Rio Grande do Norte, segunda-feira, 06 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 3 de março de 2012

Vou comprar uma saia colorida

postado por Carta Potiguar

O cartunista Laerte, um dos mais criativos do país, resolveu se vestir de mulher, integrando-se a um movimento que existe hoje em todo o mundo, onde os homens experimentam suas porções femininas. O escândalo está na mídia. Segundo o cartunista Laerte “Há uma conexão possível involuntária e bem-humorada – entre a minha participação e a segunda feira de Carnaval, época em que a transgeneralidade é aceita mais abertamente”, disse ele, que se veste de mulher há três anos. O complicado para as mentes reacionárias e homofobicas é entender que vestir-se de mulher não significa que o sujeito esteja assumindo-se como gay.

O que Laerte está fazendo é uma atitude provocativa e comportamental. No final dos anos 50 o artista plástico e arquiteto Flavio de Carvalho saiu ás ruas do centro de São Paulo, com um saiote. Pode-se imaginar o escândalo, naquela época. Ele explicou que num clima tropical como o Brasil, os homens deveriam usar saias.

A atitude do cartunista Laerte é um happening anarquista que está sacudindo o marasmo deste país tropikaos. Precisamos de mais provocações em todos os sentidos. Laerte acendeu o pavio. Viva a sua coragem e audácia. Em por na pratica a dualidade masculino-feminino que todos nós temos. Freud já sabia disso. Sempre achei o machismo um comportamento abominável. As mulheres são bem mais interessantes do que os homens. O ator Antonio Fagundes diz numa entrevista que as mulheres são privilegiadas sexualmente. Não precisam de ereção. Estou pensando em comprar uma saia. Falta-me coragem para sair às ruas. Mas com este calor infernal vou usar em casa.

Carta Potiguar

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2 Responses

  1. Lucasmsn10 disse:

    Que faça bom proveito de sua nova mercadoria. 

  2. Tiago Cantalice disse:

    Ótimo texto! Laerte vem confundir e não explicar. Crossdresser é uma performance e uma identidade não tão recente. O cineasta Ed Wood era declarado adepto. Gilberto Freyre foi registrado em muitas ocasiões em seu sítio de Apipucos, fora do período momesco, trajado de mullher. Crossdresser virou um movimento identitário, sendo seu núcleo São Paulo. Como toda identidade é preciso construir fronteiras, a mais tensa é com as travestis. O crossdresser não quer ser confundido com elas. Laerte provoca mais uma vez ao se auto-declarar TRAVESTI! auauauauauau
    Viva Laerte!

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