Ocorrerá nessa terça-feira, 10 de Setembro, o julgamento do mecânico Wagner Gomes de Lima, 38 anos, denunciado pelo assassinato da dona de casa Lúcia Maria Wanderley Montenegro e pela tentativa de homicídio contra o filho dela, Ruthenio Antônio Montenegro, fatos ocorridos a 7 de janeiro deste ano, na Av. Bernardo Vieira, Quintas, Natal.
A sessão do Tribunal Popular do Júri que tratará do assassinato de Lucia Maria Wanderley Montenegro, será a partir das 8h dessa terça-feira, no Fórum Desembargador Miguel Seabra Fagundes, Lagoa Nova em Natal.
Wagner Gomes de Lima é acusado de matar a facadas a dona de casa que tentou defender o filho caçula, Ruthenio Montenegro.
Tive oportunidade de conhecer o viúvo, Sr. Roberdan e um dos seus filhos. Dos vários diálogos que travamos, elevou-se uma pessoa pacata, serena e sabedor do compromisso que tem com seu amor e com sua família em zelar para que se faça justiça e quem quis destruir sua família pague na forma da lei pelo bárbaro crime cometido.
Das conversas com Roberdan, evidenciou-se também uma sabedoria que bem poderia ser mais ouvida pelas instituições garantidoras do Estado de Direito.
Lúcia Montenegro, 56 anos, foi assassinada quando no papel de mãe, postou-se ante a agressão dirigida aos seu filho, tendo a facada atingido o seu o coração materno. Seu filho, Ruthenio Montenegro foi atingido com oito cutiladas na área do peito e pescoço e até hoje busca sua plena recuperação física.
A prisão de Wagner Gomes de Lima ocorreu poucos dias depois na cidade de Nova Cruz, Agreste potiguar e o rápido trâmite judicial ocorreu pela comoção causada, vigilância cívica da família e amigos e pelo fiel funcionamento das instituições potiguares que bem poderiam balizar seus comportamentos na rapidez com que responderam ao caso.
O acusado é mais um egresso do Sistema Penitenciário que ao invés de recuperado para a vida social, potencializa sua agressividade e trás sofrimento e lágrimas para outras famílias. E Seu Roberdan nunca compreendeu nem compreenderá como que um apenado com vários desvios internos de comportamento no Sistema Penitenciário, logrou progressão de regime com uma declaração que asseverava seu EXTRAORDINÁRIO comportamento.
EXTRAORDINÁRIO comportamento tem Seu Roberdan e sua família e amigos na luta incessante pela punição de quem quis inviabilizar a felicidade da sua família.
As dores ainda sentidas, a falta que faz Dona Lúcia à sua família não foram capazes de inviabilizar a vida que segue para que Seu Roberdan e família reconstruam suas vidas.
Não a conheci, mas conheço a serenidade e compaixão de quem com ela conviveu e recebeu seus ensinamentos e sei que de longe ela os acompanha na difícil caminhada pela justiça e lancinante dor de continuar a vida sem um ente tão querido e tão barbaramente assassinado.
Pode-se pensar que amanhã o Tribunal do Júri da Comarca de Natal esteja reunido e que o resultado do Júri interesse apenas a Seu Roberdan, familia e amigos, além do acusado, mas a cada julgamento é a própria possibilidade de convivência humana que está sendo resgatada ou não pelos representantes da sociedade.
Ao interpor-se entre o agressor e seu filho, talvez até sem saber, Dona Lúcia Maria Wanderley Montenegro antes de proteger seu filho, procurava proteger o próprio Estado de Direito que deveria ser um ambiente em que filhos, pais e mães não precisassem jamais passar pelo que a família de Roberdan Montenegro está passando.
A Sociedade Natalense deve acompanhar com cuidado o desenlace do caso, pois é em lutas como a empreendida por Seu Roberdan e família que resiste a esperança da retomada de um mínimo de padrão da convivência humana esgarçada.
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SOBRE O AUTOR:
Marcos Dionísio Medeiros Caldas. Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (RN) e da Coordenação do Comitê Popular Copa 2014 – Natal.
