Rio Grande do Norte, quarta-feira, 15 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 12 de março de 2013

O custo da exclusão do PSD

postado por Daniel Menezes

Por Alan Lacerda, Professor de Políticas Públicas da UFRN

Em seu blog: lordedaniel.blogspot.com

 

images (1)A crônica política estadual foi dominada nos últimos dias pelas repercussões da reunião de cúpula da base governista potiguar em Brasília. Nela, a governadora Rosalba Ciarlini e os principais dirigentes do PR, PMN, PMDB e DEM fecharam um acordo político que afastou do noticiário as ameaças de rompimento peemedebista. Em nota lançada após a reunião, os líderes falaram em “adequações administrativas” como caminho para superação dos problemas políticos do governo Rosalba e expressaram o otimismo protocolar a ser esperado em documentos desse tipo.
Os colunistas políticos locais se concentraram nos eufemismos presentes na expressão “adequações administrativas”, mas seria interessante entender como a atual gestão chegou a esse ponto. Por que o PMDB ficou tão forte a ponto de condicionar a própria sobrevivência política do projeto de poder do núcleo rosalbista?
Minha resposta está no rompimento do PSD, ocasionado em grande medida por ações do próprio governo, em outubro de 2011. A saída do vice-governador Robinson Faria, após diversos conflitos com o atual chefe da Casa Civil e marido da governadora, Carlos Augusto Rosado, não privou meramente a base governista de dois deputados estaduais. Ela retirou de Rosalba a possibilidade de conter os apetites do PMDB usando os mesmos apetites do líder pessedista que incomodaram Rosado. Pressões do PMDB poderiam ser contra-arrestadas com o recurso à força política de Faria, por exemplo, e vice-versa. Divide et impera, ou dividir para governar. As ameaças de rompimento do PMDB não seriam tão importantes, afinal, se o PSD ainda estivesse na base.
Em suma, a governadora perdeu poder de barganha com a passagem do PSD para a oposição, tornando-se mais dependente do ponto de vista político do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, e do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, os dois principais líderes peemedebistas do estado.

Daniel Menezes

Cientista Político. Doutor em ciências sociais (UFRN). Professor substituto da UFRN. Diretor do Instituto Seta de Pesquisas de opinião e Eleitoral. Autor do Livro: pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática. Editor da Revista Carta Potiguar. Twitter: @DanielMenezesCP Email: dmcartapotiguar@gmail.com

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