Rio Grande do Norte, segunda-feira, 29 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 15 de fevereiro de 2012

Mais professores e policiais e menos parlamentares.

postado por David Rêgo

Salário de parlamentar não deve ser aumentado pela própria classe. Um contra senso. A população deveria julgar se tais cidadãos realmente merecem um aumento salarial. Claro que a classe política não colocaria tal decisão nas mãos do povo, seus salários seriam colocados no patamar de um vendedor ambulante. Mesmo embora tenha a impressão que vendedores ambulantes se esforçam bem mais que parlamentares. Pelo menos a expressão física do cansaço podemos observar no rosto dos ambulantes. Já um parlamentar, nunca vemos com expressão de cansaço. A vida que levam parece ser bastante confortável.

Afinal, o que faz um político? Quais suas tarefas diárias? O que justifica supersalários e benefícios extravagantes? “Assessores” dos políticos, por exemplo, são utilizados, em muitos casos, para promoção própria, propagandas e publicidade as custas do povo e uma série de outras irregularidades que possuem o aval do Estado.

De acordo com uma série de levantamentos, um parlamentar custa ao Estado entre 90 mil (deputado) e 120 mil reais (senador) por mês. O que somaria um montante superior a 1 milhão por ano para cada parlamentar.

O salário inicial de um PM não ultrapassa os 2mil reais, ele não possui benefícios como auxílio moradia entre outros deleites. O de um professor não atinge 1.500 e também não existem benefícios nem 14º nem 15º salários como existe para parlamentares. O Estado afirma não existir “orçamento” para aumentar o salário de professores e policiais. Uma boa ideia seria diminuir a quantidade de senadores e deputados. Existe muita ineficiência e falta de fiscalização nas atividades exercidas pelos parlamentares. Ninguém sabe ao certo suas rotinas de trabalho e a margem de faltas permitidas é tolerante ao extremo entre outras regalias mais.

Um parlamentar, por mês, gasta o equivalente ao que se gastaria com 60 policiais ou 80 professores. O que faz mais falta, um parlamentar ou 80 professores? Um parlamentar ou 60 policiais?

São mais de 500 deputados e 81 senadores. Diminuindo-se pela metade, apenas com os deputados, conseguiríamos “ter orçamento” para pagar 15mil policiais militares( o equivalente a metade de todos os policiais do Rio de Janeiro, lá existem 32mil policiais). Com 250 deputados a menos poderíamos pagar 20 mil professores. Muitos parlamentares faltam mais da metade das seções, alguns atingem níveis como 80% de faltas. NA PRÁTICA, basta dizer que a “média geral” de faltas dos parlamentares em dias de votação é superior a 25% – veja dados aqui. Qual profissional pode ter índice de 25% de faltas e ainda assim continuar empregado? Isto não é permitido em nenhum emprego e também não deve ser tolerado entre os parlamentares. 25% de faltas implica dizer que podemos cortar 25% deles e não sentir-se-á falta alguma, caso o restante trabalhe devidamente.

A população precisa de educação e segurança. O legislativo é lento e ineficiente, trabalham em ritmo moroso e não respeitam a população. Não merecem seus postos de “emprego”. E olhe que não entramos no debate sobre os 90 dias de férias (3 meses!). Enfim, eles já trabalham tanto, realmente precisam de 3 meses de férias. É muito esforço que realizam. A Direita sempre fala em cortar gastos e reduzir os custos. Sou favorável e devemos começar a fazer a limpeza com os parasitas do Estado..

David Rêgo

Sociólogo, antropólogo e cientista político (UFRN). Professor do ensino médio e superior. Áreas de interesse: Artes marciais, política, movimentos sociais, quadrinhos e tecnologia.

3 Responses

  1. Raul Aleixadre disse:

    Apoiado! E a quantidade de vereadores que não tem razão de ser em vários municípios?

  2. Francisco Henrique disse:

    Boa análise. Só acho que os problemas da educação e de segurança pública, não serão resolvidos com mais professores em salas e mais policiais nas ruas. Acredito que toda essa grana gasta com esses vagabundos de paletó, seria muito melhor gasta com políticas públicas sociais em comunidades pobres, com trabalhos que de fato dê oportunidades e assista os maiores oprimidos por essa política repressora: jovens, negros e pobres.
    E convenhamos, as pastas de políticas públicas sociais, são as primeiras a sofrer corte orçamentário quando as coisas “apertam”. 

  3. Estudante disse:

    Sem falar também no aparelhamento do Estado. Entendo que a proposta do artigo não é resolver o problema, mas sim mostrar as contradições da atividade política. Quantos brasileiros não são humilhados por faltarem um dia de trabalho, pois precisam levar algum familiar no médico, enquanto esses seres superiores estão que nem cavalo em 07 de setembro?

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