Rio Grande do Norte, sábado, 27 de abril de 2024

Carta Potiguar - uma alternativa crítica

publicado em 12 de julho de 2013

Trovejando novos rugidos

postado por Túlio Madson

Por Jan Clefferson: bacharel sem formatura, escritor sem livros, poeta sem palavras e rebelde sem causa.

O ato nacional com as frentes sindicais foi aberto por um discurso mequetrefe, comprado e corrompido pela borra da sindicalha, para criminalizar o anonimato dos mascarados, MELHORES SALÁRIOS NÃO MUDAM O SISTEMA, pois inserem os trabalhadores no jogo da barganha, desmobilizando as suas lutas anticapitalistas, NEUTRALIZAM A FORÇA DO GRITO OPERÁRIO, atenuando uma microscópica partícula das suas desgraças.

Diversos alertas antifascistas foram decretados, o poder popular estava sendo pressionado, porém A FORÇA DAS RUAS NÃO TREME DE MEDO, pois se fortalece no terreno do combate, ENFRENTAR A OPRESSÃO É O DEVER DA LIBERDADE, a pluralidade tem se der horizontal, TRIOS ELÉTRICOS SÃO PARA AS FESTAS E NÃO PARA AS LUTAS, politicaria é usar o povo como massa de manobra, e fazer comícios miseráveis implorando aos poderosos.

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As centrais sindicais nacionais se mobilizaram, e desde cedo com a chuva desabando, SE DISPUSERAM A UNIREM SUAS PAUTAS À REVOLTA DO BUSÃO, na intenção de ampliarem seus direitos coletivos, e O CENTRO DO PODER EXECUTIVO ESTADUAL SE TORNOU ALVO, mas ao invés de praticar ação direta impressionando os governantes, APELAÇÕES INSIGNIFICANTES FORAM FEITAS AO PODER POR MELHORIAS, como se isso fosse ser suficiente para sensibilizar o Capital.

UMA PERFORMANCE FOI EXECUTADA NA PASSARELA DA GOVERNADORIA, na qual a performer vestida de anjo foi suspensa por cordas no ar, em sua blusa estava escrito “O PASSE LIVRE TE DÁ ASAS”, enquanto o vento a fizera girar sobre todos os presentes, tambores rufavam no seio da luta do povo, OPUSERAM A FORÇA DAS ARTES À FORÇA DAS ARMAS, nos mostrando que a imaginação é nossa força de ação.

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SEM AÇÕES RADICAIS DE EFETIVIDADE COMPROVADA, SUPLICANDO À POLITIQUICE DE ASQUEROSOS GOVERNISTAS, a comitiva sindical soltou a voz nos microfones amplificados, PROPAGANDO A POLUIÇÃO SONORA CONTRA O ESTADO, PROTESTARAM PARA AS PAREDES DA GOVERNADORIA, nada mudando com esse discurso sem foco, os políticos comiam caviar enquanto deles duvidavam, visto que muitos eram seus cabos eleitorais.

BARREIRAS POLICIAIS FORAM POSTAS NAS PERIFERIAS, para impedir os protestos da população periférica, fazendo a exclusão política prevalecer nas comunidades carentes, O DIREITO CONSTITUCIONAL DE LIVRE MANIFESTAÇÃO FOI VIOLADO, mas a economia capitalista sofreu um duro golpe, com AS GRANDES CORPORAÇÕES SEM MOVIMENTO FINANCEIRO, tapumes colocados nas vidraças dos bancos e lojas mudaram as percepções.

Houve um princípio de tumulto quando a polícia quis reprimir a juventude, INTIMIDANDO AQUELAS PESSOAS QUE SÓ QUERIAM BRINCAR E DANÇAR, fora vaiada pelas massas pela sua impertinência, pois OS FACÕES E AS FOICES DO CAMPO A FIZERAM PENSAR DUAS VEZES, gente que pensa não trabalha para a imprensa, pois A MÍDIA BURGUESA SOFREU UM BOICOTE, precisaram inventar suas matérias sobre o ato.

VELHAS TÁTICAS NÃO FUNCIONAM NOS NOVOS TEMPOS, e a manifestação seguiu seu curso, um dia intransitável sobre partes da cidade, PARA ACABAR EM UM COMÍCIO DE SUPERMERCADO, o qual a partir de então se tornou mira dos ataques discursivos, onde as frentes sindicais deliberaram dispersão e fim de ato, SÓ NÃO FOI TÃO RIDÍCULO QUANTO PATÉTICO PORQUE FOI TÃO PATÉTICO QUANTO RIDÍCULO.

Quanto a REVOLTA DO BUSÃO o ato estava acontecendo, e os rebeldes não pararam por ali, PROSSEGUIRAM PARA ALÉM DAS BARREIRAS POLICIAIS EM DIREÇÃO À PRAIA, quando lá festejaram na chuva com música, várias caronas solidárias foram dadas aos que partiram, enfrentando o futuro os movimentos sociais estão a postos, TROVEJANDO NOVOS RUGIDOS DE REBELDIA.

