radicalmente, pq você esta 100% errado…

  14. matheus disse:

    Sempre faço essa pergunta, e defensor de bandido nunca responde:

    Se a violência urbana é fruto da desigualdade e falta de oportunidades, porque mesmo com o desenvolvimento econômico, queda do desemprego e aumento de renda das classes baixas nos últimos 12 anos, a criminalidade aumentou consideravelmente?

    Pois é, ninguém nunca responde. Outra coisa ridícula é ter que aguentar argumento falacioso de que são “pobres roubando de ricos” como se bandido não atacasse e muitas vezes matasse outros pobres ou então pessoas de classe média.

    Bandido simplesmente aproveita brechas legais e falhas de segurança pública pra ganhar dinheiro fácil, gente honesta e desesperada que parte pro crime por falta de opção não comete atrocidades como muitos dos meliantes por aí.

    Esses dias 3 meliantes executaram uma menina de 15 anos que não reagiu em São Paulo, e ficaram rindo depois na delegacia, quero ver algum “doutor esquerdinha” aqui do fórum justificar a atitude desse marginal covarde, com alguma baboseira falaciosa e sem sentido.

    Esse texto é pura perda de tempo, gente assim que se presta a deturpar a realidade e criar artigos falaciosos é até pior que o próprio marginal em si. O que esse país precisa é endurecer as leis e bota-las em prática, ao contrário do que os defensores de bandido dizem, nem todas pessoas são naturalmente boas, existe gente ruim por natureza em todas as classes sociais, a diferença é que o marginal de baixa renda, comete crimes mais bárbaros, enquanto o marginal de alta renda tá lá no congresso nacional desviando milhões e matando de forma “invisível”, ambos os tipos tem que ser punidos severamente, é dando o exemplo que se resolve.

    Não sou a favor de matar tudo, sou a favor de dar penas severas e botar pra trabalhar duro, para tentar amenizar a desgraça e dor causadas, mas na situação atual de caos e impunidade plena, sinceramente, bandido bom é bandido morto.

  15. matheus disse:

    Justamente o que eu disse, as oportunidades aumentaram, o desemprego baixou, a renda do trabalhador aumentou não existe justificativa racional pra tanta barbárie. De resto, você praticamente concordou comigo, a diferença é que acho que existe sim, a necessidade de reformar a legislação.

  16. Faço das palavras do Cascianovidal as minhas.. o texto esta muito bem redigido sob a lógica sofista: dá voltas e não justifica seu propósito. Afinal, no que consiste o contra-argumento à ideologia “bandido bom é bandido morto?”.

  17. matheus disse:

    Em tempo, relato do namorado da jovem assassinada, vejam como são as coisas, pessoas humildes, vítimas de marginais sem remorso e de um estado nacional inútil, que não dá o exemplo e não aplica punição adequada, vejam qual a opinião dele no final sobre os marginais que cometeram o crime, o que o pessoal dos DH acha de ir lá e falar pra ele sobre como ele também é culpado pelo ocorrido? E aquela retórica do “pobre roubando do rico devido ao capitalismo opressor e bla bla bla” como fica? Esse é um dos retratos da vida real, que os sociólogos de gabinete e “iluminados” preferem ignorar e deturpar:

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    O servente de obras Jardel Alves do Nascimento, 24, presenciou a morte da namorada Caroline Silva Lee, 15, em um assalto no domingo em Higienópolis, região central de São Paulo. Jardel afirma que faltou ajuda quando tentava evitar a morte da garota. No HC (Hospital das Clínicas), diz ele, ela teve de esperar por socorro. O hospital, em nota, afirma que o atendimento foi imediato.

    Veja seu depoimento:

    *
    Foi tudo muito rápido. Vínhamos conversando sobre minha tatuagem, que ela queria retocar pela manhã, e de sua primeira aula de acupuntura marcada para às 9h.

    Eles chegaram dizendo “passa a bolsa, passa a bolsa.” Foi um susto. Eram dois. Um deles estava armado.

    Não reagimos. Apenas tentei puxar Caroline para atrás de mim, escondê-la, mas não deu tempo. Um veio por trás e puxou minha mochila.

