Rio Grande do Norte, sexta-feira, 26 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 9 de abril de 2012

Alguns animais são mais animais do que outros

postado por David Rêgo

Se você defende uns, por que come outros?

No debate sobre os direitos dos animais, uma coisa é preciso deixar clara: Nem todos animais são “animais”. Apenas tratamos como “animais” aqueles que são domésticos ou bonitinhos, os demais são apenas “o resto”. Uma prova disto é que continuamos a comer ‘baby beef’ e adoramos um caranguejo (morto na água fervente). “Alguns animais são mais animais que outros”. Os direitos que queremos dar aos animais, na realidade, são direitos “aos animais domésticos”. A estes nós queremos dar cidadania. Já aqueles que “existem para servir nossa gula”, não ligamos para seus direitos. Não n0 geral. São poucos os que estendem a crítica dos direitos animais aos animais que nos servem de alimento. É tão grotesco sacrificar um animal em nome da “proteção contra doenças” quanto matar um animal em nome da gula. Porém, quando matamos em nome da gula, ninguém fala nada. Aliás, confundimos constantemente “gula” com “alimento”. Ninguém precisa comer ‘baby beef’ ou caranguejo para viver, estas comidas são “luxos” que utilizamos para saciar prazeres. Matamos por prazer diariamente, mas não nos damos conta disto.

Este questionamento que faço é próprio da chamada “filosofia vegan”, uma corrente de pensamento que tem como objetivo ampliar os direitos humanos aos animais. Concordo plenamente com ela.

É curioso, porém, observar algumas manifestações públicas. A Carta Potiguar publica semanalmente uma série de artigos ligados a violações dos direitos humanos como homofobia, racismo e preconceitos em geral. Ainda assim, nenhum texto causou tanto desconforto ao público quanto o “Morte aos gatos”. Concordo completamente com o público que os argumentos expostos no texto são frágeis e dignos de revisão (sendo gentil e eufemizando a crítica).

No entanto, o que surpreende é observar que a comoção em favor dos gatos mostra-se muito superior à comoção em favor de humanos, que sofrem diariamente. Não se trata aqui de fazer comparações ou acreditar que devemos dar prioridade a um em detrimento de outro, creio que a vida como um todo deve ser valorizada, mas, como entender o fato de poucos ligarem para violação dos direitos humanos e MILHARES indignarem-se com a violação de direitos animais? É como se o ser humano não fosse também um animal, criação da própria natureza tal como os gatos, cachorros, vacas etc. etc. etc.

Trata-se de algo que merece atenção, é uma evidência do ódio que nutrimos contra nossa própria espécie. Se não ódio, no mínimo uma desvalorização, como se não fôssemos produtos da própria natureza. Observamos a desvalorização do ser humano claramente no discurso corrente. Tomarei como “exemplo” o caso da norte-americana que realizou há pouco tempo um transplante de rosto. Seu rosto foi completamente deformado por um ataque do “chipanzé de estimação” de uma amiga. Em um momento de fúria o animal desfigurou a amiga de sua dona em um ataque que durou mais de 10 minutos deformando-lhe completamente o rosto e arrancando alguns membros. Era um macaco relativamente “calmo”, famoso por fazer comerciais etc.. Ele foi morto pela polícia, cravejado de tiros.

Existe na internet um site que presta solidariedade à vítima do ataque do chipanzé… e também ao chipanzé. No site, o animal é inocentado com o seguinte raciocínio: “não podemos colocar a culpa nele, ele estava fora do seu habitat natural e vivendo enjaulado, era de se esperar uma reação assim devido ao alto índice de stress em que vivia”. Vejamos, o chipanzé tinha “carinho”, tinha “boa comida”, mas vivia enjaulado, isso motivou seu stress e “justificou” seu ataque (a culpa não foi bem dele, mas da condição em que vivia, embora algumas reportagens posteriores afirmem que o animal sofria também de uma doença que “atacava os nervos”). Concordo plenamente com a afirmação feita no site.

O que entristece é ver que a mesma relação não é feita com seres humanos. Se enjaulamos alguém, maltratamos, damos comida podre entre outras coisas mais e, depois, o indivíduo sai deste ambiente ainda pior do que entrou e trucida alguém, o que dizemos? “Mata! É vagabundo! Bandido! Não presta e nasceu assassino! Tem que exterminar! Não é digno de pena!”. Aliás, a expressão “pobrezinho, é vítima da sociedade” já é até jargão (aplaudido pelo público) de jornalista de TV em programa policial.

Não estou afirmando que este é o posicionamento de todos que defendem os direitos dos animais, deixo isto desde já claro. Alerto apenas para um certo fanatismo que podemos observar em muitas manifestações públicas. Continuando…

Quando observamos “ataques de fúria” de “animais não humanos”, a “culpa” nunca é do animal, mas da condição em que se encontra, basta observar os comentários dos leitores no Youtube ou blogs que isto fica bastante evidente. Com os humanos parece ser o contrário, dizem: “nasceu assim”. E esquecemos que os “instintos” são bem mais significativos nos demais animais que os da nossa espécie, justamente pelo fato de termos desenvolvido a “cultura”, algo tipicamente humano que “suprime”, até certo ponto, nossos desejos e nos obriga a manter padrões de conduta.

Esquecemos-nos que somos também animais (com cultura, mas animais) e que se um chipanzé tem “ataques de fúria” ao ser submetido a um determinado tratamento, não é de se surpreender ao encontrar comportamento parecido entre humanos. Diz-se também que o chipanzé tinha uma doença ligada aos nervos. Isso justificaria a agressão do chipanzé, o vitimando, e atribuindo ao ser humano o status de “ruindade inata”, já que “mata mesmo sem ter doença”. Mas devemos lembrar que qualquer animal com má alimentação passa a ter “super-excitação nervosa e tendem a ficar irascíveis” (fato exposto pelo médico e ex-diplomata Josué de Castro no seu livro “Fome, um tema proibido”). São várias as denúncias em relação a comida dos presídios brasileiros. São vários os depoimentos de presidiários e ex-presidiários que falam a respeito de comida podre servida como almoço. É de se esperar que humanos também tenham reações relativamente parecidas com a do chipanzé, devido uma “condição da cultura que o coloca num constante estado do super-excitação nervosa devido à má alimentação”. Ainda assim por que consideramos os animais demais “naturalmente bons” e a humanidade “naturalmente ruim”? O que leva um ser “vítima” e outro “assassino natural”?

