Rio Grande do Norte, domingo, 28 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 22 de junho de 2013

Os infiltrados e aproveitadores

postado por Carta Potiguar

Por Fernando Mineiro, Deputado Estadual (PT)

 

Existe uma disputa política na sociedade sobre rumos e significados das manifestações que ocorrem Brasil afora.

1001445_603604959674063_1501919963_nCertos setores querem porque querem que a manifestações tenham como alvo o Governo Federal. É como se de repente a sociedade adormecida há 10 anos descobrisse agora que o país está um caos, que nada foi feito e que é preciso tirar Dilma do governo.

Não por coincidência estes mesmos setores sempre foram oposição ao Governo Federal e agora levantam as vozes contra a presença de militantes partidários e de movimentos sociais nos atos e até mesmo incentivam a violência contra eles. Criaram até um bordão: Brasil unido não precisa de partido.

Uma sociedade democrática depende dos partidos políticos e das organizações da sociedade civil. Nada, absolutamente nada, está fora da política. Democrática ou ditatorial. Mas POLÍTICA.

Quem conhece mesmo que pouco da história brasileira sabe que “nunca antes” nosso país viveu período maior do que o atual com suas instituições em pleno funcionamento. Vivemos o mais longo período democrático de nossa história. Com todos as suas grandezas e os seus limites, os seus erros e os seus acertos.

As manifestações em curso são por mais avanços e mudanças. O clamor que se alastra pelo Brasil tem majoritariamente o sentido do aprofundamento do que se conquistou até aqui. Por isso mesmo merecem irrestrito apoio.

Mas nas manifestações existem os infiltrados e os aproveitadores. E eles são os principais destaques na mídia, que se apressa a lhes dar visibilidade.

E os infiltrados e aproveitadores nas manifestações não somos nós, os militantes partidários nem os dos movimentos sociais. Até porque ocupamos muitas ruas e praças deste país para chegar onde estamos e continuaremos a ocupá-las para avançar mais e mais na construção de um país mais justo.

Os infiltrados e aproveitadores das manifestações são os vândalos, os skinheads, as gangues e os fascistas assumidos ou não, que estão promovendo depredações país afora. Não à toa os atos de vandalismo são transmitidos ao vivo pelas redes de TV. São imagens úteis a quem quer criar um clima de caos, de descontrole, de medo. Nas redes sociais, onde se pode esconder a cara, não são poucas as mensagem homofóbicas, racistas, ditatoriais.

Esses infiltrados e aproveitadores representam a minoria violenta, fascista. Saudosos dos tempos ditatoriais chocam o ovo da serpente e se escondem atrás de máscaras as mais variadas. E precisam ser combatidos e desmascarados. Sem tréguas ou vacilos.

Carta Potiguar

Conselho Editorial

One Response

  1. Carlos Augusto disse:

    A existência de uma direita golpista é um fato, mas talvez aí não seja o
    nosso aspecto mais grave. Recentemente temos discutido a passividade do governo e de forças tradicionais da “esquerda” (PT, PC do B) diante da maciça
    campanha, principalmente midiática, contra o governo e contra todo e qualquer
    movimento progressista. Gilberto Maringoni, em artigo recente, alerta que
    ” A passividade quase letárgica que o PT exibe nesses dias de ataques da mídia não é obra do acaso. É construção de mais de duas décadas, desde pelo menos o início dos anos 1990″.
    Logo quando surgiram as primeiras recentes passeatas, comentei, lá em casa, de que quem viveu os muitos movimentos nas ruas do Brasil nas décadas de 80 e 90, não poderia imaginar uma passeata de protesto e reivindicação sem a bandeira dominante do PT!!. E isso é uma triste realidade. E não é só porque não deixam. O PT, pelo governismo dominante, abandonou as ruas e abandonou o discurso de esquerda.
    Uma das razões das passeatas de 1968 (“poema histórico”) na França era a
    crítica aos tradicionais partidos da esquerda francesa (comunista e socialista). Como diz Badiou: “Maio de 1968 questionaram profundamente a legitimidade das organizações históricas da esquerda, dos sindicatos, dos partidos, dos líderes conhecidos”.
    Afirmo, enfim, que com todo os perigos de retrocesso político que os atuais movimentos das ruas possam conter, eles são válidos, legítimos e são, em grande parte, frutos do comportamento do governo e de sua base partidária.

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