Rio Grande do Norte, quarta-feira, 01 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 27 de novembro de 2012

Danuza Leão e o lamento dos ricos no Brasil

postado por Alyson Freire

Lula aprofundou o embate social e político entre “ricos” e “pobres”, criando, inclusive, como defende o cientista político André Singer, uma clivagem eleitoral nova na qual os mais pobres, no plano nacional, se liberaram do voto conservador para se aproximar, pela primeira vez na história do Brasil, de uma “alternativa popular”. O “realinhamento eleitoral” do qual nos fala Singer encontra paralelos também no mundo do consumo e dos consumidores. Assim como em outros setores da vida social, o movimento de ascensão social na esfera do consumo é acompanhado de conflitos, ressentimentos, reações e ataques por parte dos “estabelecidos e bem nascidos das classes médias altas tradicionais” do país.

A reação desta classe, tão visível nas estatísticas eleitorais e nas opiniões agressivas e preconceituosas contra Lula também é visceral e virulenta no âmbito do consumo. O último artigo da socialite Danuza Leão, “Ser Especial”, – aqui – publicado recentemente na Folha de SP, é um exemplo fragoroso. Ele traduz, de maneira cristalina, alguns dos incômodos dos círculos da high society com a ascensão social promovida na última década.

Para a colunista, “ser rico perdeu a graça” porque a exclusividade, o sentimento convicto de ser especial e privilegiado por desfrutar de bens e lazeres tão raros, finos e caros naufragou com os novos emergentes, que, parcelando tudo, passam também a consumir e a frequentar os espaços e os prazeres que outrora eram apenas e tão somente seus. Daí as boutades: “bom mesmo é possuir coisas exclusivas, a que só nos temos acesso; se todo mundo fosse rico, a vida seria um tédio”; ou, “(…) como se diferenciar do resto da humanidade, se todos tem acesso a absolutamente tudo, pagando módicas prestações mensais?”.

Na verdade, o lamento da socialite pela queda da aura de raridade e originalidade que antes envolvia as viagens à Paris e à Nova York ou possuir um jatinho particular mascara um duro golpe nas classes médias e altas, qual seja; o abalo no monopólio da distinção social, portanto, da caução de seu status e identidade social. Ora, se os signos marcadores de distinção social podem e são consumidos por outros, como então se diferenciar, e, assim, evitar ser confundido com a “ralé dos novos ricos e da nova classe média”?

Como ensinou o sociólogo francês, Pierre Bourdieu, as classes e posições sociais não se diferenciam apenas em função das condições econômicas, mas, também, pelos padrões de consumo, os gostos, as atividades de lazer, ou seja, pelos estilos de vida que cultivam e desfrutam. Se os bens de consumo funcionam como “cercas e pontes”, como pensava a antropóloga Mary Douglas, o problema, para as elites, é que algumas das “cercas” do consumo, que garantiam o sentimento de distinção e superioridade social, ruíram com a mobilidade social dos últimos anos, criando “pontes” indesejáveis para “pessoas indesejáveis e diferentes”.

“Ser rico perdeu a graça” porque já não é tão simples demarcar a diferença e a superioridade social em relação às camadas sociais que se encontram mais abaixo na pirâmide social. “Perdeu a graça” porque o abismo social, ou melhor, o apartheid social nacional diminuiu, e isto parece ser assustador para alguns abastados e privilegiados de berço, pois o convívio resulta agora mais aberto e menos homogêneo do que se gostaria.

O desespero decorrente do abalo no monopólio da distinção social toca mais profundo do que apenas o embaralhamento ou “democratização” dos sinais socialmente diferenciadores de classe, que tanto angustia atualmente as classes médias e altas no país. A distinção social não é somente uma forma de garantir o sentimento de diferença, de autenticidade e de superioridade social. Ele é também a base da identidade social dessas classes, na medida em que a distinção social forma um estilo de vida, ou melhor, o viver legítimo das classes abastadas.