Devemos tomar cuidado para que o movimento ecológico não se torne um pilar anti-humanista e devemos lembrar também que a “tolerância” é o próprio princípio que funda a ideia do direito dos animais.

Retomando ainda o texto que motivou esta postagem, o “Morte aos gatos”. É de se deixar claro também que a Carta Potiguar terá o prazer de publicar e divulgar (como já foi feito) textos que rebatam as opiniões dos autores do site.

 

Imagem: Africa

David Rêgo

Sociólogo, antropólogo e cientista político (UFRN). Professor do ensino médio e superior. Áreas de interesse: Artes marciais, política, movimentos sociais, quadrinhos e tecnologia.

47 Responses

  1. Discordo com algumas coisas do texto, mas David resumiu bem a questão: Se você defende uns, por que come outros? Cutucando a ferida… Daniel foi um tanto infeliz no texto sobre os gatos, em minha opinião. Há outras alternativas para o controle populacional dos gatos, ou, pelo menos, outras formas de se discutir o problema. Infelizes também são os comentários sobre aquele texto, que vão de agressões grosseiras à exaltação do criacionismo.

  2. Pedro Andrade disse:

    Excelente artigo meu amigo David, contribuiu bastante com a discussão.

  3. Daniel Menezes disse:

    David,

    se você defende a filosofia Vegan, aconselho que pare de usar tudo que leve animal, conforme eles mesmo defendem de modo seletivo (os mais malabaristas mentais), ou de modo mais forte os fundamentalistas.
    Em resumo, parar de usar animal significa parar de usar remédios, shamppos, sabonetes, tratamentos médicos, vários meios de locomoção, muitas roupas, utensílios domésticos, em resumo, a lista é interminável.
    O homem só se formou enquanto tal pq conseguiu domar a natureza e fazer com que ela funcionasse a seu favor, isso inclui uso de animais…
    Os vegans negam isso.
    Tanto é que a visão extremista vai defender a morte dos homens, fim dos produtos da civilização moderna e o retorno a natureza.
    No veganismo há o embrião daquela filosofia do filme os 12 macacos, em que há um grupo que defende a retomada do mundo pelos animais e o fim da civilização.

    PS. Quanto ao meu texto, eu não neguei as outras formas de controle de animais. Até agora procuro entender aonde isso consta no meu texto.
    O que defendi é que é preciso usar sim a estratégia de sacrifício (veja que eu não apaguei as outras possibilidades), que é válida em muitos casos.
    Ou fazemos isso, ou teremos de criar UTIs para animais com doenças crônicas e terminais, conforme o Robson, no texto dele, defendeu. 
    Isto significa usar recursos do Estado para fazer hospitais para animais, apartamentos e enfermarias. Além disso, encontrar pessoas dispostas a tomar conta de animais portadores de doenças contagiosas.
    Bem, como vivemos numa sociedade democrática, seria preciso saber se as pessoas preferem, hoje, gastar com hospitais, utis e enfermarias para cachorros com doenças terminais, ou fazer as mesmas instituições, sendo que para humanos. O que você acha que irão escolher?
    Robson disse que é só conscientizar as pessoas para que elas vejam a necessidade de se investir nisso. Ora, a afirmação é tão ingênua que não me dei o trabalho de refutá-la.
    A afirmação da falta de vontade política é tão profundo como dizer que o Brasil 
    PS.2. Critiquei justamente o politicamente correto, que no caso dos animais vêm do fundamentalismo animal, por justamente impedir a legítima discussão sobre o sacrifício. Não é verdade que o sacrifício está em desuso e é ultrapassado, como os fundamentalistas defensores (apenas) dos animais afirmaram. Coloque no Google e veras (não vale site defensor dos animais).
    PS.3. Mais informações foram dadas na minha contra-resposta.
    PS.4. A questão fundamental, na verdade, é valorativa. É saber se um animal tem o mesmo direito de um homem (para algumas pessoas tem até mais), ou se o animal tem direito, mas ele é condicionado pelo direito central de uma pessoa. Eu fiquei na segunda opção.
    PS.5. O meu título foi impoliticamento correto, mas foi proposital… queria mostrar a virulência do discurso fundamentalista defensor (Apenas) dos animais/vegan/vegetariano.

    • Paulo Emílio disse:

      Daniel, aconselho você a pesquisar mais. Eu te dou uma lista de empresas grandes que fazem produtos vegans e que não testam em animais (como a Nívea e a Natura); universidades que deixaram de usar animais nas aulas práticas (como a USP e UNB) etc. 

      A questão do veganismo (para mim, claro!) é evitar ao máximo usar produtos de origem animal. Enquanto der para evitar, evito. Obviamente que, se eu ficar doente e precisar de um remédio ou, como os “carnívoros” gostam de zoar: “se você ficar na floresta sozinho, você não vai comer carne?”; minha resposta é sim. Meu instinto de sobrevivência é maior que qualquer animal ou ser-humano. 

      Eu entendi a provocação que você fez no texto, mesmo tendo certeza de que você não pesquisou quase nada para escrevê-lo. A problemática existe e, por mais que eu apoie a castração e a conscientização, sei que ambas levam tempo para surtir efeito. Não acredito que a matança resolva, mas não tenho dúvidas que alguma coisa precisa ser feita urgentemente. 

      Outra coisa que acho uma tremenda contradição desses defensores do verde é aquela história: “vou abandonar tudo na cidade e ir morar na floresta, só com os animais”. Um IMBECIL (sim, imbecil, sei que em texto não posso, mas comentário posso sim) que vai embora da cidade, mas leva seus costumes urbanos para uma área INTACTA e, uma vez lá, consegue “agredir” mais a natureza, do que a gente na cidade. 

