Rio Grande do Norte, quarta-feira, 15 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 23 de junho de 2010

“Não jogue seu filho no lixo”

postado por Carta Potiguar

Por Lorena Moraes

Essa é a nova campanha do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em parceria com a Comissão Estadual Judiciária de Adoção (CEJA). A justificativa da campanha se dá devido aos recorrentes fatos de abandono de recém-nascidos em vias públicas ou lugares de risco como lixeira, calçadas, dentre outros. Dessa forma, o Tribunal de Justiça e a CEJA elaboraram um folder explicativo, com uma imagem no mínimo chocante e informações de como proceder ao encaminhamento da criança indesejada para adoção. Logo, me veio a pergunta: o que é mais viável e eficaz, uma campanha desse tipo com material visual espalhado em vários pontos de grande movimento na cidade do Rio de Janeiro (ex. metrô) ou uma campanha preventiva, programas sociais, políticas públicas, meios de disseminar a informação de forma realmente eficaz para que atinja as mulheres sobre como prevenir uma gravidez indesejada? Como sempre, nos deparamos com medidas imediativas a fim de resolver problemas sociais sem priorizar fatores precedentes. Mesmo com os dados de que a taxa de natalidade só diminui a cada ano, pode-se questionar como está a situação da saúde reprodutiva em nosso país? Será que as pessoas (homens e mulheres) sabem realmente como prevenir uma gravidez? Em reunião com membro da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, este relatou o grande número de saquinhos de sacolé (ou din din) com sêmen encontrado em determinado bairro da grade cidade. Isso quer dizer que as pessoas utilizam saquinhos de sacolé como preservativo… Sem contar com os relatos de mulheres que só usam a pílula anticoncepcional antes da relação sexual. Visto isso, como levar às ruas uma campanha que ensina o que fazer com o seu filho indesejado proveniente de uma gravidez não planejada, sendo que a prevenção que evitaria a concepção dessa vida está sendo esquecida, ou mesmo, a questão do aborto que seria outra alternativa de evitar uma gravidez certamente conturbada adiante sequer é levada em conta.
Vale salientar que ao fazer referências à realidade do Rio de Janeiro pode ser aplicada a realidade dos demais estados brasileiros que também publicam esse tipo de fenômeno. Podemos visualizar a seguinte matéria como exemplo natalense: http://www.cardososilva.com.br/?p=2000

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