A distinção social é uma arte de viver bem; viagens, roupas elegantes, culinária refinada, bons vinhos e coisas semelhantes. É esta arte que fornece o quadro de referência para que essas classes sejam enxergadas e se enxerguem na condição de classes dominantes, distintas e sofisticadas. O artigo de Danuza Leão exprime, com alguma ironia, é verdade, uma espécie de “crise de identidade” dos ricos cultivados no Brasil contemporâneo.

As mudanças sociais e o crescimento econômico, intensificados pelos últimos governos do PT, vieram “poluir” um mundo até então imaculado e fechado. Novos tipos de pessoas, de outros berços, ocupações e lugares, emergiram, com dinheiro e orgulho de seu sucesso, até cenários e atividades cuja mediação fundamental e distintiva é o “bom gosto”, “o refinamento”, “a cultura”, “a exclusividade”, “a classe”…

Durante muito tempo, as cercas do privilégio e da exclusão delinearam os traços mais firmes da identidade das classes abastadas e conspícuas brasileiras e, assim, asseguravam a pureza social e estética dessas classes pela garantia da quase ausência de interação com outras classes nos espaços privilegiados e distintivos de consumo. Agora, a antiga “ralé” sem classe se aproximou perigosamente dos “bens nascidos”, podendo ser vista caminhando lado a lado com as senhoras mais distintas nos mais caros shoppings paulistas ou nas boutiques parisienses à procura de bolsas Louis Vuitton.

Uma vez derrubadas as cercas, só resta o vazio, o recolhimento. Não à toa que a socialite arremata o fim do artigo, de maneira desolada, com a seguinte conclusão: “(…) trancar-se em casa com um livro, uma enorme caixa de chocolates, o ar-condicionado ligado, a televisão desligada, e sozinha”.

No entanto, é preciso ver mais do que lamento e ressentimento nas reações preconceituosas e elitistas como as expressadas por Danuza Leão em sua coluna. Essas reações são contundentes e sintomáticas a propósito de como nossas classes estabelecidas e abastadas nunca viram com bons olhos a mobilidade social. Mais ainda: demonstra, por um lado, sua dificuldade em lidar com a democracia em seu sentido mais amplo, social, como democratização das oportunidades, recursos, condições e espaços, e de outro, a ojeriza que elas devotam à alteridade e diversidade social – leiam este outro artigo da mesma Danuza Leão aqui. Desse modo, não é difícil compreender a guinada desses estratos sociais aos espectros e discursos mais conservadores nos últimos tempos.

Alyson Freire

Sociólogo e Professor de Sociologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN).

15 Responses

  1. Ewerton Alípio disse:

    Em verdade, o BNDES da Era Lula virou uma “vaca sagrada” para os mais ricos, notadamente donos de empresas amigas do rei. Abílio Diniz que o diga (http://www.cartacapital.com.br/politica/abilio-diniz-%E2%80%9Cespero-que-o-legado-de-lula-nao-se-perca%E2%80%9D/). E o bilionário Eike Batista igualmente, pois empresas do seu grupo EBX receberam bilhões em empréstimos subsidiados pelos pagadores de impostos. Acrescento aqui que a conquista de certa estabilidade do poder de compra da moeda foi mais significativa para a chamada “justiça social” do que os projetos “caritativos” — naturalmente com dinheiro dos outros — do senhor Lula. E esse feito é de Itamar Franco e de uma brilhante equipe de economistas da PUC do Rio de Janeiro que era composta, entre outros, por Gustavo Franco, Persio Arida e Edmar Bacha. Vale registrar também que eliminando os abusivos impostos contidos na cesta básica (http://www.craes.org.br/arquivo/artigoTecnico/Artigos_Imposto%20zero_36.pdf), se tornariam desnecessárias essas aviltantes políticas compensatórias e “gratuidades” estatais para os mais pobres que o governo petista jacta-se de ofertar.

