Rio Grande do Norte, sexta-feira, 17 de maio de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 15 de dezembro de 2012

“Eu sou mestre, doutor”, coisa da província natalense?

postado por Daniel Menezes

Títulos de mestrado, doutorado e, às vezes, até de especialização são vomitados nos blogs e colunas da taba.

Coisa de província? Não! A demonstração de um título é a expressão de um circuito de legitimação, um mercado, do me baba que eu te babo, que confere superioridade – nobreza? – aos envolvidos.

Serve para validar os altos valores cobrados por bancas de advocacia, pressionar tribunais, decoração, consultoria, consubstancia até o acesso aos melhores cargos públicos do RN.

Além disso, a malandragem é politicamente conservadora. Cria a naturalização de uma supercidadania de alguns, em detrimento da subcidadania da maioria.

Os meus tempos de universidade me ensinaram a respeitar, apenas, argumentos e a suspeitar de quem utiliza títulos como armadura. Alta probabilidade de estar diante de um medíocre.

Daniel Menezes

Cientista Político. Doutor em ciências sociais (UFRN). Professor substituto da UFRN. Diretor do Instituto Seta de Pesquisas de opinião e Eleitoral. Autor do Livro: pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática. Editor da Revista Carta Potiguar. Twitter: @DanielMenezesCP Email: dmcartapotiguar@gmail.com

3 Responses

  1. Caio Cesão disse:

    Isso é uma problemática de duas faces. Dois efeitos completamente diferente, a meu ver:

    1) esconder o título pra evitar algum tipo de “intimidação”, de forma que impeça uma discussão mais livre, mais à vontade…

    2) esconder o título pra evitar o excesso de responsabilidade, uma vez que um “desleixo” cometido ou falado por um doutor é compreendido como uma gravidade muito maior, precarizando até o próprio título, perante quem escuta ou lê.

    Particularmente, não vejo problema em expor em algum meio de comunicação especializado a titulação, até porque é bom ler uma informação pelo menos deduzindo-se que aquela pessoa tenha um profundo e longo tempo de estudo em determinados assuntos, além do histórico do emissor. Por exemplo, li alguns textos do Ives Gandra falando de direitos humanos, e sempre achei estranhas as manifestações dele. Quando fui pesquisar sobre a formação dele, descubri que ele é tributarista e com uma ligação forte com os militares. Ou seja, ele não é o cara mais indicado, confiável ou imparcial pra falar sobre direitos humanos.

    Acho que a forma com que são expostos esses títulos é que realmente demostram essa mentalidade conservadora e provinciana. E, concordando com você, tenho que dizer que, na área jurídica, essa exposição chega a altos níveis de imbecilidade… lamentavelmente.

  2. Qualquer um pode fazer um mestrado ou doutorado (até eu fiz e faço). Não considero nada especial nisso, só é uma escolha de uma ramo profissional, nada mais do que isso.

  3. Obs: Em resposta ao título… Não, não é coisa de Natalense, é coisa de Homo sapiens. Países como Canadá após ser formar “doutor” ele passa a ser o seu próprio nome ¬¬ Ex: Dr. Arthur…. bom, o que eu quero dizer é que essa baboseira de titulos acontece no mundo inteiro…

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