Rio Grande do Norte, segunda-feira, 29 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 17 de junho de 2013

A hora e a vez do PT fluminense

postado por Daniel Menezes

Por Alan Lacerda, Professor de Políticas Públicas da UFRN

Em seu blog: lordedaniel.blogspot.com

 

imagesDesde 1982 o PT paulista não deixa de apresentar candidatura a governador. Todos os candidatos apresentados pelo partido desde então foram competitivos, ou seja, ultrapassaram pelo menos a marca de 10% dos votos válidos. A seção estadual da agremiação também conta com líderes nacionais expressivos, como o ex-presidente Lula, diversos ministros e o prefeito da capital, Fernando Haddad. Tornou-se por essas razões uma expectativa natural a candidatura compulsória de um petista a cada quatro anos para o cargo de governador de São Paulo.

Alguns elementos do cenário político atual sugerem que esta pode não ser a melhor política para a agremiação, no que toca ao pleito de 2014. Pra começo de conversa, o PT não conta neste momento com nome natural para a postulação, na medida em que ministros como Aloizio Mercadante (Educação), Marta Suplicy (Cultura) e José Eduardo Cardozo (Justiça) não demonstram apetite pela ideia de concorrer. Neste fim de semana anuncia-se o fortalecimento do nome do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no interior do petismo paulista. Todavia, sem uma marca visível em sua gestão no ministério e com baixo conhecimento de seu nome no estado, Padilha teria que enfrentar um governador candidato à reeleição cujos índices de aprovação superam a marca de 50%. Por fim, o ex-presidente Lula não pode contar, como pôde na competição paulistana do ano passado, com a bala de prata do “nome novo” nesta disputa, pois inexiste evidência de que o eleitorado no nível do estado deseje necessariamente renovação.
Não à toa, Paulo Skaf, pré-candidato do PMDB e presidente da FIESP, sugere hoje em entrevista uma troca envolvendo os dois partidos no Rio de Janeiro. O PMDB do Rio não tentaria mais vetar a forte candidatura do senador petista Lindbergh Farias a governador, enquanto o PT paulista pensaria com carinho na possibilidade de não  lançar candidato no ano que vem, apoiando o nome peemedebista. A noção faz todo o sentido: sacrificado em diversas ocasiões nas suas pretensões por intervenções nacionais (pró-paulistas) da direção nacional petista, o PT fluminense poderia reivindicar papel de pivô para si em 2014. Afinal, Lindbergh é competitivo e exibe apetite pela campanha, enquanto seus correligionários do estado vizinho seguem às voltas com a indefinição do perfil que desejam para governador de São Paulo.

Daniel Menezes

Cientista Político. Doutor em ciências sociais (UFRN). Professor substituto da UFRN. Diretor do Instituto Seta de Pesquisas de opinião e Eleitoral. Autor do Livro: pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática. Editor da Revista Carta Potiguar. Twitter: @DanielMenezesCP Email: dmcartapotiguar@gmail.com

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