Rio Grande do Norte, quarta-feira, 24 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 26 de janeiro de 2016

5 mitos sobre o veganismo

postado por Paulo Emílio

Há muito tempo que queria escrever sobre isso, pessoas me pediam para escrever sobre isso, mas sempre ficava com receio de fazer uma “anti-propaganda” do veganismo. Na dúvida, sou vegano, amo veganismo e é nesse “estilo de vida” que eu dá/faz sentido a minha humanidade. Então, sem mais, neste texto tentarei explicar desmistificar alguns mitos em relação ao veganismo. Espero críticas, por favor.

1) Se eu virar vegan, eu vou emagrecer?

Isso é bastante relativo. Eu tenho o metabolismo muito rápido. Se eu passar 1 semana sem comer nada de carboidrato, consigo perder uns 4 ~ 6 quilos. Isso não necessariamente acontece com todas as pessoas. Cada corpo reage de uma forma diferente.

Além disso, vamos analisar uma coisa: a pessoa passa a vida comendo só comida gordurosa, resolve virar vegetariana/vegana, ela irá parar naturalmente de ingerir quantidades absurdas de gordura; então, por isso, é claro que ela irá perder alguns quilos.

Quer emagrecer? Procure um/uma nutricionista e um/uma educador/educadora físico. Eles/elas podem te ajudar nisso com responsabilidade e sem comprometer sua saúde.

Ah não quer ou não tem condições financeiras de pagar? Tudo bem. Só um conselho: antes de parar de… esse conselho vai para o próximo mito.

perder-barriga

2) Veganismo dá anemia?

Não, não dá anemia, ou pelo menos, não deveria dar. Então, por que dá? Simples. O que eu falei no item anterior sobre metabolismo? Cada corpo reage de uma forma diferente e a principal dela é a mudança brusca na alimentação.

Não dá para se tornar vegan de um dia pro outro. Na verdade, isso não é recomendável nem se você quiser ser ativista. Isso é propaganda negativa. A mudança alimentar de forma irresponsável faz com que as pessoas de fora encarem a dieta como maléfica.

Falando por mim, passei 1 ano para cortar carne vermelha e mais 1 para cortar peixe (sempre detestei frango). Depois passei 8 anos para ser vegan. Poderia ser antes, mas não achava “necessário” ser. Quando percebi que não fazia sentido lactovegetariano, parei de consumir derivado de leite — que eu já consumia pouco.

Retomando ao conselho anterior: antes de parar de comer carnes e/ou derivados, comece a comer verduras e frutas. Pesquise para saber quais são as mais ricas em vitaminas, ferro, cálcio etc. – não, não vou dizer quais são; pesquisar é também uma forma de internalizar e naturalizar o veganismo.

3) É caro ter uma dieta vegana?

Claro que não. No entanto, temos que ter cuidado com isso para não cometermos preconceito de classe (por tabela racismo e gordofobia), algo amplamente reproduzido no meio vegano.

Quem é vegetariano/vegan há mais de 20 anos, principalmente, em cidade pequenas (como aqui em Natal) sabe o quanto foi difícil achar produtos nos mercados para fazer receitas. Obviamente que não havia quase nenhum (ou nenhum mesmo!) estabelecimento que tivesse sequer proteína de soja – que, na época, era a única fonte alternativa a carne (hoje, não é mais – aliás, para quem não sabe, boicotem a soja). Por conta disso, muitas pessoas (inclusive eu) aprenderam a se virar e a fazer comida. E detalhe: a internet não era popular e tinha beeeeem menos informações que têm hoje.

Atualmente, com a “enxurrada” de alimentos sem derivados de carne, ovos e lactose nos mercados, bem como os lanchonetes/restaurantes vendendo comidas veganas, as gerações atuais não se interessaram em cozinhar.

Nada contra a opção de não cozinhar. Não vou entrar nesse mérito; foi apenas para explicar. O que eu quero dizer é que muita gente ficou condicionada a ter sempre comida pronta. E é aí que entra o preconceito de classe.

