Rio Grande do Norte, sexta-feira, 29 de março de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 25 de abril de 2014

A vontade de ser insignificante do PSTU

postado por Dennys Lucas
Quem faz movimento social sabe do sectarismo e da visão religiosa de predestinação que envolve as falas do PSTU. Pois bem, em 2012, o PSTU tomou uma tática simpática e que rendeu bons frutos. Uma aliança com o PSoL e uma candidatura não alinhada ao discurso rancoroso do antigo PSTU, além do escamoteamento do tradicional slogan de péssimo marketing “Contra Burguês Vote 16”, amaciou e tornou tragável votar na vereadora “plim-plim” Amanda Gurgel.
downloadOs resultados são incontestes, PSTU e PSOL chegaram a Câmara Municipal de Natal. E isto não é pouco. Salvo engano, o Brasil tem por volta de 70 mil vereadores, e o PSTU só tem 2 em todo o território nacional, um em Natal e o outro Belém. E só. Antes não tinha nenhum. E nas duas cidades estabeleceu alianças. Já o PSOL, também cresceu 100%, o que não possibilitou uma bancada expressiva e com capacidade de intervenção: saiu de 25 para 49.
O que quer dizer estes dados? Ou dialogam, ou não conseguem aprovar nada. Se não fazem alianças, ficam de fora das decisões sobre os rumos das políticas públicas que os cidadãos desejam e votaram neles para que eles tentassem garantir ou implementar. As alianças valem para eleições ou para a melhor execução do mandato parlamentar. Em uma sociedade muito diversa e complexa, seus representantes serão reflexo desta situação.
Não sendo bastante, seu tamanho diminuto, o PSTU por vaidade, embriagado pela votação de Amanda em 2012, ou ainda vestido com o manto religioso da predestinação, se nega realizar aliança em 2014 com o PSOL no RN. Esta tendência do PSTU, se for confirmada, é um desfavor à esquerda, aos movimentos sociais organizados, e principalmente, ao PSoL e ao próprio PSTU. A política isolacionista não fez o PSTU crescer, pelo contrário.
O resultado será desastroso para a ultra-esquerda, que eleitoralmente começava a ganhar espaço. Com tempo de TV reduzido, e a figura de Amanda cada vez mais distante ou despida pela atuação parlamentar, o PSTU não conseguirá a mesma performance.
A consequência pode ser prevista: uma votação que inviabilizará o crescimento eleitoral da ultraesquerda, diminuindo a possibilidade de representação de um segmento da população que não se vê mais nos partidos e políticos tradicionais, ou que não consegue enxergar nos candidatos do PT e PCdoB a alternativa mais à esquerda que esperam.
A falta de senso da realidade do PSTU, hoje, poderá gerar consequências eleitorais em 2016, quando Amanda Gurgel, Sandro Pimentel e Marcos Antônio deverão buscar renovar seus mandatos. Já neste ano, uma aliança PSoL e PSTU que buscasse projetar Amanda Gurgel e um nome PSoL, é essencial para a sobrevivência eleitoral de ambos. O resto é principiologismo que não levou nem o PSTU nem o PSoL a lugar nenhum. Muito menos a agenda que eles defendem.

Dennys Lucas

6 Responses

  1. Tiago Souto disse:

    A Sociedade não é a soma do indivíduos, isso para quaisquer sociedade, será que é necessário explicar o básico?

  2. Brunno Mariano Campos disse:

    Isso, visão religiosa de predestinação…Isso mesmo, sectarismo… lamentavelmente companheiros marxistas precisam ter uma visão mais ampla do Marxismo, a obra de marx é central, mas o marxismo não termina em Marx. Se fundamos partidos políticos e disputamos eleições, precisamos criar pontes, elos, enfatisar convergências e não maximizar divergências banais. Precisamos, ainda, amadurecer processos de tomada de decisão, evitando o sectarismo, aprendendo a ceder, viabilizando consensos. Atentemos para Gramisci, devemos contribuir para a formação da hegemonia do socialismo e não ficarmos parados a espera de um milagre, ou isolados, discursando para o vento…

  3. vantiê disse:

    Dennys, belo desvelamento da lógica da democracia representativa e sua política elitor(eir)al: aí, os críticos que vão à raiz das contradições do sistema (“radicais”) devem “dialogar”, “amaciar-se”, “tornar-se tragável”, “aprender a ceder”, a “fazer alianças com vistas às eleições e a obter algum espaço nas tomadas de decisões”, “amadurecendo”, “evitando o sectarismo” e “viabilizando consensos”, “com vistas a contribuir para a formação da hegemonia do socialismo”… palatável ao capital! Afinal, foi este tipo de “amadurecimento” que possibilitou a chegada ao poder de partidos “socialistas” como (para ficar em apenas poucos exemplos) o da França (cujo governo aprovou um projeto de construção de um aeroporto em uma imensa área de preservação ambiental) e, claro, o brasileiro PT (cujo projeto da Hidrelétrica de Belo Monte não fica em nada a dever ao do aeroporto de Notre Dame de Land, na França)! Sinto frustrar as suas expectativas, informando que, “esse segmento da população que não se vê mais nos partidos e políticos tradicionais” e que não consegue enxergar nenhuma alternativa anticapitalista na dita “esquerda” partidária, está cada vez mais consciente de que, como já diz Raul Seixas, “quem joga o jogo dos ratos, com os ratos tem que transar”! Oxalá não se realize nenhum desses projetos de desvio – para o campo institucional – dessa crescente tendência anticapitalista radical!!

