Rio Grande do Norte, sexta-feira, 19 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 5 de julho de 2012

Deus me livre da família Cristã

postado por Felix Maranganha

Os deuses são grandes exemplos de famílias disfuncionais e de relacionamento complicado com seus filhos, e com o Deus Cristão não seria diferente.

 

Uma família disfuncional é aquela em que prevalecem os abusos, os excessos, o mau comportamento e os conflitos, geralmente com reincidência, causando sofrimento de forma contínua e periódica aos membros da família. Exemplos comuns de famílias disfuncionais na mídia são os desenhos como Os SimpsonsThe Family GuyThe Cleveland Show e Bob’s Burgers e, nas séries de TV, temos The MiddleTwo and a Half Men e Modern Family. Quem assiste a essas séries, de primeira se depara com relacionamentos familiares desestruturados, sem a mínima confiança mútua e que é pautada em hierarquias quase gorílicas entre os membros.

Uma criança que cresça num ambiente familiar disfuncional aprende que o fisiologismo (a troca de favores e o tráfico de interesses) é algo natural e ético, e futuramente resulta em adultos com forte dependência emocional que, devido a isso, gerará sua própria família disfuncional. É muito comum a presença de membros alcoólatras, usuários de drogas e violentos que perpetuam vícios observados em seus pais, muitos dos quais têm transtornos de personalidade. O mais comum nas famílias disfuncionais é a falta de respeito (os membros não respeitam as escolhas, as decisões, as individualidades e as opiniões uns dos outros), levando ao pouco diálogo, à falha na construção dos valores emocionais necessários para formatar uma família saudável.

E, para os que dizem que apenas determinados modelos familiares são capazes de gerar filhos disfuncionais, lembremos: é um problema presente em qualquer grupo de modelos familiares, desde pais gays criando um filho até a tradicional família heterossexual cristã.

 

Javé e seus filhos

Um dos motivos que me fazem não ser mais cristão é uma simples epifania. Certa vez percebi que Deus era um tipo de pai disfuncional e, como tal, estava longe de ser perfeito. Como toda a crença bíblica acerca de Deus está centrado na figura de Javé, que alega para si mesmo a perfeição, percebemos então que temos um problema nas mãos.

Como todos os pais e mães que se prezem, Javé quer que seus filhos (ou escolhidos, se assim o preferir) sigam os caminhos que ele ditou. Nem sempre serão os melhores caminhos, e nem sempre serão os mais plausíveis, lógicos ou racionais, mas são caminhos que ele, Javé, fez questão de ditar, e nós temos de seguir se quisermos ir para o céu. O problema é que Deus não criou o homem para os caminhos que ele próprio ditou: nos deu genitálias e hormônios potentes, fez o sexo como medida preventiva para várias doenças, nos dotou de linguagem, pensamento, razão, livre arbítrio e liberdade e, no fim, nos condena por realizar justo aquilo para o qual nós fomos feitos. O problema é que nem sempre seguir o caminho judaico-cristão faz as pessoas felizes, uma vez que a maior parte das estruturas de nosso corpo e de nossa mente não suportam coerentemente o modo de vida cristão. O problema é que a felicidade das pessoas não importa muito para Javé, pois sempre que uma pessoa está simplesmente cuidando de sua vida e sendo feliz sem causar mal a outra pessoa ele faz cair fogo e enxofre do céu para castigar a felicidade dos mortais.

Javé é um pai disfuncional, tem comportamento semelhante ao de um pai alcoólatra e impaciente, sempre batendo nos seus filhos e criando regras repentinas e impraticáveis, e dando uma surra sempre que as regras não são cumpridas.

Analogias necessárias

Assim como ocorre na relação entre Deus e Homem, a relação Pais e Filhos também leva consigo alguns problemas. Lembremos que não sou pai ainda, mas muito do que penso a respeito de criar filhos perpassa uma linha tênue entre o amar e o respeitar, principalmente respeitar as escolhas dos filhos. Minha proposta pessoal é que eles não confundam o ato de vigiar seus passos para assisti-los quando algo der errado com o controle de seus passos para que não cometam erros (como posso demonstrar em um texto futuro, considero o erro a melhor forma de autoaprendizagem de todas).

Primeiro problema: Deus desrespeita as individualidades que ele próprio instituiu, causando sofrimento, morte e dor a todos os seus filhos. Do mesmo modo, um pai que não respeita as individualidades dos filhos pode causar sofrimento para o mesmo. Um pai hétero que não respeita um filho gay em sua individualidade está mais preocupado com o que os outros dirão dele que propriamente com a felicidade de seu filho.