      Fui vegetariano por 10 anos e sou vegan há quase 1 ano, mas se for para me comparar com um bando de “fanáticos verdes”, por favor, me chame para o próximo churrasco… Amém! (Semana Santa? auheuea). 😛

      • Daniel Menezes disse:

        01. O meu texto anterior “morte aos gatos” foi gerado apenas para mostrar que não dá para descartar a política de sacrifício. Ora, analisei as experiências exitosas de Santiago, Los Angeles, São Paulo, Maringá, etc.
        02. Falei sobre a necessidade de criminalizar quem alimenta animais de rua. Detalhe, quem alimenta animais de rua na rua, não em sua casa. Acho que isso ficou bem claro.
        Inclusive, a maioria das cidades (controle de zoonose tem legislação geralmente municipal) proíbe e/ou recomenda a não alimentação de animais de rua na rua. Solicitei apenas que na nossa cidade, o que já é proibido, tivesse maior ênfase na punição.
        03. Critiquei o fundamentalismo politicamente correto vegetariano/vegan/defensores dos animais que, por igualar a vida do ser humano a de um animal, descarta os dois pontos acima, mesmo sendo reconhecido o seu uso (veja bem: não disse que isso é suficiente para resolver tudo).
        Em resumo, não apresentei nada de revolucionário, ou quis mostrar um modelo único.
        Aonde há desinformação nisso tudo, ou ausência de pesquisa? 
        Minha intenção, muito bem alcançada, foi demonstrar o fundamentalismo politicamente correto dos vegans/defensores (apenas) dos animais e vegetarianos.
        Agora, de fato, a outra possibilidade é não sacrificar em hipótese alguma e criar hospitais, hoteis e utis para bichinhos (tratei disso no meu segundo texto), inclusive, os terminais e com doenças contagiosas (hoje a política recomenda, por exemplo, o sacrifício do cachorro com calazar), conforme o Robson defendeu no texto dele.Bem, mas o Estado trabalha com recursos escassos e, se a gente quiser, pode gastar verba ainda maior nisso e deixar outras coisas de lado. Por exemplo, piorar ainda mais a saúde pública voltada para HUMANOS.Outra possibilidade: criticar com a ilusão de que o que falta é “vontade política”, como fosse possível atender a tudo e a todos.

        • Daniel Menezes disse:

          Mais um detalhe: depois que cortou o sacrifício como política, São Paulo apresentou retrocesso, conforme reclama o centro de zoonoses de la.
          Bom fazer pesquisa também em sites não filiados ao movimento vegan ou defensores dos (apenas) animais.

          • Daniel Menezes disse:

            Sim, mais uma coisa. Há sacrifício no nosso centro de zoonoses, mas é feito “as escondidas” pq os caras não suportam mais os fundamentalistas, batendo na porta deles.
            Em resumo, pelo fato da gente ficar pintando um mundo cor de rosa, perdemos a capacidade de ditas as políticas públicas que moldam a nossa cidade.

          • Daniel Menezes disse:

            Querer negar o uso dos animais para nos desenvolvermos, não só na alimentação, mas em várias partes das nossas vidas, significa negar uma das coisas que fizeram e continuam a nos fazer humanos. A lista do uso de animais é, praticamente, interminável… nas mais variadas áreas humanas.
            Mas o malabarismo vegan vai encontrar uma explicação seletiva para tudo.

          • Paulo Emílio disse:

            1) Não dá para descartar, porque ainda não criaram outro método que resolva o problema a curtíssimo prazo. E é nesse sentido que seu artigo pecou. O problema existe e precisa ser feito algo urgentemente. 
            2) Nisso eu concordo plenamente contigo e eu ainda citei isso nos comentários. É muito fácil pregar a proteção animal, alimentando e deixando a sujeira pra a UFRN ou a Urbana limparem. 
            3) A questão não é igualar; a questão é menosprezar demais. Sou “contra” (democraticamente falando, não sou “terrorista” para sair ameaçando quem o faz isso) o consumo de animais para quem tem o poder de escolha, mas para quem não tem, tem mais é que comer mesmo.

            Sobre aos hospitais, abrigos, é… realmente, não tenho como defender essa bizarrice – a não ser que o país estivesse com recursos sobrando e sem a população precisando. Isso é um absurdo. 

            Quanto ao calazar (leishmaniose), como expliquei no comentário do artigo, você pecou muito. A leishmaniose não deixa o animal em “estado terminal”. Se você fizer uma pequena pesquisa (tanto em Pet Shops com o no Scielo) verá que tem vários estudos sobre o controle e CURA da doença. Citei o exemplo da minha cadelinha que estava respondendo bem ao tratamento, mas tive se interromper, porque vizinhos descobriram e eu fiquei com medo deles tentarem envenenar ela e a minha outra cadela. O tratamento com a minha cadelinha durou cerca de 8 meses (o recomendável era 15 meses), nem eu, nem meus familiares e nem minha outra cadela pegamos calazar. Caso tivéssemos pego, bastaria uma semana de tratamento com antibiótico e tudo estaria resolvido. Esse é um exemplo de como uma política mal planejada presta um desserviço à comunidade científica. Lá na UNB, o professor coordenador da pesquisa que estava me ajudando (e usando meus dados para a pesquisa dele), tem de fazer a pesquisa em locais pouco habitados e com poucos recursos, já que não dá para levar equipamento caro da universidade para lá. E aí? Isso é uma política boa?

            Não adianta nada cortar os sacrifícios sem apresentar nenhuma outra política. Sou contra o sacrifício, porque é uma medida muito extremista e eu acho que podem criar outras alternativas que resolvam o problema. 

            O Centro de Zoonoses é famoso por sacrificar animais da pior maneira possível. Eles mesmos já alegaram que fazem assim (em câmaras de gás), porque não tem recursos suficientes para usar injeção. Agora, como você mesmo confirmou, eles fazem “as escondidas”. Esse processo deve ser bem mais cruel que a câmara de gás. Neste casso, ambos estão errados. A comparação pode parecer meio estranha, mas é a mesma coisa que a população reclamar do policial e isentar a PM, enquanto instituição. Os defensores são contra os funcionários do Centro de Zoonoses e não das polícias do mesmo. Assim, realmente, fica difícil trabalhar.

            Realmente, você tá muito desinformado sobre produtos vegans ou de empresas que não fazem testes em animais. Se há um público pequeno das classes altas que consome, nada mais justo (financeiramente falando) que empresas mudem seu ramo para aumentar a lucratividade. Só para elucidar o exemplo, há cerca de 6 meses foi lançado o “clube vista-se” (o movimento existe a mais tempo). Você se associa e ganha desconto em restaurantes e produtos de empresas filiadas. Você acha mesmo que essas empresas se arriscariam sem nenhum retorno? Enfim, a questão é muito maior que um simples “malabarismo vegan”. 

          • David Rêgo disse:

            Rlx, Paulo. Não adianta, ele tem razão e ponto final, não tem o que debater.

