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Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 25 de maio de 2012

O loteamento de cargos da Câmara Municipal. Ou porque os vereadores votam em Micarla e contra a população

postado por Fabio Farias
Do Jornalismo Mal Criado (http://www.fabiofariasf.blogspot.com.br)
matéria assinada pela colega Guia Dantas que saiu na Tribuna do Norte agora há pouco é, talvez, uma das maiores lições sobre como funciona o fisiologismo da política brasileira.
Na matéria o vereador do PSB, Júlio Protásio, acusa a prefeita de pressionar os vereadores a votar pela desaprovação das contas do ex-prefeito. Os que não seguiram a orientação da alcaidessa tiveram indicações para cargos cortados.
Segundo Júlio, ele e Franklin Capistrano perderam indicações em postos no município. As pessoas foram demitidas.
É isso mesmo que você leu e entendeu, caro leitor: acontece um loteamento de cargos públicos para vereadores que votam com a prefeita na Câmara Municipal.
Deve ter uma porção de irmão, tia, sobrinha, primo, cachorro, gato de vereador e seus apoiadores ocupando cargos comissionados na prefeitura de Natal para, no fim das contas, não fazerem nada.
E o servidor público concursado continua jogado às traças.
O que o vereador Júlio Protásio nos diz diretamente é: quem é vota a favor da prefeita tem cargos e influência. É bom lembrar que cargo é dinheiro público que será pago a uma pessoa indicada por um vereador. E esta pessoa pode ser a mulher dele, ou o filho dele, o bichinho de estimação dele.
Quem é oposição, não tem nem cargos, nem influência e, consequentemente, nem dinheiro.
Isso explica a seguinte distorção da democracia na nossa cidade: enquanto 90% da população reprova a gestão da prefeita Micarla de Sousa, ela tem ampla maioria de apoiadores na Casa (algo em torno de 15 ou 16 vereadores).
E esses apoiadores são os responsáveis por segurar ela no cargo até agora. Tanto esvaziando a CEI dos Contratos, do que Júlio Protásio – que tinha cargos na prefeitura – foi relator, quanto votando matérias que beneficiem direta ou indiretamente a prefeita, no caso a desaprovação de Carlos Eduardo.
É por isso que a CMN é um circo de horrores. Uma pena.
Vale a nota: um vereador já tem a sua disposição 21 indicações (é isso mesmo, meu amigo) 21 indicações para cargos comissionados dentro da própria Câmara Municipal.

Fabio Farias

Jornalista

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