Segundo problema: Deus não tolera a expressão de determinadas emoções (tristeza, raiva, cansaço), julgando e punindo muitos dos que expressam tais sentimentos. Da mesma forma, muitos pais, achando que estão fazendo o melhor pelos filhos, muitas vezes punem o choro como sinal de fraqueza, ou o simples gosto por costura ou decoração como sinal frescura, ou a ambição profissional como sinal de mal-caratismo.

Terceiro problema: como narcisista-mor, Deus manipula o povo com milagres, promessas, profecias, ameaças. Em vez de um povo amá-lo pelo que ele simplesmente é, ele gasta seu tempo tentando comprar esse amor por meio de ameaças ou presentes. Alguns pais fazem isso para comprar a obediência de seus filhos: surras desnecessárias (não confundir com palmadinhas), presentes pra parar o choro, promessas pra parar a birra, ameaça de castigo pra parar a desobediência. Muito do que temos como fisiologismo e ditadura é basicamente o que foi ensinado em casa.

Quarto problema: Deus é o tipo de pai abusador. Ele mata, comete genocídios, castiga duramente qualquer pessoa, manda crianças de peito e fetos para o inferno. Os pais humanos fazem o mesmo às vezes, dando surras e espancando seus filhos o tempo todo, torturando física e mentalmente, valendo-se de agressões verbais constantes, e tudo isso no intuito de dominá-los.

Quinto problema: Deus priva os humanos de sua liberdade ou de direitos básicos em troca de amor. Privou povos inteiro de seu direito à vida, à liberdade, à opinião, ao lar, à paz, e tudo isso em troca de ser amado. Ainda por cima, privou o próprio povo judeu de suas terras por quase dois mil anos somente porque não acreditaram de cara em uma evidência de Messias (nascido no Natal, segundo os que creem nele), cujas evidências foram apresentadas de forma vaga, irracional e sem o mínimo de plausibilidade. Alguns pais fazem o mesmo: privam seus filhos de experiências de vida, de liberdade, de opiniões, enfim, muitos pais, para sentirem-se dominadores na relação pais-filhos, privam seus filhos de suas próprias individualidades.

Sexto problema: Deus é dogmático e sectário. Qualquer pessoa que disser a Deus que não acredita nele é simplesmente mandado para o inferno. Você faz de tudo para melhorar a vida de todos os que te cercam, e sem esperar nada em troca, nem mesmo após a morte, sem esperar reconhecimento nem nada, apenas faz porque acha que é o correto, mas se você simplesmente não amá-lo nem acreditar nele, vai para o inferno, enquanto que toda uma bancada evangélica corrupta rouba milhões dos cofres públicos, mata muito mais gente, e vai para o céu somente porque acredita nele. Enfim, Deus não gosta de opiniões contrárias. Alguns pais são assim: seus filhos são proibidos ou impedidos de exercer opinião e, quando o fazem, jogam a culpa nos amigos, nos relacionamentos, nos colegas, pois os filhos deles jamais seriam capazes de pensar por si mesmos e de discordar das ideias de seus pais.

Sétimo problema: Deus é perfeccionista. Não adianta tentarmos, tentarmos, tentarmos, nunca conseguiremos fazer nada do que é necessário. O excesso de regras e a pouca tolerância com falhas vêm do fato de ele ter nos criado para errar, para cometer falhas, e de isso ser praticamente um fato autoevidente, mas ele nos faz acreditar que a falha é nossa, nos convence de que nós somos imperfeitos e ele é perfeito, e exige de nós uma perfeição humanamente impossível. Alguns pais fazem o mesmo: querem que seus filhos sejam perfeitos em todos os sentidos do que eles consideram perfeição. Pais cristãos querem que seus filhos sejam exemplos máximos de vida cristã. Pais politizados querem que seus filhos sejam exemplos perfeitos de suas ideologias. Pais consumistas querem que seus filhos sejam exemplos perfeitos de capitalistas. Muitas vezes, é uma perfeição que não se pode exigir de um ser humano, e que os próprios pais não cumprem, fazendo com que os filhos vejam a hipocrisia como um caminho válido a se seguir.