    P.S. – O endividamento do brasileiro em ascensão já atinge níveis inauditos.

  2. Lucas disse:

    Nao é de admirar esse tipo de declaração de uma vagabunda, no sentido de que nunca precisou fazer esforço pra atingir o status que tem.

    Isso é consequencia da falta de educação brasileira, que atinge nao so quem estudou em escola publica mas quem tambem estudou nas escolas mais exclusivas do brasil.

    Educação no sentido de fazer parte de um todo, de ajudar a construir uma sociedade melhor, a ter noção de patria, o brasil é o país do cada um por si e deus por todos.

    Sociedades que se transformaram em potencias, nao chegaram la com esse tipo de pensamento, a noçao de que um todo melhor, faz de cada um melhor ainda, nao chegou na nossa sociedade, e essa educação so vai acontecer com uma reforma da nossa educação.

    Hoje nossas escolas nos formam para fazer provas e nao para construir cidadaos, é preciso integrar educação com esporte e cultura, reformular a formação dos professores atraves da reforma dos cursos de licenciatura, os cursos de pedagogia entao nem se fala. ainda falta uma longa estrada para o Brasil realmente ser transformado.
    Com relação a essas mudanças começarem nos governos do PT, so uma colocação, isso nao da a eles o direito de se transformarem nos maiores larapios desse país. o PT assumiu de uma vez por todas a expressao rouba mas faz. todo dia aparece algum indicado do Lula preso por corrupção, ta dificil acreditar na lorota do eu nao sabia.

    • Ewerton Alípio disse:

      “Com relação a essas mudanças começarem nos governos do PT, so uma colocação, isso nao da a eles o direito de se transformarem nos maiores larapios desse país.” Não é por aí, Lucas. Penso que a era de Itamar Franco e de FHC foi a de plantio. A de Lula/Dilma, a de colheita. Qualquer análise básica e desapaixonada confirma isso. Seja dito de passagem, a manutenção da política econômica herdada de FHC foi um pouco mais dura no início do governo Lula.

      • Lucas disse:

        Ewerton, vou discordar de voce com relaçao a plantio e colheita, FHC cometeu erros grotescos que levaram o país a colher seus resultados muito depois do necessario, a valorização do cambio pra garantir a reeleição foi um deles, a propria emenda da reeleição foi outra, o Brasil pagou por crises periféricas, coisa que nao deveria ter acontecido, como no México, Russia e ate Argentina, graças a forma titubeante como o presidente se comportava diante de organismos como o fmi. falando de análise de fatos e dados, ai eu é que te falo que olhando desapaixonadamente para isso,vemos que taxas medias de crescimento, desemprego, relação dívida/pib, taxa selic, e numero de pessoas atendidas por programas sociais dos dois períodos nao ha o que falar em plantio de FHC. vejo muitas semelhanças sim nos dois perídos, e essas semelhanças se encontram prefencialmente na area da corrupção, o psdb adora falar em carga tributária, mas esquece que essa mesma carga explodiu justamente durante o período FHC, o Brasil nao tinha problemas com níveis de impostos ate FHC virar presidente

        • Ewerton Alípio disse:

          Essa ascensão não se deu só a partir de 2003 e nem o país deve suas conquistas exclusivamente a Lula. Esse foi meu ponto. Até Dilma afirmou que um governo se fundamenta no acúmulo de conquistas realizadas ao longo do tempo. Para ela, “Ele sempre será, ao seu tempo, mudança e continuidade. Por isso, ao saudar os extraordinários avanços recentes, é justo lembrar que muitos, a seu tempo e a seu modo, deram grandes contribuições às conquistas do Brasil de hoje”. Sim, de fato o péssimo governo socializante de FHC elevou nossa carga fiscal à estratosfera: ela saiu de 27% para 36% do PIB. E foi com essa pornográfica carga tributária que Lula redistribuiu renda — pra variar, com chapéu alheio. Porém, um mérito inegável de FHC (como ministro da Fazenda) foi nomear a equipe encarregada da espinhosa tarefa de debelar a hiperinflação. E reitero que a garantia de certa estabilidade do poder de compra da moeda foi mais expressiva para o bem-estar do povo do que programas sociais.

