Rio Grande do Norte, domingo, 12 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 30 de julho de 2013

Mídia blinda os tucanos em SP: e qual é a novidade?

postado por Daniel Menezes

Até agora não consigo entender o espanto de alguns em relação à blindagem que a grande mídia vem proporcionando aos seus amigos PSDBistas, no caso do tucanoduto do metrô de São Paulo, que pega de Mario Covas a Geraldo Alckmin

O Brasil247 fez uma boa matéria a respeito. Veja: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/110053/Agenda-proibida-do-PSDB-marca-Alstom-e-Siemens.htm.

Ora, seria surpreendente, se o protegido fosse alguém do PT, ou mesmo do PMDB.

A atuação do Estadão, O Globo, Folha de São Paulo, Globo News e cia segue lógica já conhecida. Não vem sendo diferente no decorrer do período de redemocratização brasileira, de 1985 até aqui.

Ou alguém já esqueceu o modo como a globo – mas não apenas ela – atuou na primeira eleição presidencial de 1989? Como o Lula foi pintado como um louco, beberrão, péssimo exemplo de pai e despreparado? A edição do debate? Vale lembrar que Collor só foi abandonado nos acréscimos da prorrogação.

E o FHC? Os milhões na casa do Chico, em que Fernando Henrique, da França, mandou demitir o superintendente da polícia federal, alegando que ele não tinha autorização para fazer nenhuma investigação contra o governo?!

E o limite da irresponsabilidade das privatizações, esse que foi, de longe, o maior roubo da história do país?!

E a compra de votos da reeleição, aonde há declarações abertas de parlamentares, afirmando a sua existência?

E a Satiagraha?

As ligações eleitorais do atual procurador geral da república, que tentou rifar o Calheiros em prol de alguns mui amigos do PMDB?!

Quantos editoriais da Folha e do Estadão?

Em que momento Jabor discursou, no imparcial jornal da globo, clamando contra o aparelhamento do Estado? Acenou para um possível golpe vermelho que jogou fora a bandeira da ética?

Merval falou em república de bananas?

Esquizofrênico conceber Reinaldo Azevedo, jornalista da Veja, pedindo a prisão de Alckmin e os seus ajudantes, como faz semanalmente com seus opositores.

Na verdade, em todos esses casos, a mídia atuou, isto sim, para queimar as fontes emanadoras das denúncias. Vide o delegado Protogenes. Vide o jornalista Amaury Jr, autor da privataria tucana.

Portanto, é tolice acreditar que, assim como fez com o chamado “mensalão”, irá dedicar cadernos e mais cadernos – lembrar do espaço construído pela Folha em seu portal para tratar do processo contra Ptistas – apenas para debater as propinas, tráficos de influência, obras superfaturadas e licitações fraudadas em São Paulo nos últimos 20 anos.

Ainda mais em São Paulo (!), que uma colunista da Folha, não vou lembrar o nome – não vale a pena –, argumentou que era o recanto da ética e da ausência do patrimonialismo no Brasil.

Não. A mídia não vai entregar seus protegidos aos leões.

Vai continuar falando que o mensalão foi o maior exemplo de corrupção da história. O que é correto, alias; já que, em nenhum momento, os escândalos bilionários citados anteriormente foram parar nos tribunais.

Daniel Menezes

Cientista Político. Doutor em ciências sociais (UFRN). Professor substituto da UFRN. Diretor do Instituto Seta de Pesquisas de opinião e Eleitoral. Autor do Livro: pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática. Editor da Revista Carta Potiguar. Twitter: @DanielMenezesCP Email: dmcartapotiguar@gmail.com

Comments are closed.

Política

As Jornadas de Junho: Partidos Políticos e Apartidarismo

Política

Por que ocupar a Câmara Municipal?