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Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 7 de fevereiro de 2020

Exercícios Nicolau Maquiavel – ENEM

postado por David Rêgo

Abaixo, lista com questões sobre Nicolau Maquiavel que já apareceram no ENEM:

O surgimento da ciência política.

Maquiavel (1469-1527) foi um intelectual do Renascimento italiano, o qual possui destaque como um importante historiador, filósofo, diplomata, estadista e político. Viveu durante um período de transição entre a idade medieval e a idade moderna. 

Autor do livro “O príncipe”. Maquiavel faz uma análise científica das “virtudes” relacionadas à manutenção do poder. Estabelece duas bases do Estado: boas leis e boas armas. 

Utilizando da metáfora do centauro contida no livro “O Príncipe”: a metade homem representa as leis e a metade animal representa a força (as armas). 

Para conquistar o poder é necessário:
Fortuna: a qual proporciona a ocasião que, aproveitada por um homem de virtude, determina o êxito do governo. Em outras palavras, é o acaso, a sorte.
Virtu: é a capacidade de obter êxito diante de circunstâncias determinadas pela fortuna. É a sabedoria para agir conforme as situações, sabendo como utilizar sua força.
Ações populares e ações impopulares: as ações populares, aquelas que agradam ao povo, que são boas para o povo, devem ser feitas lentamente. As ações impopulares devem ser feitas de uma vez. Essa tática visa a manter a popularidade do governante. Ele sempre será lembrado como bom, caso venha de tempos em tempos soltando parte do resultado de sua ação popular, e será rechaçado por um tempo (mas logo cairá no ostracismo), se tomar uma medida impopular de uma vez.

“Os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha.”

“Tornamo-nos odiados tanto fazendo o bem como fazendo o mal.”
“Nunca foi sensata a decisão de causar desespero nos homens, pois quem não espera o bem não teme o mal.”

“O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta.”

Surge daí a “ética de Estado”. Ética civil e Ética de estado são distintas. O bom governante é aquele que leva ao seu povo paz e prosperidade. Cabe ao governante o uso de todos os meios para a manutenção da ordem.

“Ética e política não se misturam”. Neste sentido “os fins justificam os meios”.
As maldades devem ser feitas de uma só vez. A bondade, aos poucos.


O governante deve ter as virtudes da raposa e do leão.
O ideal é ser amado e temido. Não podendo ser ambos, seja temido.

Aos amigos os favores da lei. Aos inimigos os rigores da lei (a justiça é política).


O Estado está acima do indivíduo.


O governante deve ter uma guarda leal e não deve confiar em mercenários.
Na política os aliados atuais são os inimigos de amanhã.

Saber ler a realidade e agir de acordo com os benefícios gerados desapegando-se de valores morais.
O pensador afirma que para um líder conquistar e permanecer no poder é necessário ser bem visto. Para construir essa boa imagem, ele cita algumas características que o líder deve não necessariamente ter, mas sim parecer ter: 

Integridade; Misericórdia; Humanidade; Sinceridade; Religião. 

ENEM – 2019 – Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não são mais adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão amplas, já que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor para o bem comum seja mentir. ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna, 2006 (adaptado). O texto aponta uma inovação na teoria política na época moderna expressa na distinção entre
a) idealidade e efetividade da moral.
b) nulidade e preservabilidade da liberdade.
c) ilegalidade e legitimidade do governante.
d) verificabilidade e possibilidade da verdade.
e) objetividade e subjetividade do conhecimento.

(Enem 2013) – Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991. A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel define o homem como um ser:
a) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros.
b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política.
c) guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes.
d) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais.
e) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares.

(Enem 2012) – Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado). Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao
a) valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo
b) rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.
c) afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana.
d) romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.
e) redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.

(Enem/2010) – O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente de outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levam ao assassinato e ao roubo. MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009. No século XVI, Maquiavel escreveu “O Príncipe”, reflexão sobre a Monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na
a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.
b) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
c) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
d) neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe

David Rêgo

Sociólogo, antropólogo e cientista político (UFRN). Professor do ensino médio e superior. Áreas de interesse: Artes marciais, política, movimentos sociais, quadrinhos e tecnologia.

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