          • Lucas disse:

            vamos ao debate, primeiro gosto disso e respeito suas opiniões, segundo quem nomeia é o presidente da republica então nesse caso todos os méritos ao presidente itamar ele sim pai e fiador do real, com relação a conquistas continuadas ela foi política ou então seletiva pois devo lembra-lá que boa parte do sistema superior brasileiro foi construído pelos militares será que ela concorda em prestar essa homenagem ao período militar? Isso sem contar que ela apenas assumiu que PT e PSDB são a mesma face da moeda, nao considero os dois partidos antagonistas. Com relação a impostos e distribuição, espero que você nao tenha concordado com a Danusa. Ewerton, nao é distribuir dinheiro com chapéu alheio, é ajudar brasileiros que nao tiveram a mesma oportunidade que nos tivemos, eu como brasileiro nao acho justo que outros brasileiros pra ter o que comer tenham que catar no lixo ou esperar a ceasa fechar pra pegar o que vai ser descartado no lixo, isso sim é deprimente e nao pagar imposto, essa é a noção de viver em sociedade de ver o conjunto da sociedade melhor que digo que nao existe no Brasil, educação é a solução sim é verdade, mas nos estamos falando de ajudar pessoas que sequer tem o que comer, pago meus impostos e nao vejo mal nisso, desde que se tenha ação continuada para oferecer educação a essas pessoas

          • Ewerton Alípio disse:

            Muito bem, Lucas. A galhardia e a distinção são fundamentais para um bom debate. Sou-lhe grato por isso. Então façamos o debate.

            1º Sobre o Plano Real, Fernando Henrique ao menos possuía bons contatos no universo acadêmico, e isso lhe condicionou escalar a equipe de tecnocratas capitaneada pelo preparadíssimo Gustavo Franco. Também prefiro o nacionalista Itamar.

            2º Bom, não concordo com essa Danusa e faço pouco caso da acanalhada e cafona burguesia parda, muito embora me situe abertamente à direita no espectro político.

            3º “Isso sem contar que ela apenas assumiu que PT e PSDB são a mesma face da moeda, nao considero os dois partidos antagonistas.” Concordo. São ovos chocados da mesma serpente — leia-se USP.

            4º Sou liberal-conservador mas aceito um contexto social-democrata em situações de miséria extrema. Porém, o próprio Hélio Bicudo (ativista dos direitos humanos e fundador do PT) admitiu que o Bolsa Família é um megaesquema de compra de votos (http://www.youtube.com/watch?v=T2Hqt04d–Y).

            Cumprimentos!

          • Lucas disse:

