O Projeto Cachaça Filosófica completa um ano nesta quarta-feira (13) em comemoração no Mercado Público de Petrópolis às 18 horas, com entrada franca. De caráter itinerante e independente, o projeto tem por objetivo promover o conhecimento filosófico de modo coloquial, para além das instituições de ensino e do comércio de ideias.
Para a comemoração, foram convidados alguns nomes que passaram pelo projeto ao longo do ano, são eles: Civone Medeiros – Artista e Ativista nos Movimentos Sociais; Plínio Sanderson Saldanha– Cientista Social, Geógrafo e professor; Maíra Costa (Maíra Dicha): Professora de filosofia na UNIFACEX e especialista em Metafísica; Markus Figueira da Silva: Pós doutor e professor de filosofia na UFRN; Edrisi Fernandes: Médico, pós doutor e professor de filosofia na UFRN; Túlio Madson Galvão: este mesmo que vos escreve. O tema não poderia ser mais propicio: cachaça e filosofia. Haverá degustação grátis de cachaça ao embalo da banda União Raiz Brasil e convidados.
Ao serem consultados, grandes nomes da história da filosofia respaldaram o projeto realizado pela Prof. Maíra Costa.
Para Sócrates, o projeto proporciona um espaço fecundo para o que ele chamou de maiêutica, onde o debate franco e compromissado leva os participantes a parir ideias que estavam latentes. Ao ser perguntado pela origem do nome, ele respondeu: “e nunca ouviste falar, meu gracejador, que eu sou filho de uma parteira famosa e imponente?” indagou o barbudo, murmurando em seguida para o pupilo que o acompanhava: “eu exerço essa mesma arte”.
Já Platão argumenta que a oralidade é o principal atributo do filósofo e que espaços como esse propiciam um filosofar autêntico, já que fomenta o diálogo. Segundo ele, a escrita e a leitura são instrumentos auxiliares da memória, apenas na oralidade o filosofar se efetiva.
Nietzsche, que desfere seu martelo contra o platonismo, concorda que a atividade filosófica é mais do que uma atividade que se ocupa em tão somente, “ler, colecionar, ordenar, observar, continuar relatando” em raro momento de concordância com Platão.
Enfim, para que a Filosofia seja cada vez mais encarada como uma vivência, muito mais do que um ofício, consolo ou uma fugaz erudição, é importante a disseminação de projetos como esse, que já começam a dar frutos pela cidade. Que cresçam e floresçam.
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