O que é ser desumano? Desumano é, primeiramente, um verbo, presente do indicativo, na primeira pessoa singular de desumanar.

Desumano é, também, um adjetivo, masculino singular. Plural na vida real, nos segundos que antecedem a cobrança de um penal.

Ser desumano é não possuir ou não expressar humanidade. É o que tende a ser cruel, a ser bárbaro. É onde há crueldade. É ser atroz. É ser brutal, na vida real, nos segundos que antecedem a cobrança de um penal.

Ser atroz é ser altamente cruel. Fero, feroz. É ser monstruoso, doloroso, lancinante e pungente. O desumano, na vida real, são os segundos que antecedem a cobrança de um penal.

Ser desumano é agir sem raciocínio algum, é também ser irracional. É negar comida a quem tem fome e água a quem tem sede. Ser desumano é ser omisso nos segundos que antecedem a cobrança de um penal.

Ser desumano é contar a história deste planeta. É viajar pelo tempo. Ser desumano é falar da Inquisição ou da perseguição às Bruxas de Salem. É ser propriamente, ou ser conivente, com o Nazismo, com tudo que ocorreu em Auschwitz ou em campos de concentração desses ou de outros. Japoneses, russos, cubanos, chineses, italianos ou americanos.

Ser desumano é escravizar semelhantes negros. É dizimar milhares de índios. É ser homofóbico, preconceituoso, presunçoso, rancoroso. E na vida real, são os segundos que antecedem a cobrança de um penal.

Não somos perfeitos. Se assim fossemos, pra que haveria de existir um Deus?! A perfeição é consequência da constância e nenhum ser humano é constante o bastante, nem mesmo nos segundos que antecedem a cobrança de um penal.

Ser desumano é decidir um campeonato nas cobranças de penais. Porque é preciso ser perfeito e constante. Mas ser perfeito é desumano, é cruel, é bárbaro. É ser atroz. É ser brutal. Fero e feroz. É ser monstruoso, doloroso, lancinante e pungente.

Nenhum ser humano é constante e perfeito constantemente. É o que nos disse a sabedoria de Fernando Pessoa. “O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito”.

Messi é humano, portanto é comprovadamente imperfeito. Lionel não é Deus. Ele também pode errar. Até mesmo nos segundos desumanos que antecedem a cobrança de um penal.