            Ewerton, vou tentar nao fugir ao tema do post em questao pra nao perdermos o foco com relação ao assunto. Com relação ao FHC, pelo que ja li do tema, so acho que a participação dele no plano real foi muito menor do que tentam criar os psdbistas, muitas das decisoes importantes do plano foram tomadas pelo presidente itamar, esse sim decisivo para implementação do real, mas que por desonestidade intelectual de FHC, teve seu feito diminuido. Vale lembrar que o país que FHC entregou em 2002, crise, divida explodindo, cambio descontrolado, inflação crescente, ah sim e dizer isso foi culpa da possivel eleição de lula é se omitir da responsabilidade e vale lembrar que essa situação ja existia bem antes da eleição, estava pior do que o país que ele recebeu em 94, mas como te disse essa discussao foge um pouco do tema. Com relação ao tema em si, a estabilidade da moeda foi sim importante para todas as classes sociais que tem acesso a renda, salario, e compra, inclusive e principalmente a classe pobre, porem a estabilidade tem alcançe limitado de consumo, e se reflete principalmente no consumo fixo das familias como alimentação, o que se discute e ai sim é uma vantagem do governo lula, foi o acesso ao credito para consumo de outros bens antes inacessiveis as pessoas, como eletrodomesticos, viagens, e etc, ah mas isso criou um endividamento nas familias, concordo, mas exclui-las do mercado seria a melhor solução como foi feito no governo FHC? vale lembrar que nao foi so o credito facil que criou essas condiçoes, a melhora significativa do salario minimo, a reestruturação do salario do serviço publico, que carregou a reboque uma reestruturação dos salarios do setor privado, isso tudo gerou essa melhoria, coisa que o governo FHC nao se preocupou, o que eu discuto é, a estabilidade foi conquistada com que finalidade na visão de FHC? pelo qe vejo na visao do Lula a estabilidade so faz sentido se a maior parte da população puder aproveitar senao nao faz sentido. Outra coisa, eu sou um critico contumaz de Lula e do PT pelos roubos que eles fazem, isso é uma coisa e vou criticar, e nao acho que o PT pretenda mudar e va fazer diferente disso tudo que esta ai, mas com relação ao acesso ao consumo eu vou defender, ate porque me utilizo desse acesso, e vejo que na grande maioria dos casos as pessoas estao se utilizando bem dessas ferramentas, tem quem esteja exagerando? tem, mas nao acredito que sejam a regra. como ja me estendi demais, vou parar e deixo essa discussao do bolsa familia e do Helio Bicudo, e de direita, esquerda e outros assuntos mais pra outro dia. abraço e bom dia

          • Ewerton Alípio disse:

            Envio comentários concisos porque eles são elaborados durante o expediente de trabalho. Visto que alguns aspectos do debate aqui gerado exigem considerações mais, por assim dizer, profundas, da minha parte também não direi mais nada sobre esses assuntos.

          • Gostei da discussão de vocês dois, mas infelizmente cheguei logo quando vocês decidiram não discutir mais, um pena =D
            Mas só para constar… O controle da inflação na década de 90 foi um fenômeno mundial, toda a américa latina estava em uma crise de inflação e toda ela adotou medidas semelhantes as adotadas no Brasil. Penso assim que possui pelo menos 14 presidentes tentando gozar dos “direitos” de ter controlado a crise inflacionária (para mim o melhor de FHC foi ele ter saído). Coloco a “revolução social” do PT no mesmo saco, essa saída em massa miséria para a classe média também como um fenômeno que ocorreu na américa do sul, mas Lula foi mais eficaz do que seus vizinhos.
            Espero de verdade que ambos não sejam ingênuos ao ponto de achar que o roubo e a corrupção começou no governo do PT. Seria muita infantilidade achar que o homem se desvirtuou nos ultimos 10 anos e não nos ultimos 200.000 anos. Acho que a sociedade em geral, a brasileira em particular, possui uma cultura corrupta (pela falta de fiscalização ou leis limpas que dão pouca margem a falcatruas e não por que o brasileiro é mal e o extrangeiro é bom). Onde um médico “trabalha” em dois cantos ao mesmo tempo, um polícial coleta dinheiro da população, um engenheiro assina prédios de areia, um Juiz julga pelo bolso etc… os seus representantes não vão ser diferentes.

          • As coisas estão mudando, essa massa de miseráveis que passaram para classe média não vão querer voltar para miséria, vão exigir cada vez mais. E seus filhos ocupando pelo menos 50% das vagas em universidades e institutos federais vão ter cada vez mais consciência que o país também é deles.

