É fato que a inclusão digital modificou toda estrutura hierárquica brasileira, no sentido de que qualquer morador de favela que tenha um mínimo de educação digital pode estar no mesmo lugar (internet) e interagir com Eike Batista. Assim como, usar das mesmas ferramentas que ele. Mas por que o medo da popularização da internet e, mais precisamente, das redes sociais? Por que o ORKUT foi escolhido como um símbolo da “pobreza digital” ou da “digitalização da pobreza”?
A inclusão digital pôs medo àqueles que têm medo da inclusão social e nos mostra o quanto o brasileiro – geralmente a classe média endividada – é preconceituoso.
Digo isso porque antes do Facebook e do Twitter (agora o instagram) serem popularizados, todos nós usávamos o Orkut, com suas comunidades e fóruns (fúteis e úteis, dependendo da triagem de conteúdo de cada usuário) da mesma forma que usamos hoje o Facebook e outras redes sociais, assim como usávamos o fotolog.net (que funciona dentro da mesma lógica do Instagram).
Então, por que o uso do termo “orkutização” para designar algo “ruim, pobre, ralé, esteticamente feio”? Por que esse medo de estar na mesma condição de um “usuário qualquer”?
Para mim, um brasileiro falar que o outro é orkutizado é a mesma coisa que uma pessoa ser filho de uma prostituta, morar em um cabaré e sair na rua chamando todo mundo de filho da puta. Então, deixem de mimimi, paguem seus iphones comprados em 24x sem juros para não entrar no Serasa e aprendam que rede social não é um espaço hierarquizado, onde só alguns podem usar. Pelo contrário, rede social é aquilo que deve e tem como principal função integrar e difundir informações das mais diversas possíveis.
Não cuspam na rede social que você já amou.
Ainda uso Orkut. As comunidades ainda são úteis.
Nenhuma rede social é ruim… O que não agrada os usuários é o seu mal uso, não só pelas camadas mais baixas da sociedades. O que devemos evitar é encher nossa timeline de baboseiras e correntes. E o Orkut ainda consegue ser o campeão nessas coisas. Sou a favor da inclusão digital, mas acho que também deveria haver uma educação voltada para o comportamento nas redes sociais, para as pessoas terem consciência e senso de ridículo.
Eu comprei meu iPhone a vista, viu!!!
Parabéns. o.o
Sério? Posso ser seu amigo e andar com vc no recreio?
Boa
tarde,
sinceramente vejo o orkut como “ultrapassado” e “inflexível”, na minha opinião
os piores adjetivos em se tratando de redes sociais.
Em termos sócio-demográficos, o orkut por suas raízes turcas, prioriza o uso de
comunidades pois é desta forma que é constituída a sociedade turca. Basta
analisar a penetração desta mídia na Índia ou Turquia, ou seja, sociedades
comunais. Já o Facebook, assim como a sociedade americana ( e a brasileira por
mimetismo) é totalmente baseado no indivíduo, no “eu” “EU
CURTI”, “EU COMPARTILHO”, “EU COMENTO” “IPhone” “Ipod”
eu eu eu…. Para concluir, acho que este lance de “coisa de rico ou coisa
de pobre” é meio batido e desconexo afinal, independente de ser utilizador
de rede A ou B, somos todos utilizadores e produtos ao mesmo tempo. Acho que se
o fotolog tivesse apostado na evolução do seu formato ele existiria até hoje. O
orkut funciona da mesma forma.
Apesar de não ser o meu foco de discussão, concordo com o que você diz e, apesar de ser batido, essa discussão continua sendo pertinente porque ainda não foi “resolvida/esclarecida”. Caso fosse, não existiria uso de terminologias como “orkutização” que, tenho certeza, não condiz apenas com a evolução tecnológica.
ok
Rodrigo, o criativo.
hauhauahuahuahua adorei a analise do texto, e concordo e grande partes com ela.
Discordo. É uma questão de maneira de uso. Entre no orkut hoje em dia e perceba o caos que a popularização causou em uma ferramenta que um dia já foi considerada organizada. A inclusão digital é um fenômeno incontrolável e imprescindível para o desenvolvimento – a nível de comunicação – da sociedade, no entanto, não é só um mar de rosas. O mal uso das redes sociais após a invasão popular é inegável e irrefutável. É claro para todos, vê quem quer e quem não quer, também é obrigado a conviver. Não é preconceito, é algo explícito, um fato real, preconceito é quando não se conhece, quando se fala sem embasamento, o que não é o caso. A sociedade se divide em grupos, sejam grupos religiosos, sejam grupos econômicos, sejam grupos geográficos, sempre foi assim e sempre será, a interação da cultura de dois grupos sempre gerou conflitos, é uma ferramenta evolutiva da mente que acaba por gerar batalhas onde o mais forte vence, é antiquado, é cavernoso, mas é humano, é seleção natural, estamos onde estamos por causa disso, vide a história da humanidade. A popularização das redes sociais gera isso, choque de culturas, uma cultura convivendo com outra, a rejeição é, com toda a certeza antropológica, iminente à este homem que escreve, à este homem que lê e todos os seus ancestrais. Discordo de você, discordo que haja preconceito e garanto que você não usa mais o Orkut.
Não uso facebook, ainda tenho orkut e o uso por causa de forums de discurssão onde mantenho contatos. O que acho engraçado é que para quem vai fazer Facebook para ser requisito deletar o perfil no Orkut, uma coisa não tem a ver com a outra, mas na verdade as Marias vão com as outras.
Concordo contigo. Ainda uso o orkut e acho PATÉTICO esse termo.
Rodrigo, meus parabéns. Já havia um bom tempo que eu não acessava o Carta Potiguar (muito tempo mesmo) e me deparo com este seu texto.
Rodrigo, amei a ultima frase. Uai, se todos que usavam redes sociais amavam e usavam o orkut felizes da vida, então porque essa cusparada agora??? Só porque decidiram que o Facebook é mais cool e phyno? Hehe. Sem mais.
Cássia Helena.
O s anos 70 tiveram a discoteca e as calças boca-de-sino, os 80 os Menudos, Gretcheen, etc, os 90 à lambada e os dois mil tiveram orkuti e agora tem facebook!
Gostei Rodrigo, foi uma boa “sacada”!