Oitavo problema: Deus é o maior promotor da Síndrome de Münchhausen por procuração de toda a existência. Enquanto que um portador da síndrome inventa ou mente sobre sintomas próprios para conseguir remédios ou benefícios, quem o faz por procuração atribui doenças inexistentes a terceiros, inventando doenças ou mentindo sobre sintomas para obter controle sobre eles. Deus atribui uma doença ao homem, o pecado, afirma que o meio de se libertar da doença é confiar no sacrifício de outro filho seu, morto por ele próprio. Alguns pais (principalmente mães) têm Síndrome de Münchhausen por procuração, criando seus filhos como portadores de asma, TAG, TOC, Depressão, Esquizofrenia, Hiperatividade e outras doenças que, na maior parte das vezes, são simplesmente inventadas pelas mães para manter o controle sobre seus filhos (ou para justificar a falta de controle).

Corrigindo o problema

E o que fazer para não me tornar um pai disfuncional? Bastante simples: antes que seu filho chegue à adolescência, procure corrigir em si mesmo todos os problemas que uma criação disfuncional fez com você, ou simplesmente respeite a individualidade dele. Você pode fazer em qualquer um dos vários caminhos psicológicos à disposição de qualquer pessoa, ou simplesmente não usando seu filho como depósito de frustrações.

Todo pai quer que os filhos sigam seus passos, e isso é natural, nada contra. Obviamente, todos os pais querem filhos que exerçam as mesmas profissões que eles, que pratiquem as mesmas religiões que eles, que tenham a mesma sexualidade que eles, que sigam as mesmas opiniões políticas que eles, que morem nas mesmas cidades que eles, que tenham os mesmos gostos que eles e que possuam os mesmos pontos de vista que eles. Porém, nem sempre nossos filhos serão felizes exercendo a mesma profissão que a nossa, praticando a mesma religião que nós, tendo a mesma sexualidade que nós, seguindo as mesmas opiniões políticas que nós, morando nas mesmas cidades que nós, tendo os mesmos gostos que nós, nem possuindo os mesmos pontos de vista que nós. A maioria dos pais, hoje, criam filhos para serem suas cópias, e terminam deixando a felicidade deles em segundo plano.

Muitas vezes, um filho nosso poderá seguir uma profissão que consideremos loucura (como ser professor de nível fundamental em vez de empresário de publicidade). Muitas vezes, um filho nosso pode simplesmente praticar uma religião que consideremos esquisita (imaginem-se como dois evangélicos pais de um filho umbandista). Pode ser que nossos filhos tenham sexualidade divergente do restante da família (imaginem uma filha trazendo a namorada para casa num lar heterossexual). Nossos filhos podem ter opiniões políticas diferentes (mesmo eu sendo coletivista libertário, pode ser que um filho meu simpatize com os ideais direitistas neoliberais). Pode acontecer de um filho nosso querer tentar a vida em outra cidade ou país (imaginem se um filho aparece com passaporte carimbado e malas prontas pra passar o resto da vida na Austrália). Pode ocorrer de nossos filhos terem gostos diferentes (mesmo eu amando Rock, um filho meu se tornar apaixonado por pagode). Pode ser que um filho nosso desenvolva pontos de vista distintos (um evolucionista pode ter um filho criacionista).

E em nenhuma dessas situações, o filho tornou-se mais ou menos amável, apenas exerceu sua individualidade que, numa família saudável, culminará tão somente em sua saúde enquanto pessoa, indivíduo.

Ou seja, bons pais respeitam as decisões (mesmo aquelas que consideramos ruins ou loucuras) e a individualidade dos filhos, incentivam a livre expressão dos filhos (inclusive o questionamento das verdades dos pais), têm a mente aberta o suficiente para não sair julgando demais os amigos ou os gostos do filho, tiram dúvidas sobre a vida de forma aberta, compreensiva e não impositiva, não descontam raivas ou frustrações nos filhos, e estão presentes para interagir com eles quando precisarem (ou seja, colocam o bem-estar de seus filhos acima do cansaço do fim do dia após o trabalho).

O lance é: nunca aja como Javé, pois ele não é lá um bom exemplo de pai.

Felix Maranganha

Licenciado em Letras, especialista em Educação a Distância e mestrando em Ciências das Religiões, Felix Maranganha é Linguista, Filólogo, Escritor, Filósofo, Defensor dos Direitos Humanos e Libertarianista. Pratica o Zen-Budismo, é ateu, joga sinuca e poker e adora pimenta. Alguns o confundiriam com um anti-marxista, mas ele não liga muito para essas coisas. É autor do blogue http://ocalangoabstrato.blogspot.com

50 Responses

  1. celso muniz disse:

    que os deuses nos livrem de todas as famílias. a família não é a celula mater da sociedade. é a sua perdição enquanto modelo de convivência e tolerância.

