Rio Grande do Norte, quarta-feira, 15 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 10 de junho de 2012

Democracia e autoritarismo pseudo-revolucionário: uma nova ameaça sobre as universidades

postado por Carta Potiguar

Do FalaRioGrande (www.falariogrande.com.br)

Por Wellington Duarte,

 

Numa democracia, a luta de classes se expressa em vários lugares e sob várias formas. Não é um ato produzido por um grupo ou classe social específico, mas algo que se expressa no dia a dia de todos nós. Nenhuma organização pode forjar um revolução se não houverem condições objetivas e subjetivas que a sustentem.

A greve é, per sí, um instrumento da classe dos trabalhadores que pode ser lançado em algum momento, quando o processo de negociação está absolutamente comprometido por um lado ou outro. A greve, numa democracia, serve a um propósito : servir à conquistas de uma categoria ou de fazer avançar a classe dos trabalhadores.

A greve deflagrada no dia 15 de maio pelo Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN) é a expressão mais completa de como a Greve pode ser deformada e distorcida. De instrumento da classe dos trabalhadores, torna-se uma tática para desestabilizar o Governo e alcançar objetivos de um segmento partidário minúsculo e sem expressividade.

Completamente controlado pela Central Sindical Popular-Coodenação Nacional de Lutas (CSP-CONLUTAS) que, por sua vez, é um aparelho do partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), o ANDES-SN que vem definhando a olhos vistos, lançou-se na Greve do Fim do Mundo com unhas e dentes, tentando recuperar o terreno perdido.

Desde o primeiro momento a Greve, que conta com a simpatia da grande imprensa, tem sido palco de atos de violência. Em Goiás, a presidente do Sindicato local foi agredida fisicamente por estudantes da ANEL e sindicalistas do ANDES-SN. Na Bahia tentaram invadir a sede do sindicato e aqui em Natal, estudantes ligados a ANEL invadiram uma Assembléia de professores na última quarta-feira e tentaram forçar os professores a votar numa Greve. Não deu certo.

Haverá um plebiscito nesta terça na UFRN e independente do seu resultado, estamos presenciando o nascimento de um movimento autoritário, com fraseologia de esquerda, mas com os ritos e a prática dos fascistas de ontem, que se alia a sindicalistas forjados em lutas sindicais nas décadas de 80 e 90, que ainda não se deram conta que o Brasil que quer avançar, é o Brasil da pluralidade e da democracia.

Carta Potiguar

Conselho Editorial

3 Responses

  1. Alxemnatal disse:

    Você que
    escreveu isto ou é muito idiota, ou do PT, ou não é professor
    universitário. Pois só na sua cabeça de abobora o governo estava
    negociando. Eu estava acompanhando as negocioenrolações e o que
    tenho visto é um governo empurrando com a barriga esta discussão.
    Acredito que a intenção era chegar muito próximo ao mês de
    agosto para oferecer condições ruins para os professores, com a
    desculpa de que está muito próximo do tempo limite para o orçamento
    de 2013. Ou seja seria oferecido uma migalha que o proifes
    naturalmente transformaria (através de argumentações como as
    feitas acima) em um grande banquete para os docentes. Acho que o
    ANDES demorou para entrar nesta greve, mas já mostra que é um
    sindicato que tem um pingo de vergonha na cara e está atuando de
    acordo com a vontade de suas bases. Proifes pare de tentar manobrar a
    vontade de seus associados e deixe a vontade da maioria prevalecer.

  2. Leonardo Cruz Pessoa disse:

    Eu estava na Assembléia, sou estudante e não faço parte de nenhum partido, como por exemplo a ANEL, durante a reunião haviam vários estudantes que também não faziam parte da ANEL. O que vimos ali foi uma encenação, onde o autoritarismo da ADURN foi bem representado pela mesa que “intermediava” a reunião. Professores que não eram filiados ADURN eram maioria evidente nessa assembléia, quem estava lá viu. O que aconteceu foi um teatrinho onde a ADURN impôs esse plebiscito, onde só poderão votar seus filiados peleguinhos, a greve agora tanto faz, a UFRN já ta manchada perante as outras instituições, parece até que a nossa universidade é uma ilha de diamantes cercada de fezes.   

  3. Daniel Menezes disse:

    Caros,

    como publicamos textos pró-greve, esse foi veiculado porque é contra-a-greve.
    Em ambas as perspectivas, não há correspondência com a opinião da Carta Potiguar.
    Apenas uma questão de tentar mostrar os dois lados.

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