    O outro ficou agarrado na mochila dela. Ela não queria entregar. “Eu vou atirar, eu vou atirar”, dizia ele.

    O mais valoroso na mochila, para ela, não eram os celulares. Eram seus desenhos que adorava fazer e seus materiais de escola. Ela adorava estudar. Tinha uma bolsa de estudo do colégio São Luís.

    O rapaz encostou a arma e puxou o gatilho. Não tive como reagir. Ele atirou com a arma próxima ao corpo dele. Não esticou o braço. Com certeza ele é um ladrão experiente. Fugiram sem demonstrar nenhum arrependimento.

    Caroline caiu. Só tinha um pouco de sangue na boca e um raspão no olho. Nem percebi onde os tiros pegaram. Só fiquei sabendo depois.

    Corri para o meio da rua para pedir ajuda. Ninguém parava. Ninguém me ajudava.

    Tive de sair da frente dos carros para não ser atropelado. Uma mulher da janela de um prédio gritou que estava chamando socorro.

    Tentei fazer respiração boca boca, fazer massagem cardíaca. Ela tinha asma. Tentava não deixá-la apagar de vez.

    Passaram-se mais de dez minutos até as pessoas desceram dos prédios. Caroline já estava sem pulsação. Não adiantava mais.

    No hospital, ainda ficou numa maca esperando para ser atendida. A médica disse que não poderia atender naquela hora porque a sala estava lotada. Mesmo se tivesse alguma chance, Caroline não teria sido salva no Hospital das Clínicas.

    Deveria ser obrigatório os políticos utilizarem o mesmo sistema de saúde que oferecem às pessoas. Eles estão de boa porque não precisam.

    Para muitas pessoas que estão no poder, eu sou um lixo. Mas meu propósito sempre foi ajudar as pessoas. Ter uma sociedade melhor.

    Caroline pensava da mesma forma. Até por isso a gente se amava. Eu sou muito difícil de me apegar às pessoas. Com ela foi diferente.

    Fazia um ano que morávamos juntos. Morávamos de favor na academia Arte Nobre. Sou faixa verde em Kung Fu, ela era vermelha.

    Ela veio morar comigo, faz cerca de um ano, para me alimentar. Eu tinha acabado de perder o emprego, estava arrasado, ela usava seu vale refeição. Eram R$ 200 mensais.

    Muitas vezes chegava o final no mês e o dinheiro tinha acabado. Ela nunca reclamou. Comia o que eu comia.

    Ela não era apegada a coisas materiais. Eu nunca consegui pagar um almoço melhor para ela. Mas Caroline nunca reclamou disso.

    A gente viveu o mais simples possível. Ela nunca quis ser algo que não poderia ser. Éramos contra o capitalismo.

    Queríamos a faixa preta e montar juntos uma academia em Cascavel, no Paraná, onde moram parentes meus.

    A primeira regra da nossa academia é treinar o corpo e o espírito para a paz.

    Infelizmente, meu desejo é que aqueles três sofram. Sofram o mesmo que sofro hoje.

    Conheci Caroline na Augusta há um ano e meio. Ela estava com a melhor amiga, Beatriz. A mesma que foi cumprimentar na noite de sua morte.

    O que me impressionou foi como era responsável apesar da pouca idade. Tinha uma ideia forte que a gente não vê.

    A acupuntura era muito importante para ela. Era uma forma de homenagear a profissão e a memória do pai.

    Ela também queria ser tatuadora. Desenhava muito bem. Tenho uma tatuagem no peito feita por Caroline. Eu criei a frase, eu gosto de vampirismo, e ela tatuou. Deixei ela treinar no meu corpo. Ela queria retocar pela manhã.

    Minha próxima tatuagem será em homenagem à Caroline. Ela tinha uma tatuagem de um símbolo chinês que significa eternidade.

    Para mim, ela será eterna.

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    Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1174134-jovem-diz-que-ninguem-ajudou-adolescente-morta-em-higienopolis.shtml

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    Bonus:

    Segundo a polícia, Gomes riu na delegacia ao falar do crime. Os dois comparsas também debocharam da vítima, segundo a delegada Leslie Caram Petrus. A Folha não localizou os advogados deles.

