Rio Grande do Norte, quinta-feira, 25 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 12 de dezembro de 2016

Audiovisual Potiguar EXISTE e está em festa!

postado por Carta Potiguar

Bethise Cabral (jornalista)

img-20161212-wa0037Formatos distintos para celebrar um mesmo tema. A literatura e a internet unindo forças para produzir e documentar algo tão significativo, e ao mesmo tempo tão esquecido, seja pelo público em larga escala, seja pelo poder público, que não investe, não incentiva, não sabe que existe. Mas deixa a gente contar pra vocês: o Audiovisual Potiguar existe sim e nesta quarta, dia 14, estará em festa na Ribeira.

Em evento único – que começará às 19h, no Ateliê Bar – a produtora audiovisual Casa da Praia Filmes e a Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas do RN (ABDeC – RN) lançarão a websérie “Dalton/Hebe” e o livro “Claquete Potiguar – Experiências Audiovisuais no Rio Grande do Norte”, ambos selecionados pelo edital SEBRAE de incentivo à economia criativa 2016.

Literatura

O livro “Claquete Potiguar” é uma realização coletiva, que apresenta 10 artigos sobre o cenário audiovisual do Estado, correspondente ao período de 2000 a 2015, e foi organizado por Adriano Cruz, Dênia Cruz e Ruy Rocha. “Em um dos fóruns realizados pela ABDeC – RN, os debates nos levaram a refletir sobre a necessidade de ter algo literário, que representasse um registro da cena nos últimos anos, e aí começamos a procurar mecanismos para viabilizar a publicação de um livro”, explica Dênia Cruz.

A coletânea de artigos foi a forma mais viável de transformar o projeto em realidade e para isso foi aberta uma chamada pública, que apresentou três linhas de abordagem para o tema: formação, exibição e produção.

“Temos uma produção muito rica, porém pouco divulgada. As pesquisas sobre o tema ficam no âmbito da Academia, e o livro surge para colocar em evidência o audiovisual realizado no Rio Grande do Norte, nesse período de efervescência, no qual existem tantos grupos coletivos que se reúnem pra produzir”, afirma Adriano Cruz.

A obra é uma realização da própria ABDeC com a editora Tribo e tem o apoio da Letra A Comunicação. Para Adriano Cruz, aquilo que é documentado se transforma em memória, preenchendo assim uma lacuna existente sobre o tema. “Apesar dos percalços e dificuldades que o audiovisual potiguar enfrenta, sabemos com certeza que ele existe, resiste e caminha cada vez mais forte em nosso Estado”.

Internet

img-20161212-wa0036A websérie “Dalton/Hebe” é uma comédia criada por Mateus Cardoso, Moniky Rodrigues e Pedro Fiuza que narra a história de dois grandes amigos, Hebe Feitosa (Quitéria Kelly), uma atriz, divorciada e mãe de duas filhas pequenas, e Dalton Bragança (Mateus Cardoso), aluno do mestrado em comunicação na UFRN. Os dois vivem uma relação de proximidade extrema e exagerada que beira a insanidade, e formam junto com as filhas de Hebe uma família nada tradicional, mas extremamente unida.

Ao retornar para Natal, o cineasta Mateus Cardoso, especializado em cinema (direção de ficção) pela VGIK (Instituto Federal de Cinematografia de Moscou), sentiu uma necessidade imensa de produzir com sangue nos olhos, ou seja, tirando do próprio bolso. A inspiração para o nome da websérie é, ao mesmo tempo, inusitada, óbvia e engraçadíssima. “Eu queria voltar a pensar e produzir cinema de todo jeito, na época a namorada do Pedro Fiuza, estava assistindo a série inglesa “Downton Abbey”. Pronto. A piada surgiu e “Dalton/Hebe” não saiu mais da minha cabeça. Comecei a escrever o roteiro sabendo que iria interpretar o Dalton e querendo muito que a Quitéria topasse fazer a Hebe”, conta Mateus.

De forma leve, rápida e divertida, “Dalton/Hebe” busca chamar atenção para os novos modelos de família já existentes ao nosso redor, e apresentar sem qualquer preconceito ou tabu as possibilidades de amar e se relacionar seja com companheiros, amantes, cônjuges ou amigos. “Quando a gente vai trabalhar com quebra de paradigmas, a comédia nos permite dar um olhar muito mais leve. Quando estamos fora do que é tido como padrão, já somos um pouco obrigados a olhar para a situação com um olhar de riso, de leveza. Já que não me encaixo, vou assumir minha estranheza, mas com risos”, explica Mateus.

O seriado apresentará nesta etapa inicial três episódios em uma mini temporada piloto com o objetivo de conseguir parceiros, exibidores e financiamento para a continuidade do projeto. O formato de exibição é mais uma opção de consumir o audiovisual, especialmente o independente, feito na raça, com amor.

Carta Potiguar

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