    • felixmaranganha disse:

      Apesar de não defender um modelo único de família, eu acredito na família como uma célula importante na sociedade, e não descaracterizo o modelo tradicional, apenas o agrego a um conjunto maior de modelos. Lembre-se que o que afirmei aqui é que não importa muito qual o modelo familiar, o que importa é que uma família disfuncional pode existir em qualquer formato de famiília.

  2. Carlos Junior disse:

    Para quem ainda tem dúvidas se é ou não agnóstico, o texto é excelente. Esclarecedor! Parabéns ao autor e ao site por veicular essa mensagem. 

    • felixmaranganha disse:

      Valeu, Carlos. De fato, o deus cristão é bastante incongruente em alguns aspectos, e eu só citei um deles.

  3. Leandro Renovato disse:

    Seu conceito de família bíblica e do relacionamento do homem com Deus é bem estranho. Acredito que para falar sobre estes temas o Senhor deveria começar a ler a bíblia para depois escrever algo sobre ela. Sua visão está muito distorcida. Parece que foi montada em cima de comentários sem um real conhecimento de causa.

    • felixmaranganha disse:

      Não sei porque toda crítica que é feita à visão bíblica é necessariamente considerada uma crítica sem conhecimento de causa e sem leitura prévia. Minha visão se baseia nas incongruências entre o deus do antigo e do novo testamento.

    • Alyson_vilela disse:

      Para você criticar a visão do autor, você deve ter um contra argumento, não? Pelo que li do texto, o autor demonstrou ter um grande conhecimento da Bíblia e mencionou atitudes de Javé escritas no “grande livro”. Eu fui protestante por 24 anos, li a Bíblia mais de uma vez e todas as atitudes atribuídas a Javé têm base bíblica. 

      O problema é que o cristão tem o olho tão tapado, que se recusa a aceitar qualquer crítica à sua visão da Bíblia. Em resumo, é assim: se você concorda comigo, está bem embasado. Se está fazendo uma crítica à Bíblia, está mal embasado. Assim não dá pra discutir.

    • Dd disse:

      Concordo que o autor do texto não têm qualquer conhecimento a ponto de argumentar coerentemente sobre assuntos bíblicos, tal texto não passa de comentário pejorativo.  

      • felixmaranganha disse:

        Em que sentido? Poderia demonstrar? Gosto de demonstrações.

        • Dd disse:

          Qual tipo de pai seria exemplar pra você? Relacione aqui uma lista de qualidades indispensáveis de um bom pai. Garanto que rebato todas e ainda fundamento com trechos bíblicos. Lembre-se Deus é bom, e não tire suas conclusões sobre ele, baseando sua experiencia em contato com os homens, mas sim, tente buscar um contato direto. Leia a bíblia. Abraço.

          • felixmaranganha disse:

            Um bom pai é simplesmente um que dá espaço e respeita a individualidade do filho, seja lá qual for essa individualidade. Está no texto, leia,

  4. Tiago disse:

     Que o MEV nos livre de Jeová.

  5. Alyson_vilela disse:

    A última frase resume lindamente. Quem tem Javé como exemplo de pai não pode ser um pai tão respeitador.

  6. Arthur França disse:

    Um pouco fora do contexto, mas dentro do assunto…
    Engraçado que os velhos valores atribuidos a pessoas religiosas de igualdade, moral e bons costumes não são seguidas de exemplos reais. Os países com os maiores IDH do mundo são os países que possuem o maior número de ateus ou de pessoas que não vêem importância na religião. Chegando a uma bagata de 70% na suécia que possui uma das sociedades mais pacificas e equilibradas do mundo.
    acho que vale a pena salientar isso…

    • felixmaranganha disse:

      Arthur, nesse ponto eu discordo. A proporção Ateus-Religiosos nos países escandinavos ainda se baseia em uma pesquisa por amostragem de suas populações e em informações da wikipedia retiradas de uma pesquisa informal da Times. A realidade é que Suécia, Noruega e Dinamarca possuem maioria luterana (a zona rural nesses países é apinhada de igrejas atuantes). Só no caso da Finlândia é que essa informação é mais correta.

  7. Tiago disse:

    Concordo plenamente!! E ainda há diversos exemplos que podem serem observados nitidamente no dia a dia. Um modelo de família totalmente vinculado aos valores e paramentros do modelo de produção econômico.

    • felixmaranganha disse:

      Qualquer modelo divino poderia ser usado aqui. No caso, não falei de economia, isso fica pra outro texto.