          • Daniel Menezes disse:

            Não resumi o uso de animais apenas a alimentação. Se você ver, dará conta de que na aviação, no uso de energias, remédios, tratamentos médicos, etc, foram desenvolvidas com o uso de animal…
            sem mencionar parte da agricultura… a lista aumenta. 
            O que lhe falo: é impossível suprimir totalmente, ou ao menos, parte significativa do uso de coisas que levam animal no mundo moderno…

          • Daniel Menezes disse:

            No Brasil é recomendado q animal com Calazar seja sacrificado, a não ser q o dono assuma os riscos.
            Porém, nos EUA animal com calazar é sacrificado, independentemente da anuência do dono ou não.
            Há risco sim de contágio. Ele só será diminuído com o uso de colera… que afasta os mosquitos que podem levar a doença do cachorro para o humano.

          • Paulo Emílio disse:

            Aonde você leu isso? O tratamento de leishmaniose (inclusive a vacina) foi desenvolvido nos Estados Unidos. Mas, vamos supor que nada foi feito por lá. Sendo assim, já que os Estados Unidos sacrificam o animal, obrigatoriamente o Brasil, por ser inferior, não pode tentar desenvolver uma pesquisa em cima da doença? Quer dizer que no país não existe veterinários, biólogos, biomédicos, farmacêuticos etc. suficientemente bons a ponto de fazer avanços científicos? Se for assim, as pesquisas que Nicolelis e Sidarta estão fazendo é tudo uma farsa. É isso?  

            Além disso, releia o que eu escrevi sobre a doença. Em momento algum afirmei que não existe risco de contágio. Disse que fazem esse alarde inteiro em sacrificar o animal, por conta da doença pro homem. Sendo que a doença, no homem, basta um tratamento com antibiótico durante 1 semana que a pessoa está boa. 

          • Daniel Menezes disse:

            É, pq no final das contas, a zoonose se direciona para o homem em última instância e a grande maioria não quer passar pelo risco de pegar calazar.

          • Paulo Emílio disse:

            Bem, eu nunca disse que é possível ser totalmente vegan, principalmente num meio urbano. Eu disse que o que dá para evitar, eu evito. Coisas supérfluas como shampoo, condicionadores, protetor solar, couro, lã, seda etc., eu consigo viver sem nenhum problema. 

  4. Patralves disse:

    Ótimo texto. Mas gostaria de sublinhar que o que mais magoou  os defensores de animais foi o modo discutível e execrável com o qual o sr. Daniel Menezes tratou o problema da epidemia de gatos. Seria bem mais humano e racional, explanar sobre a castração dos gatos, ao invés de incitar a matança de uma especie.   Quem possui um amigo de estimação, seja ele um gato, um cavalo, um cachorro, ou um ser humano, aprende desde cedo o quanto é  importante  o RESPEITO por todas as especies. Nao tenha duvida disso. 

    • Daniel Menezes disse:

      Quem falou em matar uma espécie? Me diz que eu quero ler também…

      Animal não é amigo. Só há relação de amizade entre humanos. Amizade é um sentimento humano.

      Agora, de repente, seja mais conveniente acreditar que, quando um gato rela na perna de uma pessoa, ele está acariciando o seu dono, rs.

      Bem, prefiro pensar com o que de fato acontece e não com o que eu desejo que deva acontecer, mesmo que o desejo sejá irreal.

      • Lúcia disse:

         Quem falou em matar a espécie??? VOCÊ MEU CARO, ME RECORDE O TÍTULO DO SEU PODRE TEXTO: MORTE AS GATOS! O que isso que dizer? Está achando as pessoas burras? Ah, animal nao é amigo??? MORRE pra ver quem vai morar no teu túmulo, se vai ser algum famailiar teu ou se vai ser um cachorro de estimação que vai passar fome, sede e frio APENAS pra estar ao teu lado mesmo MORTO. Faça-me o favor, quanto mais vc fala e tenta se explicar, mais nojo sinto da pessoa que vc é, exemplo do que NÃO se deve ser, tenho pena de seres tão MEDÍOCRES que acham que sabem tudo apenas pq tem estudo. Meu querido, estudo nao dá CARÁTER a ninguem, INFELIZMENTE isso vem de familia, vc estudou muito só esqueceu de estudar na faculdade da VIDA.

      • Patrícia disse:

        Você diz que animal não é amigo porque nunca viveu essa experiência ou porque leu isso num livro de antropologia ou sociologia? Acho que depois que se formou você ficou meio paranóico, tudo é contra outras espécies, tudo é negativo..aff vai dizer que animal tb não sente fome, frio, medo, dor..??? são inferiores, transmitem doenças, não sente nada, não são amigos de ninguém, são apenas ‘coisas’ ambulantes que andam por ai a toa com nenhuma finalidade, essa seria a descrição perfeita pra animais pra você hein? aff vai procurar uns humanos pra ajudar que contribui melhor para o mundo do que esses seus comentários antropologicos… ah o lar da vovozinha esta precisando de ajuda, conhece? é aqui em Natal mesmo, se junta ai com teus colegas antropólogos e vão lá fazer uma visita! Vamos usar a internet para ajudar os outros, o meio ambiente, ou ”coisas” (animais) em vez de discutir sem nenhuma finalidade e ficar medindo ‘conhecimentos’… Me diz ai um projeto seu, ou algum trabalho voluntário que você faça em prol dos humanos (não vai me responder dizendo que não precisa dizer quem ajuda e bla bla bla, pois, quanto mais divulgar melhor para a causa, assim que consigo recursos pra ajudar animais de rua, divulgando) ou você só ajuda os humanos teoricamente com seus conceitos antropológicos?

      • “Animal não é amigo. Só há relação de amizade entre humanos. Amizade é um sentimento humano.”

        Discordo dessa afirmação. É muito fácil e simples pretender que apenas humanos são capazes de amizade entre si. Não sou chegado em animais domésticos ou selvagens; o único animal que posso dizer que realmente me interessa é o ser humano – e, com bastante freqüência, o ser humano se esquece de sua condição animal. Mas mesmo que não o fosse, o que impede que animais possam desfrutar de um sentimento de amizade entre si ou com seus donos humanos? Já parou pra pensar na possibilidade de ser visto por um animal, em vez de simplesmente vê-lo e tomar sua visão sobre ele como dada?

        Essa separação entre homem e animal é perigosíssima, e é ela que está na raiz não só dos desmandos feitos em relação aos animais, mas também nos comentários dirigidos a seu texto (e dentro dele próprio). A possibilidade de amizade com os animais pressupõe algo ainda mais importante: que os animais sejam considerados enquanto um Outro do ser humano, que apresentam sim diferenças em relação a nós, mas que não devem ser negligenciados em favor de qualquer tipo de violência (física ou simbólica) a eles dispensado.

