Títulos de mestrado, doutorado e, às vezes, até de especialização são vomitados nos blogs e colunas da taba.
Coisa de província? Não! A demonstração de um título é a expressão de um circuito de legitimação, um mercado, do me baba que eu te babo, que confere superioridade – nobreza? – aos envolvidos.
Serve para validar os altos valores cobrados por bancas de advocacia, pressionar tribunais, decoração, consultoria, consubstancia até o acesso aos melhores cargos públicos do RN.
Além disso, a malandragem é politicamente conservadora. Cria a naturalização de uma supercidadania de alguns, em detrimento da subcidadania da maioria.
Os meus tempos de universidade me ensinaram a respeitar, apenas, argumentos e a suspeitar de quem utiliza títulos como armadura. Alta probabilidade de estar diante de um medíocre.
Isso é uma problemática de duas faces. Dois efeitos completamente diferente, a meu ver:
1) esconder o título pra evitar algum tipo de “intimidação”, de forma que impeça uma discussão mais livre, mais à vontade…
2) esconder o título pra evitar o excesso de responsabilidade, uma vez que um “desleixo” cometido ou falado por um doutor é compreendido como uma gravidade muito maior, precarizando até o próprio título, perante quem escuta ou lê.
Particularmente, não vejo problema em expor em algum meio de comunicação especializado a titulação, até porque é bom ler uma informação pelo menos deduzindo-se que aquela pessoa tenha um profundo e longo tempo de estudo em determinados assuntos, além do histórico do emissor. Por exemplo, li alguns textos do Ives Gandra falando de direitos humanos, e sempre achei estranhas as manifestações dele. Quando fui pesquisar sobre a formação dele, descubri que ele é tributarista e com uma ligação forte com os militares. Ou seja, ele não é o cara mais indicado, confiável ou imparcial pra falar sobre direitos humanos.
Acho que a forma com que são expostos esses títulos é que realmente demostram essa mentalidade conservadora e provinciana. E, concordando com você, tenho que dizer que, na área jurídica, essa exposição chega a altos níveis de imbecilidade… lamentavelmente.
Qualquer um pode fazer um mestrado ou doutorado (até eu fiz e faço). Não considero nada especial nisso, só é uma escolha de uma ramo profissional, nada mais do que isso.
Obs: Em resposta ao título… Não, não é coisa de Natalense, é coisa de Homo sapiens. Países como Canadá após ser formar “doutor” ele passa a ser o seu próprio nome ¬¬ Ex: Dr. Arthur…. bom, o que eu quero dizer é que essa baboseira de titulos acontece no mundo inteiro…