  8. Rafaela disse:

    Até que enfim um bom artigo! Adorei e concordo plenamente.

  9. Thiago disse:

    Jave representa, de certa forma, o que os políticos (e as elites) estão tentando fazer nos dias de hoje: eles pouco se importam com quem eu sou, mas sabem o que é “melhor pra mim” e vão criar leis para empurrar esse “melhor” para mim. Vide as leis anti-tabagistas, as leis anti-obesidade e anti-drogas…

    • felixmaranganha disse:

      Digamos que eu tenha uma ideia menos “sociológica” para a ideia de Deus. Vejo-o como um espelho heróico de tudo o que o homem da Idade do Bronze almejava ser. Com o tempo, foi apropriada pela cultura e, depois da Era Axial, foi imprimida irreversivelmente no modo de ser do homem ocidental.

  10. Dd disse:

    O que eu acho mais interessante é que existe uma “balança incoerente” na maneira de julgar da nossa sociedade, em especial, dos que dizem sofre repressões ou mesmo preconceito, a saber: gays e ateus. O ataque desenfreado desses “ditos grupos” é de certa maneira quase que hitlerista, talvez esteja errado, mas já se imaginaram em um governo assumidamente gay ou ateu? Sério mesmo, acho que esse texto é mais uma nítida forma de tentar distorcer o real pensamento cristão, a crença do Cristo Salvador, digo, não tomem como exemplo de cristão os homens (poderia citar vários: como ex. o dono de uma emissora), mas sim a Jesus de Nazaré, O Cristo. Quanto a questão que Deus pune e deixa seus “filhos”, muitas vezes “os escolhidos” na dor e sofrimento, ora, a base da filosofia cristã e a vida eterna (não quero entrar agora na discussão se ela existe ou não), a fé pela crença no Salvador, e como toda filosofia existe regras, inclusive aquelas que não as têm (acho que 10% vai entender o que falei até agora) é o centro cristão, mas em fim, acho que qualquer ser humano, não “tiro da reta” os cristãos, é passível de ter “problemas”, o poder corrompe (acho que Deus é perfeito, mesmo tendo todo o poder, e como já dito, minha fé na crença, a base filosófica cristã, que existe uma vida pois morte é que me mantem neste pensamento, inclusive sem fundamentação cientifica) esse é fato, e a unica maneira de reverter tal situação, é por meio de reflexões, debates e esclarecimentos. A criação de um mecanismo de segurança onde imperasse respeito (amor) entre as partes da sociedade é um caminho (democracia e justiça por exemplo).

    • Dd disse:

      Acho que não conclui de maneira clara. Portanto, não concordo com o texto, mas respeito sua posição e admiro os meios pelos quais ele veio e permanece online. 

      • felixmaranganha disse:

        Eu aceito versículos e capítulos que demonstrem logicamente que Deus não é um pai disfuncional. Vai por mim, um Deus que envia seu próprio filho pra morrer é um sádico.

        • Dd disse:

          Você pirou, isso é certo. Como falei, a religião cristã é baseado em crenças, tais crenças compõem uma filosofia, um modelo de vida, uma visão de mundo, assim como você tem a sua, as pessoas têm as delas, fui claro? Pois bem, os cristãos (ai me incluo) acreditam na vida após a morte, sendo a morte para nós um fato impossível de ser evitado (em sua concepção atual e segundo até o homem conhece, ou é possível de conhecer cientificamente), ou seja, existe vida após a morte, pois Cristo ressuscitou, inclusive, você já deve ter ouvido falar, em Pai, Filho e Espirito Santo, simplesmente Deus, aqui vai pra você 
          http://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/1 acessa ai… Tipo um destaque pra você:  

          No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. João 1:1-3

          Ok? Entendeu? Muitas pessoas não falam abertamente, de forma clara: Jesus é Deus! E ainda, sua vinda aqui entre nós, foi simplesmente uma missão, qual seja, ele mesmo ensinar, morre na cruz, ressuscitar, e aquele que crer ser salvo, ele veio salvar. Amigo, poderia passar o resto da minha vida explicando, até eu mesmo tenho muito que aprender, você pode deixar seu e-mail, a gente marca um encontro, e discute esse assunto com muito respeito é claro, a base de uma boa conversa. Agora dizer que Deus é “sádico”, absurdo. Veja o que o nome significa: Aquele que sente prazer ao fazer outra pessoa sofrer. Mau, bárbaro, cruel. 

