Rio Grande do Norte, terça-feira, 07 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 11 de outubro de 2012

Sobre o destino político de Josivan

postado por Daniel Menezes

E olhe que teve quem disse que, quem era contra a aliança PSB – PT em Mossoró, era porque recebia dinheiro do DEM.

A aliança foi reprovada na democracia interna do partido, mas a decisão da plenária, que deveria ser soberana, foi tratorada pela “Nacional do PT”, com um bom empurrão de Sandra Rosado e Fátima Bezerra, maiores interessadas.

Josivan é como aquele que ingressa na política, pregando renovação, mas já cheirando a mofo.

 

Do Defato.Com

Por Crispiniano Neto,

 

A cada dez metros que transcorro nas ruas de Mossoró, sou abordado duas ou três vezes sobre o destino político do professor doutor Josivan Barbosa Menezes. Escuto cobras e lagartos. Falo pouco. E para não parecer fofoca, vou deixar registrada neste espaço, a minha modesta opinião. Nada contra a pessoa de Josivan Barbosa. Nenhuma palavra a retirar de tudo quanto falei antes sobre sua imensa capacidade como gestor da UFERSA. Jamais será por mim hostilizado, apesar dos motivos que feriram minh’alma, mas que já descartei nas esteiras da reciclagem. Como gestor universitário, docente e cientista continua tendo o meu respeito, mas quanto à sua carreira política, creio que começou muito mal e pode ter terminado sua carreira ainda no “andajá”. Não duvido que possa seguir como político, que faça carreira, que assuma cargos, que conquiste mandatos. Só que será como um político tradicional, direitista, sem nenhuma credibilidade quanto a ser visto como um fator de mudança, uma esperança de renovação política. A sua imensa ânsia de aparecer, de “ficar conhecido”, revelou-se muito superior ao seu talento político, à sua biografia, digno de nota. Sua luz apagou-se sob os raios dos holofotes que chamou pra si, sem critério, sem limites, sem respeito próprio, sem capacidade de avaliação dos efeitos colaterais dessa operação de alto risco. Ser conhecido não garante votos. Josivan hoje é muito conhecido em Mossoró, mas se quiser continuar na política, tem que puxar pelo bolso, se lambuzar no mar de lama da negociata eleitoreira, enfim, entrar “no esquema”. Pré-candidato a prefeito, galvanizou sonhos e esperanças; tratorado pela direção nacional em sua postulação tornou-se vítima. Candidato a vereador, como sugerimos para uma saída honrosa do imbróglio onde o PT meteu-se, teria saído consagrado das urnas. Seria a Amanda Gurgel de Mossoró neste pleito e plantaria as bases para uma candidatura de deputado em 2014, voltando em 2016 com um mandato estadual ou federal para se impor como candidato a prefeito. Pensou pequeno e por isso apequenou-se. Abandonou os companheiros de partido que deram o sangue por sua candidatura e juntou-se aos que o apunhalaram pelas costas e lhe massacraram de frente. Agora não tem uns nem os outros. Querendo ser deputado estadual como sonhava e até parece que teve a promessa de apoio da deputada Sandra Rosado, tem que, como diz o GPS quando entramos numa rua errada, “fazer um novo cálculo de rota”. Qualquer dez milhões de reais em caixa pode elegê-lo. O voto ideológico, jamais!

Ainda Josivan

O leitor Álamo César envia e-mail que socializamos com nossa meia dúzia de gentis leitores. “Prezado Crispiniano, li sua última postagem na coluna do De fato e realmente é uma pena que o PT tenha saído tão fragilizado dessa campanha, quando tinha o candidato que melhor representava a aspiração de mudança na cidade de Mossoró. Creio que Josivan tenha se aposentado sem nunca ter contribuído.”

