Rio Grande do Norte, sexta-feira, 10 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 17 de abril de 2012

José Agripino: mais do mesmo

postado por Daniel Menezes

A entrevista de José Agripino a Tribuna do Norte ajuda a solidificar a visão de que o governo não tem um plano para o RN, tem apenas um projeto de poder. O senador, durante a entrevista, reconheceu que a governadora não se encontra bem avaliada. Porém, utilizou mais uma vez o argumento retrovisor, creditando tudo na conta de Wilma e Iberê. Depois da justificativa, voltou a falar sobre as eleições municipais de 2012.

A ênfase do discurso gira sempre em torno da demonização do passado, aliado a frases publicitárias do tipo: “vamos fazer acontecer”, ou “estamos reconstruindo e avançando”. Pura verborragia que demonstra a ausência de uma visão sobre a segurança pública, saúde e educação. Ou melhor, esconde que as áreas sociais nunca foram prioridade para a atual gestão. A diminuição dos recursos enviados é prova disso.

Uma entrevista que, no final das contas, é mais do mesmo.

REMANEJAMENTOS

Os remanejamentos orçamentários já chegaram a 340 milhões de reais. A principal fonte é o excesso de arrecadação. O governo continua fazendo caixa. Resta saber para quê.

 

Daniel Menezes

Cientista Político. Doutor em ciências sociais (UFRN). Professor substituto da UFRN. Diretor do Instituto Seta de Pesquisas de opinião e Eleitoral. Autor do Livro: pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática. Editor da Revista Carta Potiguar. Twitter: @DanielMenezesCP Email: dmcartapotiguar@gmail.com

13 Responses

  1. Estudante disse:

    Como se o seu PT não tivesse um baita argumento retrovisor… jogando pedra no telhado do vizinho quando o seu é de vidro? Cadê a CPI das privatizações? E a atual, sai ou não sai? Será que o PT no RN se diferencia dos outros…?

  2. Daniel Menezes disse:

    01. Nenhum partido no poder vai criar uma situação vexatória para si próprio. Penso q a CPI vai sofrer um certo esfriamento, até porque, tanto o Agnelo como o Perilo, estão implicados (mais gente virá de ambos os lados).
    O PT criou uma situação feia para si próprio. Alimentou a CPI e fugiu… A cachoeira tá mais para as cataratas do iguaçu. E esta vazão de água ninguém controla.02. O argumento retrovisor do PT no plano nacional difere do de José Agripino. O PT aponta o passado para mostrar que não foi o PT que inventou a corrupção. Mais. Mostra que hoje, ao contrário do passado, a corrupção aparece mais porque é mais investigada e combatida.
    A polícia federal nunca teve tanto poder como agora. Queria, por exemplo, lhe lembrar que quando a PF prendeu o banqueiro Chico Daniel (acho que é esse o nome dele) com 5 milhões não declarados e suspeitos na casa dele, FHC demitiu o superintendente da polícia federal, alegando que ele não tinha autorização para iniciar investigações…
    Converse com um PF e pergunte quando ele tinha mais liberdade, se hoje no governo Pt ou Psdb?! 
    O próprio Agnelo, que tá mais uma vez caindo como mel na boca de corrupto(res)s, foi pego pela polícia federal. 
    Mas você pode achar que falo isso porque votei em Lula.
    Bem, para mostrar que não sou nem um esquerdista fanático, digo que acho que existiram sim avanços no governo FHC (Fundef, LRF, Plano real, etc). Lula partiu de uma base em formação. Mas o PT conseguiu implementar medidas q FHC não implementaria…
    FHC se preocupou com a estabilização econômica. Lula não mexeu nisso. Porém, adicionou a ideia de justiça social, que com certeza nunca passou pela cabeça do FHC…
    A política de educação superior também foi revolucionada. 
    Você, estudante, pegou a mesma universidade que eu no tempo FHC e Lula… No tempo de FHC, você se lembra ainda, eu acho, a UFRN não tinha dinheiro para pagar a conta de energia, as bolsas atrasavam e os deptos foram lotados de profs temporários e menos qualificados… Muito diferente de hoje, não?
    Bem, penso assim…

  3. Sales disse:

    Acho engraçado a política partidária. É verdade que ninguém aguenta mais José Agripino e tudo aquilo que ele representa… Mas também ninguém aguenta mais esse discurso de PT é de esquerda e blá blá blá. Concordo com Daniel que houve grandes avanços sociais no governo do Lula, mas lembro também que houve alguns retrocessos, como inchamento desnecessário e obscuro do Estado. Além disso, o governo do PT nada fez para mudar o sistema político vergonhoso nacional. Só me leva a conclusão de que todos os partidos têm o mesmo projeto político: a manutenção do poder.

    • Sales disse:

      Ah, não estou defendendo governo de Rosalba, até porque até hoje não votei em ninguém das oligarquias Alves, Maia, Rosado, Faria etc. e nem em “apresentadores” de programas regionais de baixaria e “política” com baixo nível educacional. 