Alimentos com restrição tendem a ter preço alto e isso acontece por alguns fatores, mas citarei só um: lei da oferta e da procura – adoro essa teoria; ela explica muita coisa. Muitos/muitas empresários/empresárias notando um público específico, começaram a produzir determinados alimentos para atrair um público restrito. Como a oferta é pequena, o preço tende a ser alto. Um bom exemplo disso é esse boom por alimentos orgânicos que, muitas vezes, contém mais veneno que os convencionais, pois não há um/uma agrônomo/agrônoma para determinar a quantidade suportada de agrotóxico — mas, isso é outro assunto.org

Alimentos industrializados e/ou orgânicos têm preço bem alto e esse preço alto, na hora que uma pessoa ativista diz que “é muito barato ser vegan”, ela acaba ignorando a realidade de uma enorme parcela da população que não têm condições financeiras para pagar, por exemplo, 20 reais numa única refeição. Isso sem contar a pasta de dente, desodorantes e outros materiais de higiene que a unidade ultrapassa 10 reais.

Essa forma de preconceito de classe faz com que as pessoas não só desacreditem no veganismo, como passem a repudiar. Portanto, antes de falar uma besteira dessas, tenha o mínimo de empatia com quem não está numa condição privilegiada de ter dinheiro e tempo para fazer comida.

Mais digno é, por exemplo, você, que tem tempo para testar receitas e pesquisar alimentos com menores preços, ensinar uma pessoa que não tem tempo a cozinhar com alimentos menos caros. Já que você tem tempo, pode pesquisar locais em sua cidade onde vende tais alimentos em conta. Isso é até bom para você perceber, enxergar e conhecer sua própria cidade.

4) O veganismo vai salvar os animais?

O que é uma gota de água num oceano? Pouco, né? E num rio? Pouco também? E numa piscina? Melhorou, mas ainda é pouco. Pois é, o veganismo não vai salvar os animais da morte. Animais continuarão a morrer para saciar a vontade das outras pessoas. Isso é ruim? Claro que é. Só que pior do que isso é restringir a liberdade das pessoas de comerem.

Se vivemos numa democracia, se defendemos uma democracia, se defendemos a liberdade, devemos respeitar quem quer comer carne, caso contrário estaríamos agindo como ditadores ou doutrinadores religiosos. A consciência é algo pessoal, cada pessoa desenvolve uma através de ajuda e não de obrigação ou medo/remorso — e é aí que o ativismo tradicional peca; só que não vou entrar em detalhe,  escrevi sobre isso aqui. Entretanto, devo deixar claro que, mesmo não concordando com esse tipo de ativismo, achando que isso é um comportamento ditatorial, respeito a liberdade das pessoas agirem assim.

Vegan-for-Everything-VSUma pequena atitude, por mais que seja uma vez por semana, é o pingo no oceano. Em outras palavras, uma pessoa que não é vegetariana, se ela passar um ou dois dias na semana fazendo uma refeição vegana estará contribuindo um pouco para a causa e esse pouco é, além do não-consumo, a conscientização. É uma pessoa preconceituosa, desconfiada, cética etc. a menos.

5) O veganismo é só para os animais?

Deixei esse por último porque pensar em libertação animal necessariamente também é se pensar na libertação humana.

A produção de carne em larga escala é altamente exploratória. Trabalhadores/trabalhadoras enfrentam uma rotina pesada de corte de carne; vários e várias sofrem sequelas permanentes com os movimentos excessivos e repetitivos; a baixa remuneração. Isso, sem contar que, os que estão envolvidos diretamente no abate perdem a empatia pela vida. E sim, coloquei o gênero no masculino, porque as empresas não contratam mulheres para corte, pois elas são “sensíveis demais”. Ora, a sensibilidade é condenada. SENSIBILIDADE CONDENADA.

Agora vamos na produção de alimentos – que também envolve questões ambientais que também está ligada a libertação humana. Terras bem produtivas sendo usadas para plantio de grãos para alimentar o gado, porcos e aves; florestas devastadas para fazer pasto; uso excessivo de água; tudo isso sendo alimentado através de uma mão de obra sem respeitar a legislação trabalhista e em alguns (muitos?) casos em condições de escravidão.

Pensar no veganismo como simplesmente parar de consumir alimentos de origem animal é muito simplório. Há toda uma cadeia de produção que envolve toda uma questão social, política, econômica.