          Portanto, tal texto responde a sua indagação feita acima.

          Só é questão de respeito. Como falei, se fosse um texto onde alguém tivesse falando de gay ou ateu, seria preconceituoso. Mas não, falar de Deus, a fim de combate-lo é chamado por uma esquerda e pensadores falidos de “libertadores” ou “revolucionários”.

          Demagogia intelectual. Esse deveria ser o titulo do seu texto, mas pra chamar atenção, você foi pejorativo, pedante. 

          Deixei claro? 

          • felixmaranganha disse:

            Hm, então se discordo de você e tenho razões para tal, sou preconceituoso? Pensei que preconceito fosse outra coisa.

            Deus é um sádico sim! Baseia-se em uma concepção antropomorfizada e que induz o sofrimento aos outros seres.

            Se os cristãos têm crenças e isso motiva um meio de vida, é com os cristãos. Isso não implica no fato de que as crenças são verdadeiras, e muito menos que sejam inquestionáveis. Aprenda uma coisa: não existem ideologias inquestionáveis. Viver em sociedade é conviver com as opiniões dos outros, mesmo as contrárias.

          • Dd disse:

            Até entendo você nesse contexto… 50%… Você é preconceituoso sim… Não é isso que diriam se o texto tivesse o titulo “Ateus, que família é essa?” …

            Vou orar por você, pense em Jesus, suas atitudes e objetivos. Vale pena refletir. 

             

          • felixmaranganha disse:

            Não estou sendo preconceituoso. Estou analisando uma ideia, vendo suas derivações e suas consequências, e suas correlações com outros fatos. Isso não é preconceito, é empirismo. Preconceito seria se eu dissesse que toda família cristã deva ser eliminada, que os cristãos devem ser queimados ou que todo seguidor de Jesus é ladrão. Isso sim seria preconceito. Não estou sendo preconceituoso, estou abordando uma ideia, apontando o porque de eu não concordar com ela. Eu poderia dizer porque não concordo com o ateísmo, o nazismo e em outro texto aqui já falei porque não concordo com os diversos movimentos sociais. Não fui taxado de preconceituoso nem de racista por nenhum dos comentadores por demonstrar minha discordância em relação a algumas ações do movimento negro. Fui rebatido por não concordarem com minhas ideias, ninguém atacou minha pessoa para afirmar que eu era racista. Quando critiquei o ateísmo em meu blogue, dois ateus amigos meus vieram e criticaram minhas opiniões. Nenhum deles disse que eu era preconceituoso, mas apenas que discordavam e disseram o porquê. Aqui está faltando isso: apresentei uma opinião, e as pessoas que leem, em vez de criticarem A OPINIÃO, sentem-se mais a vontade partindo para o Ad Hominem.

            Faz assim, peça tolerância a esse teu Jesus, e também peça mais inteligência, pois pelo jeito está precisando para ler corretamente e debater corretamente uma ideia.

            Não existem ideias inquestionáveis.

          • Dd disse:

            Achei seu blog legal e tudo, confesso que nem li direito esse seu último, só vi mensagens sobre “tolerância a esse teu Jesus”, fico triste por não haver respeito por pessoas que tem liberdade de formular opiniões, e mais ainda por um site permitir tais distorções, na verdade o site tem até uma boa temática, mas num precisa desrespeitar, se você quer ser ateu beleza, só não precisa ferir os outros tocando-lhe sus crenças, em ambos os lados existem pessoas que não se respeitam, inclusive cristão.

          • felixmaranganha disse:

            Então sugiro ler todo o comentário direito.

  11. Priscila disse:

    Seu texto é tão profético que me dá vergonha. Sou cristã e passei boa parte da vida em igrejas e em uma família que insistiam justamente nisso que você denuncia. Os resultados foram, obviamente, coerção, desrespeito, autoritarismo, controle via culpa, etc.

    Vivi crises de fé grandes até encontrar pessoas (profetas como você – no sentido de profecia como denúncia de injustiças) que expuseram o erro dessa visão deturpada de Deus que a maioria das comunidades ditas cristãs trazem e mostraram um ponto de vista diferente e perigosíssimo para as lideranças religiosas. Perigosíssimo por mostrar um Deus que dá ao povo liberdade plena, dentre muitas coisas que a igreja proíbe por tradição.

    Esse Deus que você descreve é o Deus que a maioria das igrejas divulga. Mas não é o meu. Que bom que não é seu também.

    Um abraço.

