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Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 8 de agosto de 2013

Black Blocs: ação condenável ou legítima?

postado por Carta Potiguar

Por Cesar Sanson (Professor de sociologia UFRN).

Publicado no Brasil de Fato

blaNas últimas semanas aumentaram as batalhas de rua em São Paulo e no Rio entre os black blocs e a política militar. Os black blocs fazem da ação direta a sua estratégia política e visam atingir sobretudo estruturas físicas do capital e do Estado – estilhaçam vidraças de bancos e picham prédios públicos, símbolos do poder.

De clara inspiração anarquista, os grupos black blocs identificam no Estado e no Capital a violência contra a sociedade. Para os black blocs, a violência está na ação do capital e do Estado e não na ação destrutiva simbólica por eles praticada. A performance destrutiva é uma concepção política, uma ação pedagógica e politizadora para o conjunto da sociedade.

Tapumes protegendo as fachadas de bancos, shoppings e prédios públicos fazem a população se perguntar: Do que se protegem?

A ação direta e virulenta dos black blocs remonta os anos 60, porém, ganharam visibilidade nos protestos contra a OMC em Seattle, naquela que ficou conhecida como a ‘Batalha de Seattle’ (1999) e depois em Genova (2001) por ocasião do encontro do G7 – que vitimou o ativista Carlo Giuliani – primeiro mártir do movimento antiglobalização.

Os encontros da OMC, do FMI, do G7 e do Banco Mundial são alvos dos black blocs – identificados como poderes paraestatais que subordinam os povos do mundo.

A interpretação de que os black blocs são meros grupos de vândalos e baderneiros é equivocada. Constituem-se como grupo político, agem como grupo político e sua ação possui fundamentação teórica e política. Aceitar ou não os métodos dos Black blocs é outra coisa.

Utilizando-se de uma hermenêutica foucaultiana, os black blocs exercem a biopolitica contra o biopoder.

 

Carta Potiguar

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