Pensar no veganismo com uma forma humanitária é algo grandioso. Porém, como disse nos pontos 3 e 4, não devemos nunca acharmos que, enquanto veganos, estamos acima das outras pessoas não veganas e que o nosso mundo é uma “verdade absoluta”.

Pensar dessa forma é reforçar (mais ainda!) a não-libertação humana; é caminhar ao mesmo lado que aqueles que achamos que estamos combatendo; ou, usando as palavras de Paulo Freire (com as devidas adaptações e contextualizações, claro), é ter consciência de estar no papel do oprimido, mas agir como opressor.

Paulo Emílio

Pedagogo que tem um diploma de Geografia, adora Nutrição, admira a Sociologia, tem uma queda pelas questões ambientais e, nas horas vagas, gosta de jogar enquanto com um caldinho de feijão verde (sem manteiga, por favor)

8 Responses

  1. Silvana Sita disse:

    Então, tenho algumas críticas. Quando você fala:

    “Não dá para se tornar vegan de um dia pro outro. ”

    Usando expressões daqui…Oxê, da sim! Muitas pessoas tiraram todos os derivados de animais de uma hora para outra. Já sabemos que não faz sentido nenhum comer uma carne em vez da outro (tipo peixe), ou não comer carne e continuar tomando leite adoidado. É claro que cada um tem seu tempo de adaptação, e dai a escolha é puramente pessoal. Eu deixei de comer todos os tipos de carne de uma hora para outra quando tinha 12 anos, e desde a minha decisão nunca voltei a comer nenhuma carne. Por falta de informação na época ainda levei 4 anos para me dar conta e largar todos os derivados, e quando larguei, larguei de vez. Mas entendo que as pessoas são diferentes e acho que quanto mais velhas tomam a decisão de virar veganos, mais a força do habito puxa de volta.Mas o que não se pode é generalizar e dizer que TEM que ser aos poucos. Pode ser de qualquer jeito, e para se informar sobre questões de saúde basta um dia lendo vários artigos de veganismo na internet. Tem muita coisa disponível, baste ter força de vontade.

    Outro ponto é quando tu fala:

    “Animais continuarão a morrer para saciar a vontade das outras pessoas. Isso é ruim? Claro que é. Só que pior do que isso é restringir a liberdade das pessoas de comerem.”

    Este eu não concordo mesmo!Compartilhamos o mundo com outros, e estamos restringindo a nossa “liberdade” a todo o momento de maneira a garantir o direito dos outros. Vai de exemplos mais pesados como um cara que alegue que criminalizar o estrupo seria restringir sua liberdade de sexo à coisa banais como alguém que estaciona em lugar proibido atrapalhando o trânsito e reclama de não ter a liberdade de estacionar aonde quiser. De maneira alguma a escravidão e sofrimento de animais vai estar abaixo das preferências gustativas humana. Achar isso é ser especista. Não há prazer neste mundo que justifique o sofrimento e escravidão de outro ser humano. Da mesma forma, acho para os outros animais.

    Mas é claro que há vários meios de tocar as pessoas, e estratégias agressivas podem fazer na verdade um desserviço ao veganismo, fazendo com que pessoas tenham mais raiva do movimento do que o contrário. Mas isso é outros ponto, isso é questão de estratégias. Luto contra injustiças sociais a todo instante, assim como luto para que os animais sejam reconhecidos como membros desse meio. “Respeitar” a opressão é participar dela.

  2. Paulo Emílio disse:

    Silvana,

    Primeiramente, obrigado (de coração) por discordar; adoro isso. =)

    Segundo, por partes. No primeiro ponto, você meio que concordou comigo, quando disse “É claro que cada um tem seu tempo de adaptação” e “mas entendo que as pessoas são diferentes”. O que eu quis dizer nesse ponto é que as pessoas precisam respeitar seu próprio corpo. Mudanças bruscas de alimentação podem causar problemas de saúde; podem. Não aconteceu contigo, o que é bom, mas não dá para levar isso como regra; ainda porque você parou com 12 anos, ou seja, seu corpo estava em formação, muito mais fácil de adaptação do que alguém adulto. Entretanto, tenho que admitir que o uso do “tem” causou esse impacto de obrigação, quando, na verdade, como você bem disse, é uma questão puramente pessoal.

