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Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 25 de abril de 2017

Família Maia e a Odebrecht

postado por Carta Potiguar

Victor Leão
Jornalista

Mesmo com influência em declínio, o clã Maia ainda recebeu ilegalmente R$ 150 mil em 2010. Desse dinheiro, R$ 100 mil eram para a campanha de José Agripino (codinome Pino) e os outros R$ 50 mil para Felipe Maia (codinome Pininho). O executivo da Odebrecht em Natal foi recebido por José Agripino na sede da TV Tropical para informá-lo da “doação”.

Dentre os políticos do RN denunciados nas delações da Odebrecht, os valores passados à família Maia são os menores. (Foto: Reprodução)

De acordo com o diretor de contratos da Odebrecht para RN, Ceará e Piauí, Ariel Parente, o interesse na “ajuda para campanha” partiu da alta cúpula da empresa. Localmente, o Senador era oposição ao governo Wilma de Faria, mas estava prestes a eleger sua candidata ao governo, Rosalba Ciarlini, líder nas pesquisas eleitorais.

Deputado Felipe Maia, ex-governadora Rosalba Ciarlini e o senador José Agripino (Foto: Reprodução)

“No ano de 2010, próximo a campanha, possivelmente já no início do segundo semestre, a pedido de João Pacífico [diretor superintendente para Norte e Nordeste], e sabedor que essa demanda era de Cláudio Melo Filho [diretor de Relações Institucionais], me foi solicitado para entrar em contato com o senador José Agripino com a finalidade de informá-lo de uma ajuda da empresa a sua campanha a senador e a de seu filho, Felipe Maia, a deputado federal”, contou Ariel Parente. O depoimento de delação ocorreu na sede da Procuradoria da República em Natal em dezembro passado.

Depois de comunicá-lo sobre a doação via caixa dois, o executivo disse que Agripino agradeceu e não reclamou do valor. Dentre os políticos do Rio Grande do Norte denunciados nas delações da Odebrecht, os valores passados à família Maia são os menores. O pagamento foi feito em São Paulo. Ariel Parente disse não lembrar a quem passou a senha, a data e o local para a retirada do dinheiro.

“Pininho” teria recebido R$ 50 mil para sua campanha em 2010. (Foto: Reprodução)

A Procuradoria-geral da República (PGR) pediu abertura de inquérito para investigá-los por crime eleitoral de caixa dois com pena de até cinco anos de reclusão e pagamento de multa. Mas o ministro Edson Fachin, reenviou o material do processo para a PGR para analisar a possibilidade de extinção da eventual punião em razão da idade de José Agripino, 71 anos, e da data em que o crime ocorreu. Caso o inquérito siga, José Agripino e Felipe Maia deverão ser julgados pelo Supremo Tribunal de Federal (STF).

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