  18. Renato disse:

    Curso de humanas = fábrica de socialistas defensores de bandido

  19. […] de março pelo médico aposentado Onofre Lopes Junior numa tentativa de assalto em Lagoa Nova, frangotes saídos do CCHLA-UFRN estão dando chiliquinhos efeminados ante o apoio da maioria do povo natalense ao essencial direito humano à legítima defesa exercido […]

  20. Vanessa disse:

    Cara, obrigada pelo teu texto. Muito bom!

  21. Marcelo disse:

    O povo é afligido pelos ataques dos rebeldes primitivos, membros da sociedade avesso à ordem e ao cumprimento das leis. Pede a aplicação das ideias jurídicas de Gunther Jakobs, o criador do Direito Penal do Inimigo. O intelectual, que apenas frequenta as comunidades, mas não se instala lá, defende o pensamento do italiano Luigi Ferrajolli, resumido no Garantismo Penal, ou, de forma bem grosseira, permitir o usufruto pelos acusados de crime de todas as prerrogativas contidas em lei. O fato revela a distância entre a percepção dos fatos pelo intelectual e a realidade enfrentada pela grande maioria.

  22. AndreReis disse:

    Discurso de professor formado! Vocês vivem numa realidade paralela! Fui assaltado inúmeras vezes em minha rua de minha residência, e ai de mim se eu não entregar tudo o que eles pedem… VAGABUNDOS INFAMES!!! VERMES!!! Será que vocês não percebem que são vocês idiotas idealistas e formadores de opinião suja, que alimentam mais ainda o ódio na sociedade? São vocês é que provocam o ódio, com essas idéias imbecis. NUNCA VI UM SE QUER DE VOCÊS QUE APOIAM OS DIREITOS HUMANOS, IR CONVERSAR, OU FALAR ALGO COM OU SOBRE ALGUMA COISA, COM ALGUMA VÍTIMA DE ANIMAIS BANDIDOS…. NUNCA…

    A culpa é de vocês, de estar nessa merda… A culpa é inteira de idealistas porcos como vocês… Como acha que está a cabeça de um bandido desgraçado, sabendo que tem gente como vocês que apoiam eles… Hein? Acham o que? Que eles vão ser bonzinhos? Boas pessoas que não tiveram oportunidade na vida!!!

    Saco cheio de aguentar gente assim. Espero realmente que nunca na vida aconteça nada com nenhum de vocês… Nunca!

  23. Ellan disse:

    Texto fantástico.Excelente. Achei muito coerente e nos traz uma boa reflexão sobre essa “expressão.
    Não me sinto no direito de opinar sobre, mas queria pelo menos deixar a minha impressão sobre o texto: seu texto encaminha o leitor a uma reflexão – e dependendo da leitura, uma reflexão profunda- mas eu senti falta de um viés, um exemplo. É um tema conflituoso onde há diversas opiniões, e mesmo que tenha sido a sua intenção deixar um espaço para que o leitor refletisse e, ele mesmo, buscasse uma “solução”, acho que um exemplo mesmo que para um norteamento seria bacana.
    Obrigado pela leitura!

  24. […] “Será que é com essa gramática da guerra e do inimigo que se resolve a questão da criminalidade? Combater a violência com mais violência, o medo com mais medo, o ódio com mais ódio não nos levará à paz e à segurança pretendidas. Pelo contrário, nos conduzirá a um regresso ou limiar civilizatório bastante perigoso, o da “guerra de todos contra todos”. Saudar e celebrar ações e execuções à revelia do direito e das leis em nome da legitimidade e justiça das paixões e indignações coletivas e individuais é promover uma igualdade de todos no medo. Nessas condições, todos estão ameaçados o tempo todo, pois a categoria “bandido” estará ela própria submetida a critérios igualmente passionais e pessoais.” Texto completo aqui: https://www.cartapotiguar.com.br/2012/03/19/a-ideologia-do-bandido-bom-e-bandido-morto/ […]

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“Bandido bom é bandido morto!”: a violência homicida do RN e suas mazelas (Parte I)

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