    • felixmaranganha disse:

      Fico feliz por você, Priscila. É bom separar bem as duas coisas. Nem sempre o que a Igreja prega é o melhor para nós, e nem sempre nossa interpretação de um texto sagrado é o mesmo para todos. O Deus que as igrejas pregam (no meu caso, acredito que é da Bíblia também, mas cabe à sua fé resolver as contradições e à minha razão denunciá-as) é justo esse Deus mesquinho e disfuncional, que dá maus exemplos. Enfim, espero que sua fé seja a sua resposta e que te leve por um bom caminho.

  12. Marcusvarelav disse:

    Este
    texto certamente causará muita polêmica e chocará muita gente. Se as
    pessoas tiverem o cuidado de ler atentamente, perceberão que as
    verdadeiras intenções do autor são positivas e engajadas com o bem
    comum. Fico feliz em ver espaço para críticas deste tipo na mídia.
    Acredito firmemente que algo de muito bom emergirá quando a humanidade
    estiver preparada pra abdicar do divino e cuidar mais do humano.
     

  13. AdrianoV disse:

    Eu ainda não sei o que sou, no que diz respeito à tendência religiosa, mas fiquei um pouco triste ao ler o seu texto, sr. Maranganha. Meu conhecimento de vida é pouco, e é menos ainda, quando se trata de religiões. Mas o pouco que sei, acredito que nenhum desses problemas que o sr. citou acima em seu texto, faz jus à entidade superior que você titulou de ‘DEUS’. Quem causa os nossos problemas somos nós mesmos, os seres humanos. Nós é que nos deparamos diariamente com os problemas da vida, dos relacionamentos, profissionais, e acima de tudo, com os problemas de ordem pessoal, mais especificamente , dos problemas da pessoa consigo mesma. Nós nos deparamos com uma realidade, mas essa realidade é diferente para cada um. Vai ser percebida diferentemente de acordo com as experiências pessoais de cada um.

    Acredito que o real problema não seja uma família desestruturada, ou uma má educação, ou outra coisa do tipo. Acredito sinceramente que é um problema de  ‘Inconsciência Coletiva’. Pessoas vivem, ou melhor, sobrevivem, nesse mundo como que se em modo automático. Todos os dias realizando as mesmas coisas, revivendo os mesmo problemas e lidando com eles como sempre lidaram. Poucas são as pessoas que tomam conta de si e que resolvem fazer algo para mudar a estória delas e a dos outros.
    Desculpe-me por tanta fala, mas quando terminei de ler, senti quase que uma necessidade em responder.
    Assim como você, acredito muito na Humanidade e no seu progresso.
    Mas acho que a chave está com cada um de nós. E cabe a nós mesmos achá-la e nos libertarmos.     

    • felixmaranganha disse:

      Adriano, se você verificar a própria natureza de Deus, perceberá que ela é incongruente e abusiva. Quando Deus manda matar crianças de colo e rasgar o ventre de mulheres grávidas, ou quando simplesmente afoga todos os seres que não tinham culpa num dilúvio por causa de uns poucos, demonstra que ele não é muito justo, e muito menos congruente. Sem falar de que é um Deus totalmente antropomorfizado, sujeito às variações de humor humanas.

      Quanto à família, se perceber, usei Deus como um exemplo. Eu poderia ter usado Zeus, Marduc, Baal, Cronos… Em essência, as famílias divinas são sempre disfuncionais. O problema é que, no caso de Deus, há três grandes religiões sustentadas, o que justifica usá-lo como exemplo aqui.

      Quanto à realidade: isso tudo o que você disse é trabalhado no Budismo que, por sinal, é ateu.

      • AdrianoV disse:

        Talvez o problema resida nisso não achas, Maranganha. Nós, às vezes, tentamos entender tudo que nos rodeia. Tentamos entender um ‘DEUS’. Tentamos entender suas atitudes…

        Mas será que conseguimos ser sinceros o suficiente para observar passivamente um determinado evento sem um pingo de interferência pessoal?
        Acredito que existe apenas uma Grande religião e um único DEUS. O que acontece é que as pessoas interpretam de maneira fanática tudo o que lêem e geralmente são pessoas ‘inconscientes’ de si. Pessoas que não conseguem enxergar os próprios defeitos e apenas os reproduzem.
        Posso estar tendo uma visão um pouco ingênua, mas isso me mantêm firme na busca pela verdade (se é que existe uma verdade absoluta…)
        Mas obrigado pela dica do Budismo!
        Vai ver eu sou budista e ainda não sei! rsrs
        Abraço

        • felixmaranganha disse:

          🙂

          Existem outras religiões ateístas também, tanto que o Oriente quase todo é formado por ateus.

