Rio Grande do Norte, domingo, 28 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 15 de março de 2012

Dirigente histórico do PT critica “adesismo” nas eleições de Mossoró

postado por Carta Potiguar

Do Prosa & Verso, Por Crispiniano Neto

 

Ainda estamos procurando um argumento político consistente em favor da adesão

 

Não temos encontrado argumentos consistentes na catilinária da companheirada que defende a Tese da Adesão à eterna candidatura Larissa Rosado. Nenhum elemento de caráter político ou ideológico que justifique entregar o protagonismo do PT em Mossoró nas mãos do “Larissandrismo” que não consegue conduzir sequer seu próprio grupo a um porto seguro. Por onde andamos conversando com filiados que já foram procurados, só encontramos um rastro de injúria, calúnia e difamação aos que defendem a candidatura própria. Somente o surrado argumento de estarmos a serviço das forças mais retrógradas do Estado. Os mesmos argumentos que foram usados em 1982, quando concorremos pela primeira vez com a candidatura própria do professor Mário Bezerra, pelos que estavam engajados na candidatura do professor João Batista Xavier. Era um projeto digno de comunistas autênticos que esposavam na época a tese da “Unidade”. Só que aquela “unidade” em torno de João Batista era de poucos. Aluízio Alves, o líder maior do PMDB de João Batista, estava traindo os camaradas, com o “voto cinturão”. Aquele em que, para diminuir o efeito devastador do “Voto Vinculado” se votava no PMDB de governador a deputado estadual, “arrancava o cinturão”, ou seja o prefeito e descia para o voto de vereador sem votar em João Batista. Era o pagamento de Aluísio ao “Rosadismo” pelo “Voto Camarão”, em que se votava de vereador a senador, no PDS, arrancava-se a cabeça, como quem ia comer camarão e não se votava em José Agripino. Com essa presepada, Aluízio Alves foi fragorosamente derrotado e arrastou para a derrota, João Batista Xavier que só não derrotou o mitológico Dix-huit Rosado, porque José Agripino, já namorando politicamente com Carlos Augusto, lançou Canindé Queiroz a prefeito pela sublegenda chamada PDS – 2. E assim os votos “antirrosadistas” de Canindé Queiroz socorreram Dix-huit. Carlos Augusto estava, a partir dali, livre para começar o processo de divisão falsa do “Rosadismo”. “Os meninos do PT” foram taxados de estar a “serviço do PDS”, o que corresponde à mesma acusação cretina de “estar a serviço do DEM”, emitida por petistas que hoje tentam salvar o “Larissandrismo” da sexta derrota. Em 1988, o “Rosadismo” num ato que na Biologia é chamado de “Cissiparidade” dividiu uma célula em duas, evitando que as forças que quase elegeram João Batista Xavier em 1982 se juntassem com o PT e o PC do B e formassem uma nova oposição ideologicamente de esquerda, sem o cabresto de Aluízio Alves e ameaçasse a hegemonia oligárquica em que as três famílias poderosas do Estado começavam a se fundir numa só, oferecendo um cardápio A La Carte em que formavam chapas e promoviam rachas conforme soprassem os ventos do oportunismo. Continuemos na Notas Curtas:

Calúnias em 88
Farejando os ventos do poder que saiam do eixo da ditadura para a oposição burguesa, eis que Laíre Rosado concorreu pelo PMDB de Ulysses Guimarães e Rosalba saiu pelo PDT de Leonel Brizola. De novo o PT foi taxado de “estar a serviço das forças do atraso” ali representadas pela candidatura Laíre Rosado, carimbado como o “Candidato de Sarney”. Rosalba, diziam, era “a oportunidade de combater a oligarquia por dentro”, o núcleo arejado da família, a promessa de avanço progressista.

Rosalba não era Rosado…
O querido comunista histórico Zé Gago, que carregava consigo a glória histórica de ter sido preso pela ditadura Vargas ao lado de Graciliano Ramos, dizia aos quatro ventos: “Rosalba não é Rosado… É Ciarlini”. E o PT era satanizado por não apoiar “a novidade”. “Combater o sistema por dentro”, segundo Millôr Fernandes é a segunda maior desculpa esfarrapada do mundo. A primeira, segundo o mestre do humor filosófico é: “Vou botar só a cabecinha”. O PT saiu das eleições com 2,8% e os rosados “divididos” somaram 92% dos votos, somando-se os votos de Laíre, primo de Carlos Augusto, e os de Rosalba, prima de Sandra e Carlos. Estava montada a armação do que Maquiavel chamava de “Dividir para reinar” que perdura até hoje.

