Rio Grande do Norte, segunda-feira, 29 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 12 de abril de 2012

Em ação de “jenio”, Micarla de Sousa apela para a Zona Norte

postado por Daniel Menezes

Com mais de 90% de rejeição, a prefeita Micarla de Sousa apelou para a zona norte. Além das lideranças comunitárias, que há bastante tempo vem sendo “mimada$”, mas não podem nem falar em Micarla na região, agora é a vez da apresentação de um suposto mega investimento.

Imagem: Mário Monte

Segundo site da prefeitura, serão mais de 45 milhões direcionados para a ZN, recursos esses a serem executados por várias secretarias. “O projeto tem no seu cronograma ações relativas a urbanização de vias públicas, melhoria na iluminação, construção e reforma de praças, campos de futebol, quadras esportivas, unidades de saúde, revitalização de lagoas de captação, reformas do mercado da Redinha e do cemitério de Igapó, implantação de Academias da Terceira Idade (ATI), padronização e revitalização de feiras livres, além de preparar a capital potiguar para a Copa do Mundo 2014”, apresenta o release municipal.

Se a pessoa prestar atenção irá perguntar: o que tem de novo? O que há de especial no projeto? Nada. Todos os serviços listados são rotineiros. A maquiagem política é profunda, tal como o preparo técnico e político da equipe do verde partido verde (trocadilho sempre inevitável). Num lampejo de genialidade, apenas juntaram tudo o que a prefeitura normalmente gasta na região e jogaram um dado solto no ar, fazendo com que o orçamento passe a figurar como investimento.

É como se, em outra possível “estratégia de mestre”, o borboletário também jogasse a impactante afirmação: “Prefeitura gastará mais de 1 bilhão em 2012”.

Um leitor desavisado, que hoje representa pequena parcela da população, pensaria se tratar de investimento na cidade, quando na verdade era apenas o orçamento empregado em 2012 para efetivar as atividades normais do poder público municipal.

Não sei o que é mais elementar: a ação em si ou a crença de que isso irá impactar positivamente na zona norte. Em seu racismo de classe, os bem pensantes tendem a confundir pobreza com burrice. O eleitor passou mais de três anos vivendo numa bagunça generalizada e lembrando dos bons tempos administrativos de Wilma de Faria e de Carlos Eduardo. Não irá virar a casaca por causa de um suposto mimo. Que na real é o gato por lebre.

Daniel Menezes

Cientista Político. Doutor em ciências sociais (UFRN). Professor substituto da UFRN. Diretor do Instituto Seta de Pesquisas de opinião e Eleitoral. Autor do Livro: pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática. Editor da Revista Carta Potiguar. Twitter: @DanielMenezesCP Email: dmcartapotiguar@gmail.com

6 Responses

  1. Teodoro Ramos disse:

    Escreveu “jenio” por ironia certo?

  2. Daniel Menezes disse:

    Isso… 🙂

  3. Nise disse:

    “Bons tempos administrativos de Wilma de Faria e de Carlos Eduardo” é forçação de barra.

  4. Americo disse:

    Nise, creio que os “bons tempos” só podem ser assim considerados quando paradigmizados com a administração borboletária, de tempos nebulosos e sombrios. Afora isso, concordo contigo, C. Eduardo e Wilma de Faria não foram tão bons assim.

  5. Sales disse:

    “Bons tempos” é brincadeira… Nunca houve.

  6. Daniel Menezes disse:

    Sales e Nise,

    trabalho com pesquisa de opinião… E quando vou a ZN, sempre escuto essa frase… A comparação feita com CEA/Wilma X Micarla é constante.

    E eles sempre falam do passado com muita alegria.

    Wilma sempre é lembrada pela assistência através dos clubes comunitários…

    E CEA é sempre relatado pelas praças bem cuidadas e calçamento das ruas.

    Em suma, falei sobre o sentimento dos moradores da ZN.

    Abç.

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