Marina Silva, ex-senadora pelo PT, figurou entre personalidades planetárias, que compuseram um time de ouro da abertura dos jogos olímpicos de Londres. O grupo composto, entre outros, por Ban Ki Moon e Muhammad Ali, teve a honra de carregar a bandeira olímpica.
Parte da comitiva política brasileira, que não havia sido avisada, logo destilou um ressentimento, infeliz para o momento.
Aldo Rebelo, tentando enquadrar – negativamente – a participação da ambientalista, alegou que Marina tem bom trânsito com a aristocracia mundial. A fala pegou mal.
A atitude deselegante do aliado federal foi salva pela presidente Dilma Roussef, que se mostrou feliz com a atuação de uma liderança brasileira num evento de relevância planetária.
O fato é que parte da base governista ainda não engoliu a tentativa de Marina de criar uma nova via política, atitude legítima num país que se diz democrático.
Às vezes, a falta de republicanismo denuncia a pretensão à superioridade ideológica, que, não raro, descamba para um autoritarismo ultrapassado.
Daniel, não vejo tão bem clara e definida essa “nova” via política trazida pela Marina Silva. Achei o discurso dela bem vazio durante a campanha. Se fala no sentido de instaurar um novo grupo político, aí sim, de fato ela pode ter feito isso, mas não trouxe nenhum elemento ideológico novo, ao meu ver.
Caro,
para além dos discursos – oh, os discuros… -, a Marina é um símbolo político inclusivo. Não precisamos comprar a sua agenda para reconhecermos a sua grandeza. Não apenas como ser humano, mas também como ator político. Ela vocaliza demandas sociais significativas e o faz com elegância ímpar. Claro, claro, muito do que ela diz é inviável, mas, e daí? Fomentar o debate público, nesses tempos de lusco-fusco ideológico, já é uma grandeza.
Abração,
Edmilson Lopes
Prezado, então é isso, vamos adorar um “símbolo”? O que queremos? Ideologia “inviável” ou um prato de comida na mesa? Acho a história dela admirável, de fato, é um símbolo perfeito dos que venceram as adversidades no Brasil, no entanto, já caímos muito nessa de endeusar “histórias” pessoais e ignorar os feitos que realmente interessam ao país.
Como eu disse, achei o discurso dela vazio e, por isso, não vejo esse fomento do debate público, por você encarecido. Hoje em dia, na minha visão, ela encabeça um “verdismo” que se associou ao lado mais pernicioso da direita brasileira, o PSDB paulista comandado por Serra. Sem idéias novas, sem projetos viáveis e sem quadros capazes de estimular um debate realmente ideológico, a que você se referiu.
Caros,
agradeço os comentários.
abs.