Rio Grande do Norte, sábado, 11 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 20 de junho de 2012

Criando uma imprensa livre no RN

postado por Daniel Menezes

Ao invés de lutar contra a liberdade de imprensa, que é uma conquista da humanidade e irreversível, governos (federal, estadual e municipal) poderiam organizar melhor a distribuição da verba de publicidade.

Em praticamente todas as mídias, já é possível metrificar a audiência. Entre sites, jornais eletrônicos e blogs, por exemplo, o google analytics mede a quantidade de acessos de cada página na internet e mostra, com precisão, quem de fato é lido.

Se os veículos recebessem conforme a audiência, perderiam a necessidade de mostrar “desempenho” para os governos.

Porém, do jeito que está e com o poderio econômico do Estado, fica difícil ter uma imprensa livre. Alias, isso acaba sendo só uma piada de profundo mal gosto.

Vide Natal. Vide o RN. Em determinados jornais, tenho a impressão de transitar por Dubai, quando caio num buraco em nossa cidade; e me encontro em Havard ou na Sorbboune, quando leio sobre as condições de ensino da UERN em outros periódicos.

Hoje, a verba de publicidade é repassada para algumas agências, que utilizam o dinheiro, com a indicação do líder político, do jeito que convêm.

Nesse formato, comprar a opinião alheia se torna a consequência.

CARTA POTIGUAR

Não se enganem. Se a questão fosse pura e simplesmente audiência, a carta potiguar já seria um dos sites mais cobiçados pelas agências de publicidade do RN.

Daniel Menezes

Cientista Político. Doutor em ciências sociais (UFRN). Professor substituto da UFRN. Diretor do Instituto Seta de Pesquisas de opinião e Eleitoral. Autor do Livro: pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática. Editor da Revista Carta Potiguar. Twitter: @DanielMenezesCP Email: dmcartapotiguar@gmail.com

3 Responses

  1. coloradoRS disse:

    “Se os veículos recebessem conforme a audiência, perderiam”E recebem sim de acordo com horários,  e nível de audiência.

  2. Americo disse:

    Tem toda razão. O governo federal tentou diversificar e esse é um dos principais motivos que sustentam os ataques da chamada “grande imprensa”, batizada corretamente pelo Nassif de “velha mídia”, que eu diria já anciã. É certo que as verbas de publicidade, por aqui, servem a abafar escândalos como o Caixa 2 do DEM e algumas estripulias em Natal e Mossoró, onde, pasmem, o governo gasta mais de 8 milhões de reais com publicidade. É um escárnio. Daí vem o MP querendo suspender o São João por causa da seca…o dinheiro tá jorrando por outras bordas, queridos Promotores e Procuradores!

  3. Americo disse:

    Daniel, seria interessante a Carta formular algum tipo de proposta para as agências que distribuem as verbas do Governo, seria interessante para ver o que elas dirão para negar eventual publicidade.

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