        Sou simpático à opinião de que a quantidade de gatos na UFRN causa um transtorno brabo à comunidade acadêmica e aos visitantes, mas o controle populacional deve evitar ao máximo o sacrifício de animais (que deveria, em tese, ser feito de modo indolor. Infelizmente, não é o que acontece). A meu ver, o grande problema não se trata de exterminar gatos, mas de punir quem os alimenta. Alimentar os gatos não mantém apenas os espécimes doentes (com toxoplasmose, calazar, ou o que quer que seja) nos arredores do campus, não só de deixar o ambiente malcheiroso, mas também de manter o equilíbrio da teia alimentar do Parque das Dunas. Os seres humanos estão longe de ser os únicos afetados por um problema que eles próprios criaram.

      • Mara disse:

        kkkkkkkkkkkkkk, este Sr. Daniel deve ter tido problemas com animais na infância, não sabe o que é um amigo, aliás, os animais é quem deve ter tido problemas, aprendiz de psicopata, kkkk
        Imagine as “crias” dele, vão crescer do mesmo jeito.

  5. Tiago Cantalice disse:

    Davi, achei pertinente teu texto no que tange à crítica à comoção e mobilização que as pessoas apresentam perante um animal (selvagem, doméstico ou de rua) que sofre maus tratos ou encontra-se desamparado, enquanto fazem vista grossa para milhões de seres humanos sem lar, sem água, sem comida, sem terra, sem perspectivas, violentados, etc. Contudo, assim como fiz no Facebook, volto a questionar sua opinião sobre os modos de se alimentar da esmagadora parte da humanidade. Por que os modos de comer de alguns, especificamente, segundo seu texto, dos que comem alimentos de origem de animal, é uma expressão pura e simples de GULA? De onde você tirou essa interpretação? Se depois de ter sido cativado (pelo que parece) pela teoria veganiana, você concluiu que os demais seres humanos que se comportam como onívoros (ou seja que comem alimentos de origem de animal e vegetal – assim como inúmeros outros mamíferos) o fazem por gula, sou forçado a concordar com Daniel Menezes, que isso é reflexo de um discurso fundamentalista. Não há qualquer base razoável para este posicionamento. O que vai ser ou não entendido como alimento para humanos é de ordem cultural e por ser de ordem cultural, nossa (a humana) alimentação é tão diversa!
    Não vejo nenhum problema em seres (ou tentares ser) vegano, mas buscar capturar novos adeptos, demonizando os nossos tradicionais modos de se alimentar, é tolo. Tão chato e inútil quanto um religioso tentando converter um ateu.
    Comer um caraguejo ou bom bife é uma hábito alimentar, não a expressão de mesquinhez.
    Toda tentativa de eliminar a diversidade pelo suposto modo “correto” de fazer as coisas é base para uma série de desastres, tensões, hierarquizações, etc…
    Ah, só para eu não esquecer: Plantas também sofrem. Mas nem por isso vou lutar pelo direito de vida delas frente ao direito de um humano se alimentar dela e sentir prazer ao comê-la.

    • David Rêgo disse:

      Olá Thiago,
      Explicarei devidamente todo o “Processo do meu pensamento”, vc é um cara que merece isto, já que fui altamente grosseiro no fb. ehehehehehehehe.
      Primeiro é interessante não cristalizar o discurso. “Comer um caranguejo ou um bom bife é um hábito alimentar, não a expressão de mesquinhez”. Significa então dizer que aquilo que é hábito da cultura é “natural” e não pode ser alvo de crítica? Quer dizer que a cultura não erra, é ela própria divina e não reproduz uma série de preconceitos, prénoções e posições anti-éticas? Esta visão que me parece, no mínimo, conservadora. O que eu vejo é uma cristalização do discurso: “é hábito, então não existe mal algum em fazer”. Sem contar que EU NÃO CONCORDO QUE HÁBITOS DA CULTURA ESTÃO ACIMA DA VIDA EM TERMOS VALORATIVOS. E isto não é uma questão de vegetarianismo, é uma questão de ética. Se um e outro confundem-se, bem, (in)feliz coincidência.
      Para além disto, para onde vai o poder de reflexão dos indivíduos? Se eu tomo conhecimento de um hábito que tem consequências nefastas, eu irei manter a prática apenas por ser hábito? Em nome da cultura vale tudo? Lembremos, até Aristóteles defendia a escravidão, foi preciso a cultura “avançar” para que até mesmo os filósofos se dessem conta que a escravidão é algo monstruoso. Eles não estavam nem aí à princípio sob um argumento que vc usa: é hábito da cultura (portanto, cristalizado e naturalizado e tido como “normal”). Caso você abra as regras do método sociológico verá Durkheim chamando o seu posicionamento de “coisificação” e chamando atenção para os perigos disto. Você “coisifica” a cultura no seu discurso. Aliás, até Jonh Locke, autor de diversos livros sobre a liberdade era mercador de escravos pq para ele o negro não tinha “status” algum, era como uma pedra ou uma simples mercadoria ou seja, os escravos eram “coisificados”.
      É o mesmo que ocorre com a comida em dias de hoje.
      Explicando: Existe aquilo que é “alimento” e existe aquilo que é “Luxo”, feito UNICAMENTE para saciar prazer. Existe um livro chamado “o processo civilizador” onde o autor, Norbert Elias afirma que a humanidade tem passado por um processo de sofisticação da cultura, onde os hábitos estão cada vez mais refinados e temos também o surgimento de direitos universalizáveis, coisa até então nunca antes vista. Desde basicamente a revolução francesa existe um “movimento de universalização de direitos e liberdades” e este movimento agora atingiu também os animais, onde passa-se a olhar para eles como “indivíduos”, dignos de respeito, liberdade etc etc etc.
      A lógica é simples: Eu sei que uma prática gera dor, angústia e sofrimento, surge a questão: preciso disso pra viver? Preciso, ok, pode-se comer tranquilamente. Preciso disso pra viver? Não. Ok, não existe razão então para o consumo. A lógica é simples, clara e direta está ligada não ao discurso vegetariano (eu não sou vegetariano continuo onívoro, apenas me dei conta que é um ato completamente questionável matar por prazer e evito ao máximo luxos desnecessários, afinal, EU TENHO UM MILHÃO DE FORMAS DE ME DIVERTIR ALÉM DA GULA).
      Que é expressão da gula isso é e não tem como negar, que é mesquinhez isso é e não tem como negar. Daí à vc dizer que não liga e prefere continuar comendo…é outra história.
      Não só isso, a dieta humana “tradicional” vem de uma época onde nós corríamos em média 12 kilômetros por dia para caçar, o que justifica o consumo de tanta comida/calorias. Em dias de hoje sofremos de uma crise de obesidade (MUNDIAL!) e isso não é outra coisa senão um descompasso entre o modo de vida e a alimentação. Dimiuir o “saldo energético” que consumimos é o primeiro passo pra conter uma crise de tal proporção e uma dieta coerente me parece algo, no mínimo, aconselhável. A própria medicina não aconselha um bife com mais de 100g por dia. Existem textos do meu avô (que era médico) na Carta Potiguar falando sobre isso.
      E o que vc vem fazendo com a cultura é justamente o que critico na minha monografia, que fiz em 2006: coloca a cultura em um padrão de respaldo onde “o que é hábito cultural deve ser respeitado”, caindo em um etnocentrismo às avessas em nome de um certo relativismo. Roberto Cardoso de Oliveira critica severamente o relativismo cultural justamente por observar que este nada mais é do que um movimento altamente conservador dentro da antropologia.
      E plantas não sofrem como animais, não possuem sistema nervoso central, não desenvolvem medo, não possuem consciência nem noção de passado e futuro. Não cabe dizer que “Plantas sofrem tanto quanto animais”. Muitos dos argumentos utilizados evidenciam que existe carência de reflexão sobre o tema. E deixando claro que meu referencial teórico não é “Literatura vegetariana”, é antropologia mesmo como “armas, germes e aço” ou então “por que cozinhar nos tornou humanos” ou mesmo “a história da alimentação”, todos livros feitos por onívoros mas que conseguem perceber que existe um grande abismo entre a necessidade, o prazer a a imposição de sofrimento desnecessário.
      Notabilizar formas de violências que são despercebidas é minha função enquanto uma pessoa que estuda alimentação e é isto que tenho feito ao alertar para o fato da gula “camuflar” uma série de atos anti-éticos que cometemos sob o “pressuposto” da alimentação.