Daniel Menezes

Cientista Político. Doutor em ciências sociais (UFRN). Professor substituto da UFRN. Diretor do Instituto Seta de Pesquisas de opinião e Eleitoral. Autor do Livro: pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática. Editor da Revista Carta Potiguar. Twitter: @DanielMenezesCP Email: dmcartapotiguar@gmail.com

9 Responses

  1. Lucas disse:

    a culpa dessa fragilização é dos que ainda acreditam que o pt é um partido diferente, coisa que nao é, vejo muitas semelhanças entre o que acontece na indicaçao do dem pelo agripino da forma como o pt esta escolhendo seus candidatos mais localmente com fatima e em ambito nacional pelo lula, agora nao adianta reclamar. Daniel, bom tambem foi ler a declaração do pt sobre o apoio em natal, dizer q pode apoiar mas nao quer participar da administração? q porra é essa. é coisa do tipo, se for bom ajudei a eleger, se for micarla nao faço parte da administraçao, e mete o pau, e ainda quer apontar o dedo pra rogerio pelo apoio nas eleiçoes pra micarla, o pt a cada dia, a cada novo acontecimento so mostra no q se tornou esse partido

  2. Lucila disse:

    Você deveria se filiar ao PT, para criticar decisões internas diretamente, em lugar de usar um veículo de comunicação, para isso. Sua voz aqui, não é apenas sua e, ao usa-la dessa forma, direciona-la diversas vozes ressonantes ao partido. E o que trata como púlbico, aqui, é uma crítica particular às decisões do partido, mesmo que estas sejam baseadas, apenas, na decisão de um líder deles. Se você está beneficiando alguém, de certo não é o PT, a população ou, mesmo, você, mas a quem o inflama agir dessa forma. Quem quer que esteja lhe inflamando a publicar esses artigos tem como
    objetivo a fragilidade de um grupo, para seu crescimento próprio.
    Entenda Maquiável, rapaz. Nem sempre decisões partidárias são justas, simpáticas ou unânimes, mas, devem ser respeitadas. E, partidos, assim como sociedades, tomam decisões boas e más, que servem para o desenvolvimento e reforma. O pensamento que está expondo aqui só demonstra uma mesquinhez, de sede de poder, que existe (posto a condição humana), mas não deve ser colocada em primeiro plano na política. Esqueça política partidária, sobretudo em eleições, ou atue dentro dela. O que importa é o projeto.
    PS: Poderiam dar a definição de ideologia que se usa neste site? Por que me dá nos nervos ver a citação de “voto ideológico” como sendo algo bom…

  3. Daniel Menezes disse:

    01) Nutro simpatia pelo PT, apesar de não ter intenção de me filiar. Prefiro manter assim a minha interação. Os sedentos por cargo ou preocupados e atender ao projeto pessoal de Fátima Bezerra, que não necessariamente é o do Partido, se referiram dessa forma contra quem foi crítico da aliança – beneficiavam o dem.
    02) Não existe “questões particulares do partido”. Partido vive de dinheiro público (fundo partidário) e tem de aceitar as falas públicas de quem não discorda de suas ações pontuais ou mais gerais.
    03) Não sirvo a nenhum interesse. Não é porque eu faço uma crítica que agrada a determinados setores, que eu estou do lado dos interesses malévolos.
    04) Concordo com “todo o partido toma decisões positivas e negativas”, que são, justamente passíveis de crítica.
    05) Existem duas formas básicas de fazer menção ao “ideológico” – de um ponto de vista negativo, o marxista, no qual a ideologia expressa uma visão alienada da realidade; e de um ponto de vista positivo, que diz respeito a menção da ideologia como um sistema de ideias políticas voltadas para um projeto claro e refletido.
    Abs.

    • Lucila disse:

      01)
      Simpatia é quase amor e, em política, isso nunca
      dá muito certo. Do projeto pessoal de Fátima, nada sei. E, da atuação
      parlamentar dela, o que tem a dizer?

      02)
      Quem questionou sua postura, não foi o PT, fui
      eu, uma leitora. E questionei porque tenho faro treinado pela mídia nacional
      para reconhecer quando um posicionamento tem a intenção de pressionar/denegrir/expor
      determinado grupo ou indivíduo. Isso só é razoável se o veículo deixar claro
      que se dedica a pressionar/denegrir/expor determinado grupo ou indivíduo por
      (projeto pessoal?). Agora, este seu espaço foi financiado por edital publico
      (não sei mesmo)? É um projeto de extensão universitária? Cuidado para que
      leitores não achem que, porque estão pagando, podem exigir o que se publica ou
      se deixa de publicar, aqui.

      03)
      Você quem pensa… O quer pensar, assim. Ideologia,
      né…

      04)
      Decisões de partido são passíveis de críticas e,
      estas, são criticadas nas urnas e na avaliação continuada da gestão. Levar a
      opinião pública a não simpatizar com X ou Y por uma decisão de postura
      eleitoral é de uma pequenez atroz.

