Rio Grande do Norte, domingo, 28 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 1 de maio de 2014

O jeito Henrique Alves de ganhar uma eleição

postado por Daniel Menezes

wilma-henriqueO pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte, Henrique Alves, abriu a caixa de ferramentas. Para chegar ao cargo máximo do executivo estadual, não economizou nas alianças. O deputado federal com 11 de mandatos juntou em torno de si o DEM de José Agripino, o PSB de Wilma de Faria, além de uma heterodoxa miríade de apoiadores. A busca foi pela construção de um rolo compressor com o pleno de sentido de alcançar a eleição risco zero para ele e para a chamada guerreira, que procura uma aposentadoria juridicamente segura no senado federal.

Inicialmente, o clima era de tranquilidade. Afinal, era uma luta de Golias contra ninguém. Porém, a chapa Robinson Faria (PSD) para o governo e Fátima Bezerra (PT) mirando o senado trouxe o sentimento de titubeio no bacurau. E uma nova energia para levar o pleito, mais uma vez, a partir das negociações em Brasília. Primeiro Henrique tentou retirar Robinson da disputa, oferecendo cargos numa possível próxima administração. Não conseguiu. Agora, conforme a imprensa nacional, procurou o PT, para que este pegasse mais leve com o seu partido no RN e, porque não (?!), retirasse a candidatura de Fátima ao senado. Também levou um não como resposta.

O jeito Henrique de ganhar a eleição acabou por ser completamente revelado. Sem nenhum debate sobre como administrar o RN, faz do método da pressão contra oponentes um meio para levar no W.O.

O “problema” – dele – é que o emparedamento, por si só, não resolve. É preciso combinar com o eleitor. Além disso, a mentalidade, bastante cara ao pmdbista, de que basta fechar com prefeitos, deputados e outras lideranças e correr para o abraço é questionável. Não por este que escreve, apenas. Mas por uma sociedade vibrante, mudancista e que não admite ser encurralada. O coronelismo acabou com os barões do cacau da Bahia na década de 1940.

Resta torcer para que, ao invés de negar a eleição como uma conquista democrática, o governadorável Alves diga como irá concretizar o que tanto promete – mudar o Rio Grande do Norte para melhor. No entanto, antes, que tal dizer por qual razão não alterou o quadro de apatia durante os últimos quarenta anos em que ocupou mandatos e indicou os principais secretários dos governos que passaram? Seria um bom começo.

Daniel Menezes

Cientista Político. Doutor em ciências sociais (UFRN). Professor substituto da UFRN. Diretor do Instituto Seta de Pesquisas de opinião e Eleitoral. Autor do Livro: pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática. Editor da Revista Carta Potiguar. Twitter: @DanielMenezesCP Email: dmcartapotiguar@gmail.com

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