          • Lucas disse:

            Arthur, tambem gostei da discussao, ewerton tem meu respeito, muito mais do que outros que comentam aqui mesmo pensando parecido comigo mas que nao concordam com certos temas aqui e preferem jogar pedras, talvez porque seja mais facil do que elaborar argumentos pra defender suas posiçoes, nós tratamos aqui com argumentos, por isso ficou tao boa a discussao, infelizmente o post vai passar entao nao da pra manter a discussao muito mais, alem de que tanto eu como ele, apesar de nao conhece-lo, temos nossas tarefas no trabalho e nao da pra estender demais o debate. O bom é que eu nao preciso faze-lo mudar de lado, nem ele a mim, mas nossa discussao nos ajuda a elaborar mais ainda nossas posiçoes em defesa da forma como pensamos, por isso defendo a discussao sem agressão, pena que voce nao teve como participar dessa vez, fica pra proxima. Mas so pra comentar o que voce falou, concordo que a corrupçao nao nasceu no governo Lula, mas isso nao significa permissao para ele e a turma do PT praticar a corrupção, esse é o problema, nao é a corrupçao praticada por funcionarios, mas a corrupçao praticada pelos membros do partido.

  3. Arthur Dutra disse:

    Caro Alyson, saudações.

    Não posso deixar de dizer que seu artigo acerta e é sensacional quando detecta a reação mesquinha dos “ricos” quando se deparam com a ascensão de pessoas das camadas mais baixas. Isso acontece e o artigo dessa cretina chamada Danuza Leão mostra bem isso. Porém, nem por isso vejo razão para o achincalhe somente desse tipo de gente, pois também merecem a mesma reprimenda aqueles que ascenderam e buscam ter o mesmo estilo de vida da velha elite brasileira, descurando de outras necessidades mais urgentes como adquirir uma melhor formação educacional e moral, por exemplo. Quero com isso dizer que se o governo contribuiu, de forma temporária ao meu ver, para elevar pessoas da pobreza até o patamar financeiro das classes médias e altas, também não criou as condições para que elas dessem uma contribuição, digamos, espiritual, à sociedade no sentido de não caírem na mesma futilidade que impera na elite, pois ambas agora compartilham da mesma visão de que o importante na vida é gozar os luxos que o dinheiro pode comprar, notadamente quando se tem muito. E não é justo dizer que isso é culpa do capitalismo que corrompeu o espírito da nova classe média, pois já que ele é tão malvado assim, como é que o governo que pensa nos pobres aceitou essas consequências e os levou a compartilhar delas e ainda dizer que é um benefício?

    Portanto, o mérito do governo, da forma que se propaga por aí, foi apenas de criar novos cretinos endinheirados, juntando-os aos que já existiam, com a diferença de que os novos não podem ser criticados por sua igual futilidade e pobreza espiritual apenas por terem saído da pobreza há pouco tempo por obra e graça do governo e por votarem em Lula e no PT.

    Não estou a falar contra a mobilidade social. Estou dizendo que a mobilidade social não deve se resumir ao dinheiro que uma pessoa coloca no bolso para gozar dos bens materiais, mas deve ser acompanhada de outros atributos que justifiquem uma posição de preeminência na sociedade. E isto, claro, também vale para os que já estão “por cima”, mas isto parece não ser considerado, visto que é notório que a elite brasileira – a nova e a velha – é uma das piores do mundo.

    É quando o dinheiro acaba que um espírito fútil – seja da nova classe média ou da velha – mostra sua verdadeira substância, ou melhor, o vazio que lhe preenche e que o faz escrever asneiras como o fez essa Danuza Leão.

    Grande abraço
    Arthur Dutra

  4. Daniel Menezes disse:

    Caros,

    debate bem acalorado. Os defensores da Danuza e a própria “distinta” cronista alegou que se tratava de uma “galhofa” para com o aperreio das elites.
    Bem, acho que é, como escutava quando criança, “desculpa de amarelo”.
    O fato concreto que o texto da autora, para o bem e para o mal, se notabiliza por mostrar como as elites se ressentem com a mudança social ocorrida no país nos últimos anos.

  5. […] mesmo é possuir coisas exclusivas, a que só nos temos acesso; se todo mundo fosse rico, a vida seria um tédio”, afirmou. A recente ampliação dos direitos sociais das empregadas […]

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