  4. vantiê disse:

    Dennys, belo desvelamento da lógica da democracia representativa e sua política elitor(eir)al: aí, os críticos que vão à raiz das contradições do sistema (“radicais”) devem “dialogar”, “amaciar-se”, “tornar-se tragável”, “aprender a ceder”, a “fazer alianças com vistas às eleições e a obter algum espaço nas tomadas de decisões”, “amadurecendo”, “evitando o sectarismo” e “viabilizando consensos”, “com vistas a contribuir para a formação da hegemonia do socialismo”… palatável ao capital! Afinal, foi este tipo de “amadurecimento” que possibilitou a chegada ao poder de partidos “socialistas” como (para ficar em apenas poucos exemplos) o da França (cujo governo aprovou um projeto de construção de um aeroporto em uma imensa área de preservação ambiental) e, claro, o brasileiro PT (cujo projeto da Hidrelétrica de Belo Monte não fica em nada a dever ao do aeroporto de Notre Dame de Land, na França)! Sinto frustrar as suas expectativas, informando que, “esse segmento da população que não se vê mais nos partidos e políticos tradicionais” e que não consegue enxergar nenhuma alternativa anticapitalista na dita “esquerda” partidária, está cada vez mais consciente de que, como já diz Raul Seixas, “quem joga o jogo dos ratos, com os ratos tem que transar”! Oxalá não se realize nenhum desses projetos de desvio – para o campo institucional – dessa crescente tendência anticapitalista radical!!

  5. vantiê disse:

    Dennys, belo
    desvelamento da lógica da democracia representativa e sua política
    elitor(eir)al: aí, os críticos que vão à raiz das contradições do sistema
    (“radicais”) devem “dialogar”, “amaciar-se”,
    “tornar-se tragável”, “aprender a ceder”, a “fazer
    alianças com vistas às eleições e a obter algum espaço nas tomadas de
    decisões”, “amadurecendo”, “evitando o sectarismo” e
    “viabilizando consensos”, “com vistas a contribuir para a
    formação da hegemonia do socialismo”… palatável ao capital! Afinal, foi
    este tipo de “amadurecimento” que possibilitou a chegada ao poder de
    partidos “socialistas” como (para ficar em apenas poucos exemplos) o
    da França (cujo governo aprovou um projeto de construção de um aeroporto em uma
    imensa área de preservação ambiental) e, claro, o do atual governo federal brasileiro
    (cujo projeto da Hidrelétrica de Belo Monte não fica em nada a dever ao do
    aeroporto de Notre Dame de Land, na França)! Sinto frustrar as suas
    expectativas, informando que, “esse segmento da população que não se vê
    mais nos partidos e políticos tradicionais” e que não consegue enxergar
    nenhuma alternativa anticapitalista na dita “esquerda” partidária,
    está cada vez mais consciente de que, como já diz Raul Seixas, “quem joga
    o jogo dos ratos, com os ratos tem que transar”! Oxalá não se realize nenhum
    desses projetos de desvio – para o campo institucional – dessa crescente
    tendência anticapitalista radical!!

  6. Guest disse:

    Dennys, belo
    desvelamento da lógica da democracia representativa e sua política
    elitor(eir)al: aí, os críticos que vão à raiz das contradições do sistema
    (“radicais”) devem “dialogar”, “amaciar-se”,
    “tornar-se tragável”, “aprender a ceder”, a “fazer
    alianças com vistas às eleições e a obter algum espaço nas tomadas de
    decisões”, “amadurecendo”, “evitando o sectarismo” e
    “viabilizando consensos”, “com vistas a contribuir para a
    formação da hegemonia do socialismo”… palatável ao capital! Afinal, foi
    este tipo de “amadurecimento” que possibilitou a chegada ao poder de
    partidos “socialistas” como (para ficar em apenas poucos exemplos) o
    da França (cujo governo aprovou um projeto de construção de um aeroporto em uma
    imensa área de preservação ambiental) e, claro, o brasileiro PT (cujo projeto da Hidrelétrica de Belo Monte não fica em nada a dever ao do
    aeroporto de Notre Dame de Land, na França)! Sinto frustrar as suas
    expectativas, informando que, “esse segmento da população que não se vê
    mais nos partidos e políticos tradicionais” e que não consegue enxergar
    nenhuma alternativa anticapitalista na dita “esquerda” partidária,
    está cada vez mais consciente de que, como já diz Raul Seixas, “quem joga
    o jogo dos ratos, com os ratos tem que transar”! Oxalá não se realize nenhum
    desses projetos de desvio – para o campo institucional – dessa crescente
    tendência anticapitalista radical!!

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