Rio Grande do Norte, quinta-feira, 25 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 27 de novembro de 2014

Sobre a ansiedade… ou a insanidade?

postado por Paulo Emílio

No cotidiano estamos sendo sempre cobrados por tudo e todos. Seja por aquele(s) trabalho(s) para entregar na universidade, por aquele relatório que o chefe pediu, os amigos que reclamam que você tá sumido, seu/sua namorado/namorada pedindo atenção, até seu cachorro com aquele olhar de carente com o rabo entre as pernas quando você chega em casa e só quer saber de cair na cama. Todas essas cobranças fazem parte da nossa rotina, da rotina de viver, rotina, por vezes, chata demais.

Só que a rotina não é problema, não tanto quanto as cobranças, principalmente àquelas que vêm de dentro de você. Essa, quando está muito forte, desencadeia o pior sentimento de todos os existentes: a ansiedade.

A ansiedade é traiçoeira. Te mata por dentro, aos poucos e, quando você menos espera, já te consumiu por inteiro. Nessa hora, pessoas, é que ela fica pior ainda, pois se junta com a raiva. E a raiva vocês já sabem como é? Te faz agir por impulso, sem planejar, sem pensar nas possibilidades de erro. Ações que magoam, palavras que ferem, atitudes que destroem. Quando você percebe o que fez, o estrago já está feito e, pode acreditar, é dos grandes.

No outro dia, a raiva passa, mas a ansiedade ainda está lá e, dessa vez, acompanhada de outro sentimento: o remorso. Ah e o remorso? Ele é cruel e imperdoável. Já chega martelando a consciência com o famoso “e se?”. Pois é, e se eu não fosse ansioso demais? Numa hora dessas não estaria pensando nas zilhões de possibilidades que poderia ter tomado… né?

E a expectativa? Gente, pessoas ansiosas NÃO podem criar expectativas. A expectativa, assim como a raiva, consegue estragar tudo. Perdi as contas de quantas vezes espantei mulheres por ficar ansioso demais por sair com elas – e não saber se rolaria ou não ficar com elas. Entretanto, relacionamentos vão e vêm, não precisamos nos preocupar (muito?) com isso. Por outro lado, nas nossas obrigações? A expectativa de como será aquela apresentação? Aquela palestra que você dará? Aquela prova que vale sua vida? Aquele concurso? Aquele… aquele… aquele… AQUELE?!?!?

E existe cura para a ansiedade? Ao meu ver “sim”. Não, o nome dela não é rivotril e nenhum outro tipo de droga lícita ou ilícita. A cura vem daquele ditado popular: “É melhor uma certeza fatal, do que ma dúvida ameaçadora”. Só que a “certeza fatal” não cura para sempre; ela é momentânea. Até a hora que aparece outro motivo para a ansiedade voltar feliz da vida, rindo da sua cara.

E haja estômago para aguentar a gastrite que, em dias assim, parece que estamos prestes a parir um Alien tamanha dor.

E aí? Será que a ansiedade é uma forma de insanidade? Ou ela é responsável por nos deixar insanos?

Vai pensando aí…

Paulo Emílio

Pedagogo que tem um diploma de Geografia, adora Nutrição, admira a Sociologia, tem uma queda pelas questões ambientais e, nas horas vagas, gosta de jogar enquanto com um caldinho de feijão verde (sem manteiga, por favor)

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