Rio Grande do Norte, segunda-feira, 06 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 5 de setembro de 2012

Por que não fazer um auto da 2º Guerra em Natal?

postado por Daniel Menezes

Rosalba Ciarlini, quando foi prefeita de Mossoró, usou de  modo inteligente a história da invasão do bando de lampião – criou uma festa interessante e que movimenta a economia local.

Não quero desmerecer a façanha dos mossoroenses. Alias, adoro aquela cidade. Sempre que podia, não perdia a oportunidade: pegava o carro rumo a capital do oeste. Hoje o tempo não permite. Mas! Natal tem um legado histórico muito mais impressionante: participou ativamente, juntamente com Parnamirim, como base para os americanos durante o conflito planetário que começou em 1939 e terminou em 1945.

A cultura norte-riograndense foi transformada: de calça jeans a casamentos entre natalenses e americanos.

Por que não aproveitamos esse legado? Mossoró é um bom ente norteador. Poderíamos fazer comemorações festivas, além de um grande museu para visitação dos natalenses e que poderia também se transformar em ponto turístico. Um equipamento público para nos tirar do turismo, que é apenas paisagístico, às vezes, sem nenhuma conotação moralista, sexual.

Com certeza, seria bem mais interessante do que aquele chato e repetitivo auto do Natal.

Daniel Menezes

Cientista Político. Doutor em ciências sociais (UFRN). Professor substituto da UFRN. Diretor do Instituto Seta de Pesquisas de opinião e Eleitoral. Autor do Livro: pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática. Editor da Revista Carta Potiguar. Twitter: @DanielMenezesCP Email: dmcartapotiguar@gmail.com

6 Responses

  1. Cara, vou ter dar os parabéns! Essa ideia é fantástica. Nova Jerusalém solidificou a Paixão de Cristo como um evento nacional, por quê Natal, que possui uma rede de hotelaria muito mais estruturada, não consegueria construir um evento similar? Gramado já nos “roubou” a possibilidade de fazer algo descente para o Natal, temos que inovar e buscar novos espaços.

  2. Flávia Rangel disse:

    Poxa! A ideia que Daniel teve em um texto supera todo o trabalho da parente de Rosalba em dois anos. Isaura Rosado, cuidado, seu cargo está ameaçado.

  3. Daniel Menezes disse:

    Marcus, concordo contigo. O auto do Natal é a mesmice. Poderíamos usar nossas especificidades históricas em nosso favor. Estrutura hoteleira, bons restaurantes, etc, não faltam.

  4. Lucas disse:

    Daniel, excelente ideia, e ainda poderia se extender por toda a cidade, com apresentaçoes na rampa, no forte, em parnamirim, na ribeira, petropolis, alecrim, enfim, onde tivesse sofrido influencia desse periodo, um mes, movimentando a cidade toda, seria muito bom e fugiria do binomio praia, e sexo turismo.

  5. Túlio Madson disse:

    Com a rica história de nossa cidade, é pura incompetência que nenhum governo se ateve a isso. Fora a segunda guerra, que certamente foi o fato mais marcante da cidade, ainda tem a história de Felipe Camarão, Clara Camarão, Janduí, a própria resistência aos holandeses, a Intentona comunista, há também quem diga que Natal inspirou Saint-Exupéry em o Pequeno Príncipe quando ele esteve aqui (pelo menos a inspiração para o “baobá gigante” é quase certa), há todo o pioneirismo de Natal para a história da aviação inter-continental, Augusto Severo, a passagem do Zeppelin, enfim, há inúmeros fatos (de relevância mundial) que superam em muito a importância da resistência de Lampião.

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