    Já em relação ao segundo ponto, apesar de entender seu ponto de vista, discordo. Não dá para comparar a “naturalização” (cultural) de comer carne com estacionar em local proibido, com estupro. E quando digo isso sou mais específico, esquecemos, por um instante, a nossa realidade urbana. Como eu, enquanto defensor dos direitos do animais, posso comparar uma família numa zona rural que tem alguns poucos animais que servem alimentos a família em períodos de seca com as pessoas totalmente urbanas que praticamente tem um orgasmo quando ouvem a palavra “bacon”? Eu não consigo condenar essa família na zona rural. Da mesma forma também que não consigo condenar essas pessoas que falam bacon. Não condeno nenhum dos dois grupos, porque não têm a mesma consciência que eu. A partir do momento que não respeito essa “naturalização” de comer carne, vou entrar nessa questão de estratégias, ou seja, estarei prestando um desserviço. Enfim, foi só mesmo para explicar, ainda que, por base no que você disse, não há justificativa para isso; portanto, neste caso, ficamos num impasse.

    Mas, a vida é isso, não podemos (e não devemos) concordar com tudo e, PRINCIPALMENTE, não podemos achar que nossa visão está sempre certa. Quem sabe, um dia, não possa concordar com você e achar que tudo que escrevi foi besteira? Quem sabe?

    Mais uma vez, obrigado por ler, por responder, por discordar, por discutir. ^^

  3. Silvana Sita disse:

    Então…
    Na primeira questão tem que diferencia o que é apenas questão de adaptação psicológica (isto é, estou a 50 anos comendo carne e de uma hora para outra deixo tudo – “vou achar tudo uma merda sem gosto, não vou aguentar uma semana, vou voltar para a minha rotina carnívora”) de adaptação nutricional.Enquanto acho que as pessoas são diferentes em adaptação psicológica, nutricional não temos NENHUMA evidência que deixar derivados aos “poucos” faça qualquer diferença na saúde do indivíduo. Se foi ontem ou se estou a 10 anos tirando carne do meu cardápio eu vou ter que ter uma alimentação balanceada para me manter bem, independente de qualquer coisa (e os cuidados tem que ser um pouco maior na época de desenvolvimento, na verdade). Então, talvez tu esteja se referindo ao tempo da pessoa aprender o que comer e não sofrer de mil deficiências nutricionais (exagero um pouco as vezes ;)), mas isso tem a ver com aprendizado e não com nutrição.

    No segundo ponto vejo que vamos discordar eternamente. Absolutamente tudo pode ser visto como “naturalização”, depense somente em que cultura estamos inseridos. Vivemos forçando essa barreira: sexismo, racismo, homofobia, especismo,… tudo esta naturalizado na nossa sociedade atual, e veganismo, assim como outras lutas sociais estão ai para quebrar a barreira da naturalização.De novo, acho que é só mais uma questão de distição entre dois conceitos: um é o respeito pelo indivíduo (que acho que é o que tu menciona quando fala “respeitar”) e o outro é o respeito pela ideia/opinião/ideais do outros. Repeito pelos indivíduos é o que lutamos (e mesmo que esse indivíduo seja um homofóbico – fazemos um esforço e tentamos respeitar ele também), mas jamais respeito a homofobia/sexismo/xenofobia/especismo de alguém (!), simplesmente não faz sentido “respeitar” isso enquanto defendemos o respeito a todos.
    Desconstruir algo naturalizado é um tema complexo, incitação ao ódio não me parece a melhor estratégia, certamente. Dizer, no entanto, que você não concorda com a postura de alguém de comer carne não é falta de respeito ou incitação ao ódio (ao menos que você o faça a ameaçando com uma faca!).Assim como não se fala: “hei pessoal, vamos respeitar os homofóbicos!” Acho que também não cabe: “hei pessoal, vamos respeitar os carnívoros!”. Faz sentido falarmos de respeito para o oprimido e não o opressor.

