Rio Grande do Norte, quinta-feira, 09 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 16 de maio de 2018

GREVE NACIONAL DA PETROBRAS

postado por Loa Antunes

A greve deve paralisar as atividades da Petrobras nos próximos dias. O indicativo de greve nacional por tempo indeterminado foi aprovado por 90% dos petroleiros nas assembleias de cada sindicato, informa a Federação Única do Petroleiros -FUP,  a data da paralisação será definida pelas direções sindicais de cada Estado.

O principal ponto de pauta da realização da greve nacional da Petrobras trata do contraponto a privatização do Sistema Petrobras e contra os ataques aos direitos trabalhistas de todos os trabalhadores brasileiros, tanto do setor público quanto do privado. Além do indicativo de greve também foi aprovado o MANIFESTO EM DEFESA DA SOBERANIA, PELA DEMOCRACIA E CONTRA A PRISÃO POLITICA DE LULA” que além de reforçar os elementos do golpe de 2016 e suas consequências deletérias para o país, conclama toda a classe trabalhadora para se juntar à categoria petroleira e ampliar a luta em prol da Democracia.

São tantas as medidas de desmonte da Petrobras e as perdas para a nação são em montantes tão expressivos que listo aqui apenas alguns mais impactantes. A Medida Provisória (MP 795/2017) já aprovada na Câmara Federal reduz impostos para as petrolíferas estrangeiras até 2040 e pode gerar uma renúncia fiscal (não precisa pagar imposto) de até R$ 40 bilhões anuais para essas empresas, esse valor pode chegar a R$ 1 trilhão em 25 anos. Fica a pergunta à crise está sendo depositada no bolso de quem?

A Petrobras esse mês fez um pagamento adiantado de US$ 900 milhões aos bancos, algo em torno de R$ 3 bilhões para dívidas a vencer ainda em 2023. Além do montante em renúncia fiscal e o pagamento de dívidas adiantadas, medidas essas já bastante desarrazoadas, ainda soma-se a venda de reservas brasileiras do pré-sal que segundo estimativas  já podem ter acumulado percas em torno de R$ 1 trilhão para o país.

São valores tão altos que só se comparam aos recordes de valores financeiros envolvidos em corrupção nas terras tupiniquins, onde só em caixas de papelão, já foram encontrados mais de R$50 milhões na posse de um dos gangster, o Ex-ministro de Temer Gedel, já preso, da quadrilha que segundo estimativas movimentou só na Lava Jato (investigação envolvendo desvio na Petrobras) R$ 8 trilhões, tendo como principal partido do esquema o PP (Partido Progressista) com a maior quantidade de políticos investigados 33.

Todo esse desmonte parece justificado, já que tem a Polícia Federal de olho em qualquer esquema de desvio feito ou em curso, melhor mesmo é não fazer nada por debaixo dos panos, e as claras entregar os recursos do país, assim para todo mundo ver.

A última greve na Petrobras foi a 23 anos em 1995 que durou 32 dias, e se tornou-se o maior movimento de resistência da classe trabalhadora à política neoliberal e entreguista do PSDB e do DEM (então PFL).

Uma greve que foi fundamental para impedir a privatização da Petrobras pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Essa greve na época foi fortemente reprimida, FHC ordenou que o Exército a ocupasse 4 refinarias tendo só na Refinaria de Paulínia (Replan) uma das principais refinarias da Petrobras a ocupação de 300 soldados do exército, além de tanques de guerra e blindados.

Outras unidades também foram ocupadas por militares como plataformas em alto mar onde os trabalhadores ficaram sob fuzis e metralhadoras pressionados a voltar ao trabalho.

A construção dessa greve da Petrobras, que deve ser deflagrada ainda essa semana, ecoa os elementos da conjuntura da década de 1990 quando da imposição de uma política econômica fundamentalista que agora é acentuada com contornos nada moderados, ao contrário retrógrado e mais autoritário e radical do que nunca.

Por Tiago Souto.

Loa Antunes

Doutorando em Ciências Sociais (Ciência Política) — UFRN Policial Militar — PM-RN. Cientista social.

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