 

Fotos: Lenilton Lima

Túlio Madson

Colunista na Carta Potiguar desde 2011. Professor e doutorando em Ética e Filosofia Política pela mesma instituição. Péssimo em autodescrições. Email: tuliomadson@hotmail.com

2 Responses

  1. Daniel Menezes disse:

    Caros, luta por melhores salários é uma bobagem, é isso? Vocês sabem o que é trabalhar de 8 à 12 horas por dia, 6 vezes por semana por um salário de miséria? “Sindicalhas” vêm de “petralhas”, expressão utilizada pela direita para enquadrar pessoas, por exemplo, como eu e meus amigos, que trabalham sem receber um único tostão de manhã, a tarde e a noite, para construir uma blogosfera alternativa no Brasil? Se vocês soubessem quantas noites sem dormir, fins de semana sem sair, tempo que eu poderia estar fazendo outras coisas eu empreguei para ser chamado de petralha ou sindicalha… Carro de som é trio elétrico? Vocês ouviram chiclete com banana por lá? Tinha cordão de isolamento? Não conseguem perceber que há dois modos distintos de organizar um protesto, mas nem por isso melhor ou pior? Carro de som é meio de mobilização histórico… Era com carro de som que os sindicatos fazia mobilização na década de 70 e 80 e que ajudou a derrubar a ditadura. A maior expressão do ato foi o uso de um rapel? Críticas às gestões municipais, estadual e federal são detalhe? É isso? Sindicatos foram comprados? E por quem? Qual foi a instituição de esquerda, que apoiou a violência policial contra manifestantes? Me digam? O texto é odioso contra quem estava ali lutando e já lutava muito antes de vocês… Divergir é uma coisa. Isso é falta de respeito. Mais. É jogar na lata do lixo quem pensa diferente de vocês. Esse é o problema de quem se acha o únicos portadores do vanguardismo: recusar quem se organiza de modo diverso. Não concordo com algumas ações dos sindicatos, mas não sou esnobe ao ponto de criminalizá-los, sei também de suas conquistas históricas, inclusive, se eles não existissem, provavelmente, vocês e eu não teriam cursado uma universidade, pois que ela só seria para ricos.

  2. Túlio Madson disse:

    Bom, Jan, o autor do texto, está desde ontem de manhã tentando postar um comentário e não consegue, me pediu para postar, reproduzo abaixo.

    Lutar por melhores salários só muda o salário: não muda a condição miserável dos trabalhadores que, explorados todos os dias pelas máfias capitalistas, acompanham junto de cada aumento uma alta nos preços.

    Quanto à expressão “sindicalha”, nunca a tinha visto em qualquer lugar, pensei até tê-la inventado, risos, até porque o sufixo “alha” é, inclusive, aumentativo, como por exemplo, na palavra “muralha”. Em nenhum momento mencionei qualquer um nome para estar me referindo à “sindicalha”, nem ao seu nem ao de outra, contribuir para ampliar uma mundivisão virtual é o que tento, e espero estar bem.

    Pior do que aturar ouvir Chiclete com Banana é ter que ouvir e aturar alguém dizer é proibido usarem máscaras na manifestação. Qualquer
    difusor de poluição sonora quer ele seja um carro de som quer seja ele um trio elétrico só contribui a causar danos na saúde dos seres humanos e dos animais. O Movimento Ambientalista Radical não faz uso desses meios destrutivos para com a natureza.

    Os sindicatos de décadas atrás não se comparam aos de hoje. Não
    podemos nos enfurnar em um passeismo Curupira, pois assim nós andaremos para trás: pensar que o presente é o passado é como andar feito o Curupira – olhando para frente, pés virados para trás.

    Os patrões estão por trás dos sindicatos, claro que lógico, o poder de luta dos trabalhadores não se reduz à barganha capitalista, negociar com os patrões não transforma o sistema, não destrói a opressão contra as massas proletárias. Comentários a favor das prisões de rua, em prol da repressão policial, contra as expressões da juventude: ouvi de pessoas usando camisas vermelhas.

    Marginalizar uma manifestação horizontal de caráter popular por causa do uso de máscaras é tão esnobe quanto incriminadora: aí está a mais evidente das expressões dos que se acham portadores da vanguarda.

    O texto em questão nada mais é do que autocrítico, sobre quem ali estava há quem saiba do que estou falando, estamos reciclando o que achamos pelo lixo. As vanguardas estão mortas no passado de um materialismo histérico. Para aqueles que me acham vanguardista, desfaço o ledo engano lídimo, pois melhor abandonar o ativismo, com essa mentalidade possessora da verdade, as massas só interessam às manobras dos ativistas, prefiro que poucos entendam do quê comandar, ao invés de ficar manipulando a consciência das pessoas.

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