Rio Grande do Norte, sexta-feira, 19 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 9 de abril de 2012

Vida e morte das redes sociais

postado por Arthur Dutra

O ciclo de vida humano é bem simples: nascer, crescer, reproduzir e, ao final, morrer. Isto é assim desde que o mundo é mundo, sem que algum chato de plantão possa contestar sua validade. Evidentemente que existem acidentes no caminho a macular essa ordem natural; o sujeito pode ser abortado e não nascer; atrofiar e ficar nanico; crescer, virar um eunuco e não procriar; ou mesmo ter uma morte prematura que rompa toda a cadeia. Não importa. Até mesmo esses acidentes fazem parte da vida, desde que não provocados, e sim ocorridos de forma espontânea.

Pois bem. Isso se aplica aos animais também? Sim, também aos animais. E aos vegetais? Também aos vegetais essa lei é válida. E aos protozoários? Até aos protozoários ocorre a mesmíssima coisa. Às bactérias, idem.

Agora pergunto: e às redes sociais? É um caso a se pensar. Vejamos.

Todas elas nascem da mente de algum nerd que sofreu bullying na escola ou na faculdade. Não sei o que se passa na cabeça de um cara desses. Afinal, ele é humilhado e hostilizado por seu jeito diferente, mas mesmo assim cria uma “rede social” que serve para a integração virtual entre sujeitos como ele e os que lhe maltrataram. Bom, o fato é que elas nascem e vêm ao mundo, pequenas e desamparadas, carentes de atenção como todo bebê. Daí, é necessário fazê-las crescer.

E elas crescem, ah!, como crescem. Propagandeadas inicialmente pelo velho boca a boca, ou melhor, email a email, elas vão aos poucos ganhando espaço e adquirindo boa reputação entre ou usuários, ávidos por interação e bisbilhotice virtual. Várias nasceram – algumas não vingaram – mas a primeira que vimos crescer com desenvoltura foi o Orkut. Nos seus primeiros anos foi uma verdadeira febre mundial, e logo amealhou milhões de adeptos em todos os recantos do mundo, entre todas as faixas sociais e etárias, sendo invadido mesmo por pessoas que sequer sabiam manusear um computador. Presenciamos o crescimento vertiginoso de uma ideia que teve sucesso, enriquecendo rapidamente seu criador (está aí a justificativa para sua criação), e como toda ideia que tem sucesso e traz caminhões de dinheiro, ela foi copiada. Foi então que procriou.

Ora, se não fosse o velho Orkut, será que teríamos as demais redes sociais como o Facebook, Twitter, My Space, Google+, Badoo, o Hi5 etc.? Na Wikipédia temos listadas mais de cinquenta redes sociais espalhadas pelo mundo. Diga-me se isso é ou não uma reprodução altamente eficiente? Aliás, já não é nem mais reprodução, e sim uma proliferação! Qual ser humano é capaz de gerar cinquenta filhos? Só mesmo aqueles caboclos sertanejos que têm quatro mulheres e sessenta filhos, e se alimentam à base de rapadura, jabá e feijão preto; aí, amigo, nem Viagra supera e não há televisão que impeça.

Mas não pense que a reprodução vertiginosa é sucedida da imortalidade. Vejamos, por exemplo, o caso do antiquíssimo mIRC: nasceu, cresceu, reproduziu (dando à luz ao MSN) e hoje jaz sepultado, dormindo o sono eterno.

Hoje, decrépito, caminha para a sepultura o Orkut. Melancólico e abandonado, é povoado apenas por quem ainda não conhece as maravilhas do Facebook e propagandeadores de festas que ninguém quer ir, a entulhar os inativos scrapbooks alheios com spams e desejos de bom fim de semana. Agoniza no seu leito de morte tentando recuperar o prestígio de outrora criando novos recursos. Em vão. Só não desceu à cova ainda porque é uma boa agenda para lembrar os aniversários dos amigos, outro vício adquirido com o advento das redes sociais.

Hoje, as várias redes sociais estão em diversos estágios desse ciclo: o Facebook é um adolescente vigoroso que está conhecendo o mundo, dominando com seu ar jovial o púbico das redes, embora já apresente sintomas de orkutização, um novo vocábulo a ser inserido no dicionário (se não for ofensivo a ninguém, claro); o Twitter já é um homem feito, maduro, que curte com tranquilidade o sucesso sem se deslumbrar com os confetes, sabendo que ainda pode crescer mais, porém, já imaginando que seu reinado está a perigo e, em breve, poderá ser chamado a seguir seu destino fatal.

Portanto, parece evidente que a lei natural aplica-se com perfeição às redes sociais: nascem, crescem, enriquecem alguém, reproduzem e morrem. Enquanto não chegam ao final de sua jornada, elas vão adquirindo prestígio e proliferando, viciando as pessoas e fazendo-as esquecer, por alguns momentos, do seu próprio ciclo vital.

 

Imagem: Smarnad

Arthur Dutra

Advogado. Editor, proprietário, patrocinador e único escritor do blog "Escritos Improvisados" (http://escritosimprovisados.blogspot.com). Twitter: @ArthurDutra_

8 Responses

  1. Dinix11 disse:

    O Orkut e o Facebook foram lançados com apenas um mês de diferença, e não seguiam a mesma lógica: o primeiro apostava no coletivo, o segundo na individualidade (talvez por isso que hoje tenha tido tanta emigração). Quanto ao IRC, por incrivel que pareça, ainda pode ser verificar por lá muitos usuários fieis e algumas centenas de redes. Fato é que o IRC foi um dos melhores clientes de chat já feitos.

  2. Texto um tanto fraco sobre o ciclo de vida das redes sociais, com contexto histórico mal pesquisado – Facebook não é tão novidade assim; excesso de estereotipização – nerd=igual a boboca, caboclo=polígamo, etc.; e falta de propósito como um todo.

  3. Ccc disse:

    Quanta ignorância. Chamar o mIRC (uma app q utiliza o protocolo IRC) de rede social. kkkkkkk. Sem mais.

  4. Arthur Dutra disse:

    Caras, vcs são muito chatos. Isso aqui é uma sátira, e não uma tese de mestrado sobre redes sociais :p

    Abraço

  5. Não pegue ar, Arthur Dutra, mas acho melhor que deixe de lado assuntos tecnológicos hehe e escreva sobre as sátiras políticas e cotidianas, como as do seu blog, que por sinal é muito bom..

    • Arthur Dutra disse:

      Hoooomi, não peguei ar de jeito nenhum hehe. É só um pedido de benevolência 😀

      Abração

  6. Ramalho disse:

    Olha pra cara do autor e pensa se ele tem alguma moral pra falar mal de nerd?

    Ta de sacanagem né meu caro, estudar um pouco mais sobre o assunto cai bem antes de falar este monte de baboseira.

  7. Marcela disse:

    Texto tão mal escrito e tão sem lógica que quase não consegui terminar, lamentável.

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