Rio Grande do Norte, sábado, 27 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 22 de setembro de 2015

É invendável

postado por Rafael Morais

crise-educaçãoAmigos, temos que assumir: ainda bem que existe oposição.

Por que o clube chegou a tal ponto, a esta situação? É a pergunta que me faço todos os dias.

Concordo que parte dessa confusão é devido às dívidas, mas não dá para negar que três pessoas do clube, principalmente, contribuíram muito e provocaram essa crise.

Um deles, inclusive, fez uma tremenda movimentação por trás dos bastidores, fora dos holofotes. Cismou em segurar seu cargo, mesmo assumindo não conhecer nada de futebol. Se segura à força e com ajuda de uns vinte seguidores.

É triste admitir isso, mas acreditem, amigos, existe um diretor “de pijamas” no clube. Esse, possivelmente, ganhou seu posto lutando contra Napoleão Bonaparte e pediu a Papai Noel, como prêmio, o posto de diretor de clube de futebol.

E se vocês não sabem, amigos, o presidente nunca mandou no clube. Qualquer decisão, antes de ser assinada, sempre passou pelas mãos do algoz de Napoleão. Já chegava na mesa como ordem sacramentada.

Amigos, a solução para resolver tantos problemas e tentar se livrar dessa crise foi discutida por várias vezes nas reuniões do Conselho Deliberativo. Está inclusive registrada em ata.

A solução seria toda a diretoria pedir demissão, para que uma Junta Governamental tomasse posse e desse jeito no clube. Mas obvio, essa proposta nunca foi aceita.

Também não sejamos hipócritas de colocar toda a culpa nessa gestão. O primeiro presidente contribuiu muito e fez um grande bem ao clube, mas deixou também algumas dívidas.

O segundo também nos trouxe títulos, mas convenhamos, largou o barco, que estava cheio de furos, com muitos erros e acumulou dívidas enormes. E não me digam que não, pois temos provas dos vários maus negócios que foram feitos para o clube.

Me perguntavam sempre qual seria o melhor caminho a ser seguido. Olha, sinceramente, só a união dos diretores não resolveria. O clube não possuía uma retaguarda financeira. Faltava dinheiro e, sobretudo, competência.

Amigos, e se o Santos vendesse Pelé, não resolveria esse problema financeiro e essa crise administrativa? Resolveria, mas digam-me quem teria coragem de botar sua assinatura num documento de venda de Pelé.

Pelé é invendável!

*História baseada na entrevista “Toda a verdade sobre o Santos” com Augusto Saraiva, ex-diretor do Santos/SP, publicada na revista Placar nº 18, de 17 de julho de 1970.

Rafael Morais

Comunicador Social pela UFRN. Experiência em assessoria de imprensa esportiva e atuação em televisão. Áreas de interesse: literatura e esportes em geral, com ênfase no futebol como a "teatrialização das relações humanas".

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