Rio Grande do Norte, sexta-feira, 26 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 16 de março de 2014

Ser de Brigadeiro, Mal de Almirante. Notícias de uma Sinceridade Tardia Na Terra De Poti

postado por Marcos Dionisio
Por Marcos Dionisio Medeiros Caldas

O Ex-secretário da Segurança Pública e da Defesa Social, Aldair da Rocha, após sua estranha exoneração veio a público dizer que a segurança Pública não é prioridade para o Governo do Estado do Rio Grande do Norte.

Soldado

A verdade tarda, mas ressurge. Ainda mais quando é uma verdade já sabida por todos, seja pela observação, seja pelas dores, perdas e danos das famílias das pessoas vitimadas nos últimos três anos.

Ouso corrigir o Ex-secretário alargando o alcance da afirmação da sua sinceridade tardia: O PRÓPRIO RIO GRANDE DO NORTE PARECE NÃO SER PRIORIDADE DO GOVERNO POTIGUAR.

De todo canto assoma notícias de assaltos, agressões, roubos, carros puxados, arrombamentos de residências com agressões e agora com profusão de justiçamentos que ainda acabarão em tragédias que nos levarão às páginas mundiais no momento em que a Copa nos garante uma visibilidade mundial que poderia ser a redenção do nosso turismo.

Nesta Terça-feira, o espetáculo de governança potiguar nos levou mais uma vez a chamada grande mídia nacional com o episódio transcorrido em Macau onde uma mulher atada numa corda humana encravada num corredor de uma Delegacia dava de manar ao seu filho. Na mesma corda humana de presos, outras duas mulheres cumpriam seu calvário, uma delas, grávida de três meses.

Num estado governado por uma Médica Pediatra, naturalizou-se a manutenção de mulheres presas em ambientes inapropriados, insalubres e na promiscuidade a que são condenados antes mesmo de qualquer julgamento, os humilhados e ofendidos.

Um Sistema Penitenciário com cerca de 6972 presos para algo em torno de 3000 vagas.

Um déficit da ordem de mais de 100% e o Governo periga não realizar a construção das unidades previstas no Brasil Mais Seguro que disponibilizaria mais 1200 vagas a ficarem prontas para o ano.

Como no caso da Segurança Pública, a responsabilidade pela crise do Sistema Penitenciário deve ser creditada a mandatária potiguar e seu assessor mor que sonegam investimentos para a área e saem a perigar junto ao Ministério da Justiça a diminuição das contrapartidas alegando a crise potiguar.

Crise que não evita que o Governo pactue R$ 25 milhões para gastos em publicidade.

Evidente que o Ministério da Justiça sabe que os acertos para com o governo potiguar são acertados, pactuados, repactuados, adequados, readequados e adiados e nada acontece a não ser os episódios de uma guerra civil a ceifar vidas diariamente, na profusão de agressões e assaltos diários. O lero lero do governo não sai do papel.

O limitado Brasil Mais Seguro foi repactuado mais uma vez e haverá, se tempo houver, de ser mais uma vez readequado antes de condenado ao arquivo morto.

O episódio de Macau dói na alma potiguar. Outros episódios se sucederão como o dos presos condenados a passar o final de semana sem a mínima ração e sem poder nem satisfazer suas necessidades fisiológicas apropriadamente.

Antes de pensar em chamar um brigadeiro ou almirante para resolver o problema carcerário, conviria bem ao governo para o gáudio geral potiguar entregar o mandato a quem possa exercê-lo.

Como humildade e sinceridade não são características do governo, cabe aos órgãos de controle exercerem seus desideratos abreviando o martírio administrativo potiguar e convocando uma liga cívica para reconstruir a terra de Poti depois da tsunami que arrasa o RN.

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SOBRE O AUTOR:

Marcos Dionísio Medeiros Caldas, advogado e militante dos Direitos Humanos, Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos/RN e Coordenador do Comitê Popular da Copa – Natal 2014, com efetiva participação em uma infinidade de grupos promotores dos direitos fundamentais, além de ser mediador em situações de conflito entre polícia e criminosos e em situações de crise de uma forma geral.

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DIREITOS AUTORAIS E REGRAS PARA REFERÊNCIAS:

É autorizada a reprodução do texto e das informações em todo ou em parte desde que respeitado o devido crédito ao(s) autor(es).

CALDAS, Marcos Dionisio Medeiros. Ser de Brigadeiro, Mal de Almirante. Notícias de uma Sinceridade Tardia Na Terra De Poti. Disponível em: < http://j.mp/1i4yvy7 >. Publicado em: 11 mar. 2014.

Marcos Dionisio

Marcos Dionísio Medeiros Caldas é Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (RN) e da Coordenação do Comitê Popular Copa 2014 – Natal.

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