Desliga tudo: O problema escondido da TV Digital no Brasil

Já faz um tempo que a TV Digital é uma realidade para uma grande parte da população mundial. Com algumas características interessantes, principalmente interatividade e qualidade de imagem, a TV digital chegou e já está movimentando milhões de dólares pelo mundo. Com a tecnologia, o desenvolvimento de outros mercados é beneficiado, como o desenvolvimento de aplicativos para as TVs por exemplo. Rivalizando com as SmartTvs, a TV Digital tem grandes desafios a serem enfrentados. Hoje, já com muitas cidades usufruindo da cobertura digital no país, a tecnologia vem ganhando adeptos nos lares brasileiros. Mas é aí que encontramos o principal problema. Recentemente, o governo anunciou o plano de transição para o switch-off, ou seja, o desligamento da faixa da TV analógica no Brasil. O Ministro das Telecomunicações, Paulo Bernardo, determinou que o desligamento da TV analógica no país começará em 2015 e se estenderá até 2018. Seria esse período suficiente para alcançar e adaptar toda a população brasileira a essa tecnologia?

O Brasil, um país continental por extensão territorial, esperou mais de 20 anos para que a televisão chegasse a toda a sua população. Desde o jovem da cidade ao agricultor do campo. Agora, o desafio é desligar tudo em 3 anos e fazer com que toda a população use o sistema digital. Alguns países tiveram muitos problemas quanto a esse desligamento. No Japão, que optou por desligar de uma vez só seu sistema analógico, movimentos foram às ruas protestar contra a prática e até lutaram para que houvesse uma reeducação para os mais idosos para usarem o novo sistema. Com a realidade brasileira, você já pode imaginar que, mesmo com um prazo estipulado de 3 anos para a transição geral, o problema pode ser bem maior do que muitos esperam.

Essa discussão não chega à grande mídia e a população não é informada sobre tudo isso. Não existe um debate com a sociedade civil sobre as suas reais condições e vontades no uso da televisão. Será que o tempo de 3 anos é suficiente para essa adaptação? Será que existe algum motivo para que esse debate não chegue aos veículos de massa? Qual o real interesse em não debater isso com o povo brasileiro? Nós, brasileiros, merecemos respostas para essas perguntas.