Eu preciso ser eu mesmo. Não saí de Rosário pra ser nada diferente do que sempre fui e quis ser. Quero ser normal!

Eu não posso ser mais ninguém, além do que você vislumbra. Abra os olhos. Sou eu. Sou o mesmo Léo de antes. Não sou Diego. Nem quero ser.

Eu estou me sentindo supersônico. Me dê gim e um tônico. Não adianta querer forçar a barra nas capas de jornais e revistas. Você pode ter tudo isso, mas o quanto você quer isso?
Nada, simplesmente nada. Eu já tenho. Não preciso usar a mão pra provar que sou bom. Você me faz rir.

Me dizem. Gritam a todo momento. Não me deixam. Me dê o seu autógrafo. Eu posso passear com você na sua BMW? Você pode navegar comigo em meu submarino amarelo?

Todo dia é um pouco pior. Me colocam uma etiqueta dos anos 80, como se fosse do meu tamanho. Uma nova e velha pergunta a cada segundo. Eu sei bem a resposta, mas você precisa descobrir.

Ninguém vai lhe contar o que eu sei. Você precisa descobrir um jeito, mas antes de amanhã. Porque meu amigo me disse que levaria você para casa. Ele senta em um canto sozinho, ele mora debaixo de uma cachoeira. Ninguém pode vê-lo. Ninguém pode ouvi-lo chamar. Ninguém pode ouvi-lo chamar.

Você precisa ser você mesmo. Você não pode ser ninguém mais. Eu conheço uma garota chamada Elsa. Ela está no Alka-Seltzer. Ela cheira por um cano. Em um trem supersônico.

Ela me faz rir. Eu peguei o autógrafo dela. Ela transou com um doutor em um helicóptero. Ela está cheirando em seu lenço, vendendo o grande assunto. E ela descobre. Porque ninguém vai dizer a ela o que eu sei.

Você precisa descobrir. Eu eu não sei mais quem sou. Sou argentino? Sou britânico? Espanhol? Catalão?

Estou me sentindo supersônico. Estou ficando paranóico. Dormi no deserto, acordei num oásis. Não sou Maradona. Queria ser como o bailarino de barba e faixa na cabeça. Autêntico. Preciso ser eu mesmo. Não saí de Rosário pra ser nada diferente do que sempre fui e quis ser. Quero ser normal!