Rio Grande do Norte, quinta-feira, 16 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 14 de julho de 2015

Lançamento do livro Madame Xanadu

postado por Carta Potiguar

Nesta Sexta-feira (17), a Editora Tribo lança o seu sétimo título: Madame Xanadu, de Aureliano Medeiros. O livro, um romance escrito e ilustrado pelo autor, conta a história de uma drag queen deprimida e os momentos que antecedem seu suicídio. Baseada na estrutura do tarô, a narrativa não sequencial compartilhada por diferentes vozes dá um tom especial de confusão, indispensável para a obra. Um quebra-cabeças que pode ser montado de maneira diferente na cabeça de cada leitor.

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Conversamos um pouco com o autor, que falou um pouco sobre a personagem do seu livro.

Madame Xanadu, sabemos, é uma personagem da DC COMICS, nascida no final da década de 70. O nome foi uma maneira de homenagear a personagem da DC?

 Certamente. Acabou se tornando isso. Existem muitas coisas na adolescência que grudam na nossa cabeça e o nome Madame Xanadu foi uma delas. Desde que ouvi, nunca me saiu, até chegar o momento que achei que eu mesmo havia criado, mas era mentira. Depois que já havia construído o personagem, conheci o quadrinho da DC e fiquei encantado. Pensei em mudar o nome, mas vi que já era tarde demais, então incluí na historia um motivo plausível que justificasse a escolha do nome sem parecer plágio.
 
Que motivo foi esse?

Como Madame Xanadu é uma drag queen em minha história, fiz com que ela escolhesse esse nome por conhecer o quadrinho da DC, e por ambas manterem uma relação estreita com o Tarot.

Você falou que Madame Xanadu é uma drag queen. Quem lê seu livro sabe que ela é drag queen e negra. O fato de seu livro se tratar de uma personagem que foge dos padrões normativos pode contribuir, de que maneira, para uma discussão sobre as minorias?

O livro não levanta bandeiras. Os personagens são parte de minorias, mas o preconceito não é abordado no livro. O fato de não trazer essas temáticas de exclusão de forma aparente, pode fazer com que alguns conceitos sejam absorvidos com mais naturalidade.

Como por exemplo o fato dela ser depressiva. qualquer um está à mercê da depressão, independente de cor, etnia, gênero…

Sim, certamente. A tristeza está grampeada em todo ser humano, com intensidade diferente.

E o que você espera de resposta dos leitores ao seu livro?

Como o livro oferece diversos caminhos de leitura eu espero respostas diversas dos leitores. Acredito que o livro deixa de ser do autor quando sai de suas mãos. Tenho certeza que estou entregando meu máximo, como escritor e ilustrador. Espero que repercutam muito, pelo menos.

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Com as palavras de Angela Pavan, que prefacia o livro: “Madame Xanadu comove com sua doçura assertiva. Suas dores ganham evidência no grande palco do nosso coração. Seu pesar esplêndido e soberano, como obra de arte que impregna os poros. Ela pode ser todos nós ao mesmo tempo, plasmados em sua alma movente.”

 

Serviço:

Lançamento do livro Madame Xanadu

Sexta-feira (17), às 19h

Ateliê Bar e Petiscaria, Rua Chile

Show de Simona Talma

Livro estará a venda por R$30 no dia do lançamento.

Carta Potiguar

Conselho Editorial

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