Rio Grande do Norte, sexta-feira, 26 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 21 de abril de 2015

Saulo Show pra toda vida também

postado por Rafael Morais
Foto: Assessoria ABC FC

Foto: Assessoria ABC FC

Hélio Ribeiro Alves nasceu em 21 de junho de 1950 na cidade de Fortaleza, onde surgiu para o mundo do futebol. Foi revelado pelo Ceará no ano de 1970. Em 1976 chegou à Natal para defender o ABC, onde brilhou durante três intensas temporadas.

Na terra dos comedores de camarão, virou ídolo, o queridinho da torcida. Com boas atuações, defesas de respeito, cativou o torcedor e tornou-se rapidamente adorado.

Por culpa do saudoso cronista esportivo Souza Silva, ganhou uma alcunha que o tornaria mais inesquecível ainda. A cada intervenção do goleiro nas partidas, pelos malabarismos e voos que realizava para agarrar a bola e impedir os gols adversários, Souza Silva acrescentava a palavra show ao seu nome. Virou Hélio Show para o resto da vida.

Em 1976 foi campeão estadual ao lado de nomes como Pradera e Danilo Menezes. Em 78, repetiu o feito no time do inesquecível Waldemar Carabina. Alguns diziam que era muito catimbeiro e reclamão, mas o fato é que, por onde passou, foi idolatrado. Para se ter ideia da sua importância na região Nordeste, é considerado o maior goleiro da história do Ceará, do ABC e do Treze.

Saulo Araújo Fontes nasceu em 2 de abril de 1989 na cidade de Piranhas, Alagoas. Surgiu para o mundo do futebol em Recife. Foi revelado pelo Sport em 2006. Em 2015 chegou à Natal para defender o ABC, onde brilha há seis jogos ou mais especificamente 571 minutos (sem tomar gols).

Hélio Show atuou numa época em que ainda tínhamos muitos ídolos. Saulo chega ao ABC numa época de escassez. Ele chega quem sabe para preencher uma lacuna de anos.

Em campo, Saulo defende a baliza com uma seriedade que impressiona a todos. Suas características – sério, seguro, atento e concentrado  – vêm conquistando a exigente torcida abecedista. Ele não dá show como Hélio dava nos anos 70, ao contrário, Saulo sequer sorri depois de realizar uma grande defesa. Mas ele também sabe dar seu show. Ele não precisa sorrir para manifestar felicidade.

Com o empréstimo das palavras de Rubens Lemos Filho, “Hélio Show, Ribamar, Lulinha, Shumacher, Sadi e Jorge Pinheiro respeitarão Saulo na dimensão de alguém que chega ao clube dos insuperáveis”.

Se ele vai continuar insuperável não sei. Mas se continuar nessa trajetória, como um gigante sob a baliza alvinegra, quem sabe um dia apareça algum cronista inspirado no saudosismo e ele consiga virar Saulo Show pra toda a vida também.

Rafael Morais

Comunicador Social pela UFRN. Experiência em assessoria de imprensa esportiva e atuação em televisão. Áreas de interesse: literatura e esportes em geral, com ênfase no futebol como a "teatrialização das relações humanas".

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