  6. Tiago Cantalice disse:

    Meu comentário foi vetado? Cadê?

  7. Patrícia disse:

    Este sim é um
    texto para se ‘refletir’. Seus questionamentos foram adequados e nada ofensivos
    David (dá umas dicas ao seu colega, rs.). Foi através de eu me engajar mais
    como voluntaria, na luta pelos direitos dos animais que já comecei a me
    questionar sobre isso e hoje já mudei vários hábitos e ainda estou em processo
    de mudança constante.  Realmente e
    infelizmente há só quem seja contra matar animais, etc, mas muitos só sentem ‘pena’,
    fazem alarde e no final das contas não fazem nada por eles (não generalizando,
    claro!). Só não concordei no seu texto quando você diz que “…a comoção em
    favor dos gatos mostra-se muito superior à comoção em favor de humanos, que
    sofrem diariamente…”. Lendo, deu a entender que foi generalizado. Bom, mas não
    é bem assim, pois, mesmo com toda dificuldade que o ser humano passe, você há
    de concordar comigo que jamais seria igual a um sofrimento de animal que nem
    SUS tem né? Por isso, a comoção é mesmo bem maior. Eu sou sincera em dizer que
    tenho medo de chegar próximo de um ‘pivete’ de rua e lhe oferecer algo, tenho
    medo de me assaltar, de se ‘aproveitar’ daquele momento. Um dia, voltando de
    uma pizzaria com umas fatias que havia sobrado, avistei um mendigo e parei o
    carro, fui oferecer e quase que apanho! Não tenho vergonha de dizer que tenho
    maior comoção por animais na rua que por gente (que tem bem mais condições de
    conseguir algo que eles), mas também não os desprezo. Se estou num sinal e se
    aproxima um desses meninos de rua eu fecho logo a janela por medo, afinal, não
    é só porque é pobre que significa que é ‘coitadinho.’ Eu seria hipócrita nesse
    caso! E duvido muito que ‘aquele’ que defende tanto os humanos que sofrem na
    rua, não feche a janela do seu carro também! Por isso, acho hipocrisia demais o
    que foi discutido recentemente por alguns autores de blogs, artigos, etc, que
    na verdade não devem fazer PN por ninguem. Sobre o exemplo que você deu da
    menina e do chimpanzé, não vou nem comentar porque não me inteirei, mas só em
    saber que ele era criado como ‘pet’ já me intriga. Não acho o ser humano
    superior ao animal e nem acho que devessem ter direitos iguais, apenas cada um
    deveria ter os seus direitos. Não há como comparar um animal numa gaiola e um presidiário
    em uma cela, neste contexto que você colocou. Eu acho que na maioria das vezes,
    uma pessoa sai pior da cadeia e isso é bem comprovado, mas também sou contra ‘melhorias’
    e ‘regalias’, se comem comida podre na prisão ou não pra mim tanto faz, eles
    tem que sofrer mesmo, pois mesmo antes de cometerem um crime já sabiam as consequências
    então, acho que cadeia não é um hotel para você refletir, é para pagar seus
    erros mesmo. Mesmo que eles tivessem o melhor tratamento e uma psicóloga todo dia
    conversando com eles, não creio que iriam mudar (a maioria). A diferença é que
    o homem ‘raciocina’, já sabia bem antes de cometer o crime o que iria acontecer,
    já o chimpanzé, se soubesse que seria morto por atacar a garota, aposto, não
    teria feito! Lembrando que se o chimpanzé foi parar numa gaiola não foi porque
    ele quis, mas o homem quando é preso é por sua culpa, ele tem consciência
    (mesmo estando fora de si). Achei seu texto pertinente, embora eu analise estes pontos citados de outra forma.

    • Tiago Cantalice disse:

      Quanta besteira você falou!
      Não é porque é pobre que é ladrão! Só para lembrar! Sim, humanos são superiores aos outros animais. Basta comparar as espécies.

      • David Rêgo disse:

        Falei besteira, né? hum rum. Tranquilamente. Besteira respaldada por respeitáveis livros. “Não é pq é pobre que é ladrão”….hummm, certo, mas como vc me explica 95% dos casos de violência corresponderem justamente à população menos favorecida? Já vi seu discurso mais afiado, Tiago. Tá enferrujado e só sabe trolar. Sinto muito.