      05)
      Existem mais que duas. Mas, isso não interessa o
      que interessa é o que se entende, no artigo, como ideologia?

      No mais, o tom apocalíptico e
      jocoso do artigo pouco tem a acrescentar de crítico à postura do grupo ou dos
      indivíduos citados e, ao meu ver, presta-se apenas a pressionar/denegrir/expor
      determinados grupos e indivíduo, sem, no entanto, deixar isso claro.

      O PT é bem calejado com “projetos
      pessoais”, se se deu um trabalho de pesquisar a história de quem nutre simpatia,
      e as instituições brasileiras se esforçam em educa-lo para evitar que enganos
      sejam cometidos. O que critico aqui é o abuso (abuso, veja bem, porque, desde
      que comecei a ler o site, e não faz muito tempo, foram três críticas de
      posições partidárias internas do PT e do PSTU) da personalização e o enfoque
      nos acordos políticos na sua pauta, em detrimento da análise das conjunturas
      políticas do Estado. O que é o espelho da mídia potiguar. E, isso é vergonhoso para
      uma publicação que se apresenta como uma alternativa crítica.

      Mas, sinta-se livre para seguir a
      boiada.

  4. Daniel Menezes disse:

    Lucas,
    concordo com tua análise. E não existe essa de apoiar sem querer participar da administração. É puro moralismo desnecessário.
    Se vai apoiar, nada mais normal do que administrar em conjunto, até para ter a responsabilidade de produzir o bônus político, caso a administração seja boa; e o ônus, caso a gestão não agrade.
    O que não pode é: dizer que administrou, se a gestão foi considerada boa. E dizer que não participou, se a administração foi ruim, como ocorreu com Wilma de Faria, que teve o apoio do PT, PCdoB, etc.

  5. Daniel Menezes disse:

    Lucila,

    este site é totalmente financiado com recursos pessoais. Não recebemos dinheiro público.
    Bem, fui um dos contrários a aliança e fui um dos acusados de receber dinheiro do DEM, típico de quem enquadra pessoas e não debate argumentos.
    Bem II, o nome dele foi destroçado. Saiu menor do que entrou, minto?
    Outra III… não sei ao que você se refere ao olhar treinado, mas não sou o “pig”, como algumas pessoas tendem a enquadrar pejorativamente quem fala aquilo que o poder não quer ouvir.

    • Lucila disse:

      Pig, não. Babie, O Porquinho Atrapalhado.
      Então, este artigo é uma resposta a acusação de corrupção? Mais um indício de que tem um objetivo mesquinho. Acusou, processe. Não há necessidade de apelar para essa postura de donzela em perigo em um veículo de comunicação.
      Não acompanho de perto a política mossoroense (tenho estômago sensível, ainda). O nome dele foi destroçado ou se quer que assim seja? Mesmo se o fosse, é dispensável a acusação e o prognóstico de orgulhoso, traidor, sem credibilidade, pelego, etc. Isso porque o autor, cinicamente, sublinha que jamais será por ele hostilizado, “apesar dos motivos que feriram minh’alma, mas que já descartei nas esteiras da reciclagem”. Ex-mulher rancorosa perde…
      Desnecessário e equivocado, também, evocar a figura de Amanda Gurgel, episódio impar no RN e, quero crer, caso persista a postura firme e carismática, revolucionário na política potiguar.
      Mas, o espaço é seu, está pagando, faça o que quiser. Sinta-se livre para seguir as ovelhas.

  6. Daniel Menezes disse:

    Lucila,

    acho que vocÊ ficou tão cega, que não viu que o artigo não é meu, mas de Crispiniano, PTista histórico e que foi contra a aliança.

    • Lucila disse:

      Vi, sim. Critico, tb, por te-lo publicado (usando o argumento de autoridade – petista histórico), como resposta a que o acusou. Quem o publicou aqui, e o defendeu, foi você, não? Não retiro nenhuma das críticas, nem ao artigo, nem a você… Mas, como já você passou para o mau uso do argumento de autoridade, descendo para o argumento ad hominem, vejo que se esgotou o assunto.
      Sinta-se livre para guiar e seguir suas ovelhinhas.

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