Rio Grande do Norte, sexta-feira, 17 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 10 de fevereiro de 2012

Sindicato contesta implementação de ponto eletrônico na UFRN

postado por Daniel Menezes

Infeliz a reação de alguns sindicatos à tentativa da reitoria de implementar ponto eletrônico na UFRN, em especial, nos hospitais universitários.
“Contra o ponto eletrônico”, diz uma faixa posta na UFRN com, logo depois, a sigla de um sindicato, que dizia defender o interesse dos trabalhadores. Ora, porque ser contra a implementação de um ponto eletrônico, como a faixa sentencia? Quem trabalha normalmente pode ser contra um simples ponto eletrônico?

É compreensível os funcionários da UFRN se posicionarem contra qualquer questão que afronte os direitos dos trabalhadores e as condições de existência da instituição (condições de trabalho, autonomia, etc).

É compreensível ser contra a criação da empresa brasileira estatal, aprovada pelo senado, que irá operar os hospitais universitários, pois ela apresenta margem para diminuição salarial, retirada da autonomia das universidades, na medida em que permite terceirização e contratação de empresas privadas, e enfraquecimento do principal objetivo desses hospitais, que é criar um espaço pedagógico e acadêmico voltado para a promoção do ensino, pesquisa e extensão. Mas como ser contra a implementação de um ponto eletrônico? Qual o direito que um ponto eletrônico retira? Ele só irá beneficiar quem trabalha adequadamente.

A impressão é a pior possível…

Os sindicatos, às vezes, caminham contra a corrente do desenvolvimento da administração pública. Com isso, perdem a opinião pública e se enfraquecem ainda mais como movimento social, tal como, por exemplo, ocorreu com os policiais militares na Bahia.

Na Bahia, a população, que no início entendia a reivindicação de melhoria salarial, se voltou contra a greve em decorrência das estratégias terror implementadas pelos policiais.

ILHAS DE INEFICIÊNCIA

Bem que o ponto eletrônico poderia ser universalizado, pois não é incomum encontrar funcionário que vai trabalhar na UFRN quando lhe convêm (as vezes nunca). Têm alguns que não trabalham pela força política e/ou jornalística que conseguem concentrar, mas recebem, aí sim, sem nenhum atraso.

Não é a regra. A grande maioria dos funcionários trabalha corretamente e é responsável pela normalidade da instituição. Mas é preciso, nesse caso, impedir as exceções..

Daniel Menezes

Cientista Político. Doutor em ciências sociais (UFRN). Professor substituto da UFRN. Diretor do Instituto Seta de Pesquisas de opinião e Eleitoral. Autor do Livro: pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática. Editor da Revista Carta Potiguar. Twitter: @DanielMenezesCP Email: dmcartapotiguar@gmail.com

4 Responses

  1. Paulo Emílio disse:

    Eles vão perder a autonomia de ir uma vez por semana (estou sendo generoso) pro trabalho. hehe

  2. Gustavo Lucena disse:

    Como servidor da UFRN, sou a favor do ponto eletrônico, porém gostaria que ele viesse acompanhado do direito a jornada  de turno corrido (6 ou 7 horas diárias), ao invés das tradicionais 8 horas com um intervalo mínimo de 1 ou 2 horas.

    O movimento pela jornada de turno corrido aos poucos vai agregando mais gente.

    A jornada de 8 horas, na ótica de vários servidores, acaba se tornando 9 ou 10 horas porque eles praticamente moram lá, principalmente porque eles moram longe do local de trabalho e por conta do trânsito caótico.
     
    A jornada em turno corrido estimula o servidor a ter mais prazer em trabalhar, pois tal jornada lhe propicia ter qualidade de vida.

    A própria UFRN ganharia com isso, pois ela funcionaria continuamente, com setores e departamentos abertos em horários outrora ociosos, como entre 12h e 14h.

  3. Daniel Menezes disse:

    Gustavo, concordo contigo. A jornada de seis horas, com os deptos funcionando no horário de almoço, beneficiaria também os alunos que trabalham, que só têm condições de resolver seus problemas na UFRN no intervalo de almoço.
    Estudando geralmente a noite, estes estudantes têm dificuldades de operacionalizar suas questões burocráticas na universidade.

  4. Luiz Carlos disse:

    O ponto Eletrônico não melhora o atendimento ao público, só garante a presença no setor,mais tem Universidades que não dão condições de trabalho. Falta garantia de acesso(transporte de qualidade),alimentação digna, coisas que nem todas Universidades possui.A falta de servidor suficiente para atender a demanda,(os servidores se desdobram para não parar de funcionar as universidades, e o que ganham : são chamados de Vagabundos ; não querem trabalhar; etc…Tem setor que há mais de 22 anos que não tem servidor, assumindo os estagiários, é isso que querem?

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