      • Patrícia disse:

        E como você é HIPÓCRITA!!!! Passa na cracolandia ou em um bairro periférico de 1h da manhã com uma corrente de ouro (nem precisa tanto) e volta aqui aqui pra dizer como foi a experiência!!! E não sei onde foi que você viu que escrevi AFIRMANDO que ”todo pobre é ladrão”. Leia de novo e deixe de falar besteira você.

        • Tiago Cantalice disse:

          Não fecho o vidro na cara de crianças, apesar da onda de pânico das pessoas. Morei e vivi em tantos lugares ditos perigosos sem nunca ter recebido nenhuma abordagem violenta. Se você crê (“Se estou num sinal e se
          aproxima um desses meninos de rua eu fecho logo a janela por medo, afinal, não
          é só porque é pobre que significa que é ‘coitadinho.’ Eu seria hipócrita nesse
          caso! E duvido muito que ‘aquele’ que defende tanto os humanos que sofrem na
          rua, não feche a janela do seu carro também!”) que todos agem com hojeriza a pessoas cuja aparência foge ao “confiáve”, eu não. Nunca andei com ouro, não tenho dinheiro o suficiente e se tivesse não ostentaria. É bom pensar se muitos casos de violência não ocorre como reação a um outro processo de violência: a  ostentação. Somos humanos. Esse é o nivelamento. Agir no auxílio a animais “fofinhos” é desencargo de consciência. Não sou hipócrita, sou humanista. Entre um humano com fome e um bicho com fome, volto minha atenção ao primeiro.

          • Patrícia disse:

            Se você nunca recebeu uma abordagem violenta, ótimo, sorte a sua! Eu já! Fecho a janela do carro sim, sou precavida! Mas você não colou a parte que afirmo ”pobre é ladrão”! Eu disse ”não é só porque é pobre que significa que é ‘coitadinho’.” Se você analisar bem, vai ver a sutil diferença. Eu também não tenho dinheiro o ‘suficiente’ e se tivesse, boa parte seria para cuidar dos bichinhos fofinhos das ruas (acho eles um mimo *-*)! Também não sou hipócrita, sou realista! Esse negocio de ”entre isso” ou ”aquilo” é maior furada, um dia quando você tiver que escolher entre sua mãe com uma arma apontada na cabeça e um policial apontando outra arma pro ‘humano que tiver apontando a arma pra sua mãe’, por exemplo, quero ver você impedir o policial de atirar, quero ver você dar um de antropólogo nesse momento! Nosso ‘intelecto’ só nos serve enquanto nossos ‘instintos’ não nos atrapalham. Ou seja, no fundo somos todos animais irracionais! Assim como eu imagino que você salvaria sua mãe, eu tb salvaria a minha, entre ela e um gato por exemplo. Por tanto, meu intelecto não me define, pode fazer mil doutorados, não irá te definir também! Em situações críticas não iremos pensar, iremos agir. Mas.. deixando de lado ”entre isso ou aquilo”, eu escolhi me dedicar a causa animal, se você ajuda humanos, já adotou crianças, ou vai todo domingo em asilos, eu acho muito bacana e dou maior valor. Não sei porque criticam tanto quem se dedica a ajudar animais, é apenas um meio que a pessoa encontrou de contribuir para a melhoria do mundo, assim como você, cuidando dos velhinhos, adotando crianças, doando brinquedos no natal, dia das crianças, abrindo a janela do carro para cumprimentá-los, etc.

      • Patrícia disse:

        Ah.. e sobre a sua ‘afirmação’, que os seres humanos são superiores eu não vou nem discutir, pois se tem tanta certeza assim, deve ser no mínimo doutor em biologia e realmente é desleal comigo..rs E como você é expert no assunto, já deve ter ouvido falar de seres autrótofos né? acho interessante eles… conseguem fazer algo que nós humanos não conseguimos… e as lagartixas??? são demais né??? elas tem o ‘poder’ de se auto regenerar… já nós humanos ‘superiores’ se perdermos uma perna, vai ter que ser na muleta mesmo…rss Acorda rapaz e desce alguns degraus se não a queda vai ser grande, e adivinha? vai ter que usar muleta!

        • David Rêgo disse:

          Realmente, esta visão da humanidade como “superior” é fruto do etnocentrismo científico do século passado. Existe um livro chamado “o dilema do onívoro”, onde o autor demonstra como “o milho usou o ser humano para expandir-se por todo o mundo”. hahahaahahaha. é hilário. Primeiro ao se falar em SUPERIOR, não podemos cristalizar a palavra. O que é ser superior? É ter consciência de si? Ou é adaptar-se bem e conseguir reproduzir-se e, expandir-se e manter-se? Pq se o conceito de “superioridade” for o de “existir”, bem… a humanidade ainda é muito nova para se dizer superior frente à tantos organismos que estão aí na sua forma atual há muito mais tempo que nós. mas cristalizamos o conceito e “ser superior” é “ter consciência de si e produzir cultura”. Parece-me uma conceituação irrefletida e cristalizada da realidade que não questiona a si mesma, perdendo assim a própria característica de ciência. A questão é que o ser humano, por ter desenvolvido a “consciência de si”, acredita que esta capacidade é superior ou “melhor” que tantas outras demais desenvolvidas pela natureza. Tão somente uma ilusão dos sentidos.
          Com isso não quero dizer que o conhecimento sobre o mundo que desenvolvemos seja pouco, bobo etc. etc. etc. É sim válido, é sim “belo”, é sim formidável, sou um entusiasta da humanidade, acredito que conquistaremos o cosmos, gosto de stephen hawking etc etc etc. Ainda apesar disto, não me vejo como “superior” e sim apenas mais um magnífico desdobramento da vida. Veja bem, “mais um”, pois são vários. Bactérias chegaram na terra vindas em asteróides, existem provas disto. Já parou para pensar que forma de vida fantástica? poderia sobreviver à qualquer cataclismo e repovoar sua espécime em planetas diferentes ou no mesmo planeta em um momento posterior. Enfim, “somos superiores” me soa meio nazi. 🙂

        • Tiago Cantalice disse:

          Por que não? Vamos discutir! Não sou biólogo, sou antropólogo! O humano é superior porque é o único ser vivo que não se limita a seu aparelho biológico. Nós somos capazes de ultrapassar nossas limitações físicas. Esse é o diferencial. Não subi nenhum degrau, isso é uma constatação. Somos superiores pois intervimos no meio a nosso favor, não ficamos à mercê dele. Seu argumento biologizante, essencialista, é fraco.