  14. Cara, Deus é bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Sou cristão e esses problemas que vc colocou certamente não são do meu Deus….pena q vc desistiu de Deus simplesmente por ouvir e experimentar más idéias e más influências. C precisa repensar esse evangelho chinfrim, pq o evangelho não é assim. Uma dica que eu te dou é ler cristianismo puro e siples, de C.S Lewis. C vc ler o livro e mesmo assim continuar a pensar dessa forma simplista que vc colocou no texto, a respeito de Deus e do ser cristão, vou ponderar melhor suas opiniões….sorry….

  15. Na atual sociedade que vivemos é preciso e importante que muitos aceitem a existência de deuses. Já pensou o que aconteceria se a maioria das pessoas acreditassem que após a morte não teríamos uma punição pelos “pecados” cometidos? Ou mesmo uma recompensa pelos bons atos?

    • felixmaranganha disse:

      Não necessariamente. Budistas, Taoístas e Jainistas são ateus, e os dois primeiros não têm preocupação com a vida após a morte, e são doutrinas bastante éticas.

    • Alyson Vilela disse:

      Você está dizendo que só não sai matando e estuprando por que tem medo do inferno?

  16. Alyson Vilela disse:

    Interessante como vi cristãos como Israel Patriota, Leandro Renotavo e Dd provarem empiricamente a verdade do que disse o autor. Todos com apenas um argumento: o autor não conhece nada da Bíblia. O fato é que o autor demonstrou claramente seu ponto mostrando fatos que realmente estão na Bíblia. 

    O que eu vejo aqui é que essas pessoas, assim como outros cristãos, estão completamente fechados à opinião alheia. Se sua opinião for diferente da minha, então você está mal embasado. Falam que ele não sabe do que está falando e sequer dão algum argumento para provar.

    Agora sabemos que é um comportamento típico cristão o de refutar tudo o que você diz, caso vá de encontro ao que eles pensam. Em seu modo de discutir, não parece haver uma verdadeira preocupação em discutir respeitando a ideia do outro. Porque, para haver uma discussão saudável, não é preciso haver concordância. Mas, no mínimo, é preciso considerar o que diz o outro no debate, tentar entender seus argumentos e considerar, mesmo que minimamente, que algo do que o outro diz possa ser plausível. Você não precisa concordar, mas precisa ao menos refletir sobre o que o outro fala. A recusa à reflexão é tanta, que Dd chegou ao ponto de dizer que rebateria uma resposta com base bíblica, resposta essa que Félix ainda nem tinha dado. Ou seja, não importa o que você vai dizer, eu vou discordar. Ou seja, entra-se em um debate com a mente completamente fechada e decidido a discordar do outro, não importando seus argumentos. Em outras palavras, “eu não quero saber, estou certo e pronto”.

    É isso que impede muitos cristãos de evoluir eticamente. Não importa  o que seja dito, eles não querem refletir em suas falhas. Não querem questionar se seu modelo de vida tem algo a melhorar. Mas sim, mantêm uma atitude reacionária típica de “se apontar um problema no meu modo de pensar, reagirei imediatamente tentando provar que você está errado”, quando a melhor reação para o crescimento próprio seria “se apontar um problema no meu modo de pensar, refletirei, debaterei e pensarei se há algo que eu possa fazer para melhorar”. 

    O que eu vi aqui nos argumentos dos cristãos me fez parecer muito com o pai que diz “é assim” e o filho “mas por quê?” e o pai responde “porque sim e pronto”. Não há um desejo de evolução, de autocrítica, apenas de provar-se sempre certo. Eles tentaram mostrar que o autor estava errado e, nesse ímpeto, apenas mostraram como ele estava certo.

    • felixmaranganha disse:

      Caiu de machado no meio da multidão, hehehe.

    • Dd disse:

      Acho que se você leu o que coloquei, deve ter esquecido rapidamente, disse que respeito a opinião do autor do texto. Vou resumir pra você, o autor do texto simplesmente utilizou de recursos linguísticos de forma pejorativa, foi preconceituoso (se for adotado o critério de pessoas que não podem falar de gays), mas respeito sua opinião. Quanto ao fato de dizer que ele não se baseou na bíblia, foi no sentido dele não entender o real significado da mensagem lá contida (apesar que existe inúmeras interpretações), apenas argumentei segundo meu ponto de vista, assim como você do seu. 

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