Rio Grande do Norte, sexta-feira, 10 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 19 de abril de 2013

Tribunal de Justiça cancela venda de prédio da Igreja Batista no Barro Vermelho

postado por Daniel Dantas

Publicado originalmente no Portal No Minuto

A partir de janeiro de 2012 publiquei uma série de posts em meu blog sobre a tentativa de venda, por parte da Convenção Batista Norte-riograndense, de sua propriedade no Barro Vermelho.  No passado, o espaço abrigou o Colégio Americano Batista.  Atualmente, as atividades de uma igreja e do seminário teológico da denominação religiosa se dão naquele lugar.

O negócio, caso concretizado, seria de R$ 5,6 milhões.  Desde o início, questionava a venda – não apenas pelo volume do negócio – mas porque requisitos do estatuto não foram atendidos.

Em 2010 uma convenção realizada em Mossoró teria aprovado a venda do espaço, mas diversos vícios impediam a concretização do negócio.  Por isso, a construtora – a Record Engenharia, de Fortaleza – solicitou que uma nova assembleia fosse realizada para legalizar o negócio. Como disse na assembleia de 5 de janeiro de 2012 o pastor José Evilásio Resende Ivo, atual presidente da Convenção Batista, a assembleia foi convocada a pedido da empresa porque a ata da reunião de 2010 não foi clara em afirmar que a venda havia sido aprovada.  Com insegurança jurídica para fechar o negócio, a Record Engenharia não quis se arriscar.

E, na verdade, se arriscou a perder um negócio aparentemente líquido e certo (mas que seria questionado com certeza na justiça): quem garantiria que a nova assembleia seria favorável ao negócio, uma vez que seria novamente preciso que dois terços dos presentes aprovassem a alienação do patrimônio?

O negócio não foi aprovado, uma vez que não foram alcançados os dois terços dos votos em favor, conforme prevê o estatuto da Convenção.  No entanto, sua diretoria considerou que a venda estivesse aprovada.

Em virtude disso, um grupo de membros de igrejas batistas resolveu recorrer à justiça para garantir seus direitos.  Na primeira instância, o juiz deu a causa como ganha para os que planejavam vender o espaço.

A decisão foi recorrida ao Tribunal de Justiça.  A decisão inicial do desembargador Amilcar Maia concordou com a argumentação que sempre defendi: a venda não foi autorizada porque dois terços dos presentes não a aprovaram.

A Câmara Civel do TJ se pronunciou, finalmente, ontem.

Por unanimidade, o Tribunal de Justiça suspendeu os efeitos da venda.

Por dizer que a venda era irregular, desde janeiro de 2012, fui ameaçado de processo por lideranças da Convenção envolvidas no processo.

Tínhamos razão.

Segunda chance

Na próxima semana, no entanto, acontece a Convenção Batista e aqueles que desejam vender o espaço terão mais uma chance de conseguir aprovar o negócio suspeito.

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