Calçando 40
Os rosados divididos saíram de um deputado estadual para dois; de um federal para dois, ao cargo de prefeito exercido só por Rosados ininterruptamente, de 1982 até 1912: Dix-huit, Rosalba, Dix-huit, Sandra, Rosalba, Rosalba, Fafá, Fafá. Lá se vão 40 anos. E querem que aceitemos mais 40, que é o número de Larissa. Se bem que já tínhamos tido João Newton que é Escócia por sobrenome e Rosado por afinidade por ser cunhado de Vingt e tio de Rosalba e Sandra. A derrota de Vingt-un, “O Touro”, para Antonio Rodrigues, “O Capim”, botou sal na moleira dos Rosados;

Golpe da Torquês
O susto dado por João Batista Xavier obrigou-os ao “golpe da torquês”, dividindo as forças em duas tenazes para sufocar quem se atravessasse no meio e cooptar quem quisesse ter a ilusão de criar um desacerto naquelas duas arcadas dentárias de uma mesma “boca de bode”. Sempre tivemos convites para compor chapas como vice nas duas bandas da família quando das disputas e sempre fomos sondados para assumir cargos quando eles ou elas ganhavam, nunca aceitamos. Por isso, o argumento surrado de estarmos a serviço de algum dos lados sempre caia e cai por terra diante dos fatos e atos.

Sanguessugas
Até que em 2004 tentamos unificar as oposições. Era o Fórum Avança Mossoró. Fomos vergonhosamente traídos. Saímos com uma improvável candidatura a prefeito, somente para garantir palanque aos candidatos a vereador do PT. E os que dividiram as oposições, saíram a prometer “férias aos Rosados” e dizer que era o PT quem tinha dividido as oposições. Somamos mais 26 mil votos divididos, diante dos 32 mil votos de Larissa. E Francisco José perdeu a sua única chance de ser prefeito da cidade. Tivéssemos saído juntos e logo chegaríamos ao segundo lugar, fato novo que se tornaria em trampolim para escalar o primeiro lugar. Juntamos em 2008. E essa companheirada que hoje sai repetindo a cantilena de 1982, de 1988 e de 2004, dizia que estávamos a serviço da “Máfia dos Sanguessugas”.

Unir a base
Em verdade, o que queríamos era unir a base do Governo Lula e a base do Governo Dilma para evitar que Rosalba se viabilizasse para o Governo do Estado. Ela já tinha se sagrado senadora do DEM por negligência dos que se recusaram a fazer campanha para “o burguês” Fernando Bezerra que era um sustentáculo de Lula no congresso e junto aos “donos do PIB nacional” e que, de quebra, tinha Rui Pereira do PT, de suplente. E que, tinha-se a certeza, de que seria ministro deixando a vaga no senado para o petista Rui. A coligação com Larissa passou. A campanha aconteceu. O PT foi tratado a pão e água. Depois não houve parceria política ao longo de 2009, mesmo que continuássemos juntos nos governos federal e estadual. Veio 2010. O PT foi alijado do palanque. Sandra e Larissa agarraram-se a Garibaldi que tinha garantido a eleição de Rosalba ao Senado e estava prestes a capitanear a vitória dela ao Governo do Estado e salvar José Agripino do vendaval que varreu o “entulho autoritário” do Senado.

Comprou e pagou
Hugo Manso do PT, histórico dirigente da tendência interna do PT, Democracia Socialista, a DS, foi rifado a troco de uma negociata entre Sandra e Garibaldi. Laíre votou declaradamente em José Agripino e as urnas disseram que esposa e filha também. Em 2012 Garibaldi volta ao seu papel de guardião do DEM. O “Larissandrismo” não tem moral para espernear. Mansamente ele diz do apoio recebido há dois anos, como Jessezinho costumava dizer com quem tinha votado nele e ia lhe cobrar alguma coisa: “Comprei seu voto e paguei. Não lhe devo satisfações”. O PT sempre foi caluniado por outras forças de estar a serviço “dos DEMs” de plantão a cada conjuntura. A realidade desmentiu e desmoralizou cada acusação. Agora as acusações saem de dentro do próprio PT.

Quem serve a quem
A hora da verdade está chegando. Veremos quem está a serviço de quem. Estamos trabalhando pelo engrandecimento do PT, como fazemos desde 1980, quando o partido estava sendo formado. Esperamos que todos estejam sendo sinceros quando dizem que também estão, já que estão mentindo quando praticam a injúria, a calúnia e a difamação em domicílio, desavergonhadamente contra companheiros e companheiras que sempre estiveram ombro a ombro nesses 32 anos lutando por um Brasil melhor. Que se acabe este pesadelo, antes que companheiros e companheiras do PT que classificamos como gente da melhor espécie, absorvam mais e mais “o jeito Sandra de caluniar, agredir e tratorar” e se contaminem demais com a nojeira de Jório, idem.

 


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