      Então concordo com você sobre a verborragia e incompetência do governo Rosalba, e também estou curioso sobre a destinação dos remanejamentos orçamentários…

      • Cidadao disse:

        Todo partido, sendo de direita ou de esquerda, tem o desejo de chegar e se manter no poder. Fato.
        O que irá diferenciá-los será “o que” eles irão fazer no poder e com o poder.
        Neste quesito, há sim diferenças, já que partidos apresentam bases sociais distintas e projetos específicos para a administração da sociedade como um todo.
        Se eles fossem iguais, representassem as mesmas bases sociais e tivessem os mesmos projetos, muito provavelmente entrariam em acordo…

        • Daniel Menezes disse:

          Opa, concordo com o cidadão. Há sim diferenças entre os partidos.

        • Sales disse:

          Mas não é o que a gente sempre viu? Um grande acordo? Olhe para as bases de apoio. Olhe para o PMDB. Eu não consigo acreditar em Papai Noel…

          • Daniel Menezes disse:

            Nunca existiu um ‘grande’ acordo. Veja todas as eleições, sempre há antagonismo de interesses.
            Quer seja dentro de um próprio lado (direita dividida ou esquerda dividida), relativamente comum; quer seja entre os grupos políticos distintos, sempre existente.
            Alias, O PT nunca se aliou com o PSDB, partidos orgânicos que representam grupos distintos, assim como o DEM dificilmente, a não ser em casos isolados, se coligará com o PSOl e por ai vai…
            Se existisse um “grande acordo” não existiria disputa. 

          • Sales disse:

            Eu não me referia a uma grande mão invisível, que tudo controla… Claro que há diferenças na formação dos partidos. Quis simplificar dizendo que, uma vez instalado no poder, qualquer que seja o partido, há um grande acordo para governar (ou desgovernar). Além das bases de apoio, os financiadores, de qualquer partido e governo, quase sempre são os mesmos: empreiteiras, bancos, contraventores etc.
            Por isso arrisco a dizer que não há grandes diferenças quanto a projetos políticos/sociais específicos, até porque não são muitos esses projetos. Resumindo o que eu queria dizer: o projeto prioritário é a manutenção no poder. Não é o meio. É o fim. É o que constato, infelizmente.

        • Zezim disse:

          Imaginemos duas quadrilhas de banco. As duas tem o projeto de roubar bancos. Necessariamente irão se juntar para praticar os delitos??? Dividir os dividendos? Dividir o poder??

  4. Zezim disse:

    Que discursozinho mais pró-corrupção…Quer dizer que porque o seu partido é de “esquerda”, ele pode ser corrupto, dificultar investigações parlamentares, etc.? Pensava mais da Carta Potiguar. “Alternativa Crítica”

    • Daniel Menezes disse:

      Não sou “pró-corrupção” nem faço discurso para naturalizar/positivar qualquer partido de esquerda.
      O que tô falando é que a política não se resume ao “rouba ou não rouba”.
      Pq há pessoas sérias na direita e na esquerda. Há honestidade de ambos os lados.
      Não é isso que é o diferencial. Honestidade é ponto de partida. O que irá diferenciar é o projeto, a ideologia, inclinação política, etc, em resumo, como o partido pensa a sociedade, o mercado, o estado, etc.
      Quanto ao PT, que é o partido que você se refere, no tempo em que esteve no poder aprovou bem mais CPIs do que as gestões anteriores. É só comparar. 
      Mas a questão não é essa. O que mencionei em comentários anteriores foi que a corrupção aparece mais hoje, não porque esteja mais elevada, mas porque está sendo mais combatida: PF, CGU, TCs, MP, etc… só se fortalecem e “vão pra cima” da corrupção…
      Agora, do ponto de vista do “cidadão”, quero uma CPMI do Cachoeira. 
      No entanto, percebo o jogo político e a viabilidade da coisa. Praticamente nenhum partido, em sã consciência, vai aprovar uma CPI que traga exposição negativa para o seu governo. Isso não acontece nem no Brasil e nem em qualquer outro canto em que exista democracia, a não ser que o governo esteja bastante pressionado. Uma perspectiva realista, concordas?

  5. Estudante disse:

    Se no mundo houvesse dois tipos de coisas, as que erram, assumem que erram e, ainda, aprendem com o erro para não cometê-lo novamente, e as que erram, não assumem que erram e, ainda, aprendem com o erro para cometê-lo com mais perfeição no futuro, o PT estaria nessa segunda categoria. Até que ponto foi o PT, até que o ponto foi a República que fez nossa vida melhorar materialmente, é uma questão que um petista jamais saberá responder. Do ponto de vista moral, piorou infinitamente. Preciso dar exemplo? E é este último ponto o que nos faz sentir mais felizes, usando a bússola do certo e do errado. O PT e Lula fraudaram o norte dessa bússola, fizeram coisas que num país decente já teriam lotado a cadeia. Qual bússola você usa?

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