Rio Grande do Norte, sexta-feira, 19 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 4 de junho de 2012

@AmigosdeMineiro é desativado por ordem judicial e Fernando Mineiro multado por propaganda antecipada no Twitter

postado por Daniel Menezes

O TSE, que considerou as redes sociais espaço público e que portanto não pode ocorrer propaganda eleitoral antecipada, já constatou a anedota que foi a sua decisão. Nos últimos embates sobre a celeuma que envolve o Ministro do STF Gilmar Mendes e o ex-presidente Lula, se tivesse de multar todo mundo que fazia propaganda eleitoral antecipada no Twitter, o TSE, tranquilamente, teria de produzir esquema semelhante ao recolhimento de imposto de renda. A instituição vem preferindo o silêncio ensurdecedor.

Além de outros problemas, como a judicialização da vida política, a questão da propaganda eleitoral antecipada também contempla a total falta de critério. Por exemplo: enquanto o senador José Agripino discursa diariamente em sua Tv, falando de seus projetos, inclusive, em período eleitoral, o perfil @amigosdemineiro foi desativado por ordem judicial e o deputado estadual – não sei se é o mantenedor da conta no twitter, acredito que sim… – Fernando Mineiro, candidato a prefeitura do Natal, obrigado a pagar uma multa de R$ 5 mil.

A juíza que proferiu a sentença, a magistrada Maria Neíze de Andrade, com certeza, não é twitteira e não acompanha a rede social. Se assim o fizesse, veria que o perfil coletivo com propostas e qualidades de qualquer político, não apenas de candidatos, se tornou uma constante. Pior. Também não assiste Tv, pois se acompanhasse os canais locais veria que a possível candidata Micarla de Sousa não perde tempo quando o assunto é utilizar o seu canal para se exaltar e atacar inimigos.

Se utilizar os mesmos critérios, a magistrada terá de multar pelo menos a metade dos demais possíveis candidatos, além de fechar algumas emissoras de Tv do estado.

 

Daniel Menezes

Cientista Político. Doutor em ciências sociais (UFRN). Professor substituto da UFRN. Diretor do Instituto Seta de Pesquisas de opinião e Eleitoral. Autor do Livro: pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática. Editor da Revista Carta Potiguar. Twitter: @DanielMenezesCP Email: dmcartapotiguar@gmail.com

6 Responses

  1. Estudante disse:

    que coisa mais engraçada… se ou outro faz errado, eu também posso? que mentalidade, heim!

    judicialização da política é uma belíssima desculpa para o político não encarar a justiça quando pratica crimes… que mentalidade!

  2. Rodolfo Alves disse:

    Em quanto isso o Pensar Natal de suplente de Dep. Rogério Marinho, as propagandas de Carlos Eduardo são feita vista grossa.  

    • Americo disse:

       O Pensar Natal de Rogério Marinho, salvo engano, foi proibido também. Na verdade, a vedação da propaganda antecipada tem provocado mais confusão do que utilidade pública, em razão da própria estrutura do sistema eleitoral brasileiro, que, com eleições de dois em dois anos, obriga os políticos a estar sempre em campanha, ainda que de forma indireta. A judicialização da vida política é mais uma forma de tirania do Judiciário. É mais uma ilustração do comportamento bipolar de Juízes – ora com um olho no interesse público ora com outro olho no interesse de grupos específicos da sociedade.

  3. Daniel Menezes disse:

    Grande Estudante,

    o que questiono é justamente o critério. Enquanto utilizam blogs, jornais, revistas, canais de Tv e o próprio twitter, o “impactante” perfil, Amigos de Mineiro, que não tinha 400 seguidores, foi, por ordem judicial, desativado. 
    Qual o critério? Continua a minha pergunta…

  4. Daniel Menezes disse:

    Rodolfo Alves,

    é um pouco isso mesmo. Há uma total falta de critério.

  5. Só pode ser brincadeira isso.

    Sério! Não estou acreditando!

    Vejo “trocentas” propagandas dessa quadrilha político-familiar (PSDB, DEM, etc.), mas resolveram bater em cima de um dos deputados com menos poder de influência do RN?

    Há políticos com canais de TV, rádios, revistas, etc., como já foi dito, e onde está a droga dessa juíza?

    Só pode ser palhaçada.

    Olha…eu não sei mais o que será desses estado não.

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