          • David Rêgo disse:

            toda espécime possui uma característica tipicamente sua. Não é só o ser humano que possui a característica de ter uma característica só sua. Ocorre que, e como já dito, vc pega uma característica tipicamente humana (a criação de ferramentas) e elege isso como superior. é fácil e simplório. seu argumento antropologizante essencialista é fraco :/
            Experimente dar uma folheada em “armas germes e aço” ou então “por que cozinhar nos tornou humanos”. Vai ajudar a entender um tema que vc fala sem muito norte pelo que se pode claramente perceber. 😉

          • Patrícia disse:

            Sou bióloga e meu argumento biologizante, essencialista, é fraco!!! Quer discutir mais o que? Os antropólogos sabem mais, isso é nítido! Mas a minha visão do mundo e meu entendimento de vida nada tem haver com a minha formação. Não precisei me formar para ter uma opinião formada sobre algo, claro, contribuiu e esclareceu em muito, mas não mudou quem eu sou. Definitivamente não me acho superior a nada (não falando como bióloga). Intervimos no meio sim, demais até… e olha só, por ironia do destino estamos sim, a mercê dele! rs Olha o que é realmente uma constatação: a natureza não necessita do homem para prosseguir, o homem depende dela e do restante que vive nela, os seres inferiores! Isso não te intriga? Você seria capaz de ‘tentar’ me responder essa questão sem se embasar na antropologia? Se você tiver uma teoria convincente que explique isto, ai eu me rendo!

          • Mirna disse:

            “Nós somos capazes de ultrapassar nossas limitações físicas.”
            Fato, isso demonstra pq fazemos tanta merda no planeta né colega, nossa capacidade dstrutiva é imensa.

  8. Jotapecucas disse:

    Eu acjei que lendo a resposta iria sentir menos raiva do texto anterior, mas porque você pode questionar o fato de gente sentir mais pena de gato do que humano, mas é  “gentil e eufemiza” a crítica ao seu colega?

  9. Anibal disse:

    Péssimo artigo, e explico o porquê:
    O artigo  MORTE AOS GATOS…:1 – Incentiva a violência contra animais (no caso, os gatos) a partir do próprio título.2 – Tem como premissa básica um erro crasso: a de que gatos transmitem toxoplasmose, quando a mesma é transmitida pelas fezes de qualquer mamífero. Não se pega toxoplasmose nem se vc der um beijo de língua num gato portador do bacilo.3 – O artigo Morte aos Gatos carrega uma falácia de falsa dicotomia, colocando um dilema em que temos duas únicas opções e desconsidera todas as outras alternativas.4 – O artigo Morte aos Gatos tem o mesmo erro ingênuo e infantil deste outro artigo, que é considerar que uma causa subestima outra, ou seja, se defendemos o gato temos que defender o coala, se damos dinheiro para uma entidade de cancer temso que dar também para uma de AIDS, como se não existissem milhares de causas as quais valem a pena lutarmos e como se cada causa não pudesse ser tratada separadamente por quem as abraçasse.
    Valha-me Deus, haja paciência.

  10. Anibal000 disse:

    E esse Daniel Menezes é tão ignorante que não respondeu nenhuma das questões que lhe fiz.
    Ele sabe que escreveu sobre o que não conhece. 

  11. Louvável mesmo a iniciativa de rebater textos de autores do blog. (Ainda mais quando os textos  são, como posso dizer?, tão rasos quanto o do sr. Daniel Menezes.)  E abrir o blog a temas tão interessantes, polêmicos a atuais. Virei fã!  

  12. Mirna disse:

    Sr. David
    Na verdade vc só tentou justificar a “cagada” que o seu colega escreveu, digo, espalhou, vejamos:

    “Os direitos que queremos dar aos animais, na realidade, são direitos
    “aos animais domésticos”. A estes nós queremos dar cidadania.” Errado, isso é pra quem defende os animais por modismo, quem defende de verdade os animais, vai muito além dos domésticos, apesar de concordar plenamente com vc em a istória do “baby beef’ ou caranguejo para viver”
    “No entanto, o que surpreende é observar que a comoção em favor dos gatos
    mostra-se muito superior à comoção em favor de humanos, que sofrem
    diariamente.” Os humanos pensam, falam, podem ser virar o que um animal não pode fazer e com um detalhe posso ajudar um humano e ele me matar o que dificilmente ocorre com um animal.
    “Se não ódio, no mínimo uma desvalorização” nossa raça se desvalorizou e muito, basta ver as atrocidades que vem fazendo e vc acha que vamos aplaudir e ficar feliz com uma espécie destas, mesmo que seja e nossa?
    “Se enjaulamos alguém, maltratamos, damos comida podre entre outras
    coisas mais e, depois, o indivíduo sai deste ambiente ainda pior do que
    entrou e trucida alguém, o que dizemos? “Mata! É vagabundo! Bandido! Não
    presta e nasceu assassino!” Nossa, salvo algumas exceções de “enjaulados” inocentes, o resto deveria se dá por feliz por comer e beber todo dia, deveria ser um dia sem e outro não, lixos que matam inocentes por pura maldade merece o que? Nada, isso é humano?
    “São várias as denúncias em relação a comida dos presídios brasileiros.
    São vários os depoimentos de presidiários e ex-presidiários que falam a
    respeito de comida podre servida como almoço.” Ai tadinhos, leva pra sua casa colega.

    • Mirna disse:

      Só pra lembrar, ajudo a quem posso, humano e animal, isso independe, o que defendo é a vida como um todo, se Deus deu a vida quem sou eu pra tirá-la? Só pq não é da minha espécie não merece viver?

  13. Neli Terra disse:

    Parabéns pelo texto. Excelente. Mostra que nada é tão simples assim, as situações vão muito além do que quis fazer crer o DM, que, aliás, pelo que observo nos comentários, parece que ñ se cansa de escrever bobagens… “Animal ñ é amigo”, diz ele. Só consigo repetir o que já disse no comentário que deixei sob o texto dele: coitado…. Tenho muita, muita pena dele. Uma pessoa que acredita em tudo isso que ele diz deve ser muito infeliz.
    Quanto ao David, acertou bem no alvo: o que importa considerar são as vidas: ou percebemos que nenhuma vale mais que outra, ou melhor parar com essa hipocrisia toda!

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