    • Paulo Emílio disse:

      Silvana,

      Então, no primeiro ponto, eu nem levei em consideração esse lado psicológico, porque, utilizando seu próprio exemplo, uma pessoa que passou 50 anos comendo, se ela parar e reclamar de comida sem gosto, é porque ela nunca quis/quer ser vegetariana, ou seja, não fará sentido pra ela, logo seu exemplo não se encaixa no que eu quis dizer. Quando eu sugeri que as pessoas parassem aos poucos foi também para conhecer seu próprio corpo, a adaptação e, principalmente, ampliar a variedades de alimentos. Muito provavelmente você conhece uma pessoa vegetariana ou vegana que tem uma alimentação três vezes pior que uma pessoa onívora. Eu conheço dois veganos que sobrevivem de ruffles e coca, não come sequer uma verdura ou suco. Acham que estão imunes porque são vegans e sxe. Enquanto tem 25 ~ 30 anos tá sossegado; mas quando tiver 50?
      Agora, em relação ao segundo ponto, acho que chegamos a um ponto comum. Respeitar a decisão de uma pessoa em comer carne é uma coisa que eu defendo, apesar de discordar com a prática; ser mal educado, impor a visão vegana e/ou fazer protesto na base do medo é outra coisa que, apesar de discordar, defendo a liberdade dessas pessoas de agirem sim.
      Eu sou abertamente vegano e não tenho um pingo de vergonha disso, pelo contrário. O fato de eu não ser esse “ativista convencional” não significa dizer que não faço minha parte para além de consumir alimentos de origem vegetal. Este texto aqui, por mais que haja discordância, é uma pequena contribuição; o restaurante que trabalho, as comidas que vendo nos shows, o alfajor que venderei na ufrn (inclusive, fica a dica hehe) etc., tudo é contribuição para a causa. E utilizando o que você disse no final, não perco meu tempo com quem não quer ouvir (opressor – o idiota que fica repetindo como papagaio a palavra “bacon”). ^^

      • Gosto do seu posicionamento.
        Não sobrevivi a introdução ao veganismo pq fiquei deprimida com as problematizacoes e agressões muito pesadas entre membros de grupos veganos.
        Muita intolerância, exatamente o oposto da filosofia ideológica.
        Cada palavra mal colocada em vinham mil trolls atacar o coitado.
        Quem quer se manter nos grupos tem que pisar em ovos.
        Ambientes muito hostis. Uma pena. A maioria é pacifica mas os problematizadores queimam o filme do movimento.

  4. Taiza disse:

    Oi Paulo, fiquei curiosa qdo vc falou “alimentos orgânicos que, muitas vezes, contém mais veneno que os convencionais”. Pode explicar sobre isso? Eu penso que alimento orgânico é cultivado sem nenhum agrotóxico, nem mesmo em pequenas quantidades.

  5. Paulo Emílio disse:

    Claro que sim, Taiza. Uma grande parte da produção de orgânicos daqui do Rio Grande do Norte tem uso sim de agrotóxico. Os produtores maiores reservam uma parte de seus terrenos para a produção de orgânicos, da mesma forma que os pequenos produtores. Acontece que, para haver financiamento estatal, o produtor tem que provar que a alimentação está sendo cuidada (ou seja, usando agrotóxico). Os produtores maiores dispõe de um agrônomo que faz os devidos cálculos para utilizar uma quantidade mínima para ter uma produção suficiente (por isso o preço lá em cima para compensar o gasto com o que estragou); por outro lado, o pequeno produtor não dispõe de recursos financeiros (e nem há ajuda estatal) para contratar um agrônomo para fazer os devidos cálculos, então ele mesmo resolve colocar agrotóxico por conta própria. Por isso que eu disse “muitas vezes” contém mais veneno.
    Só que nenhuma dessas duas informações são divulgadas abertamente, pois quebraria o “marketing verde” dos orgânicos.

  6. Evandro disse:

    Tentei mas não consegui! É muito dificil ser vegano, principalmente por algumas coisas que rolam entre os membros veganos. Alguns conhecidos meus que são veganos e para que “você faça parte do grupo” existem algumas regras, que algumas eu não concordo.
    Mas muito bem explicado seu conteúdo. Sucesso para você!

Sociedade e Cultura

Obrigado, Bowie

Sociedade e Cultura

Três evidências de que o zika vírus é uma "Operação Pandemia" midiática